Ethereum estende perdas e desvaloriza 20% uma semana após Merge; investidores já miram próxima atualização

A primeira semana de funcionamento do Ethereum (ETH) no novo sistema mais ecológico se mantém delicada para a criptomoeda nativa da rede, que estende as perdas vistas nos últimos dias e vai a US$ 1.291 às 7h desta quinta-feira (22), em queda de 3,6% nas últimas 24 horas. Com isso, o ativo digital já cede mais de 20% na comparação com o preço de US$ 1.630 pelo qual chegou a ser negociado na véspera da migração conhecida como Merge.

A desvalorização do ETH se intensificou na tarde de ontem logo após o anúncio do Federal Reserve (Fed) de que a taxa de juros dos Estados Unidos sofrerá a terceira alta de 75 pontos-base, em mais um esforço de contenção da inflação. Diante da nova subida, as criptos passaram por forte volatilidade que precedeu forte queda, inclusive no Bitcoin (BTC).

A moeda digital mais valiosa do mundo, entretanto, se mostra mais resiliente e sustenta o patamar de US$ 19 mil após ter recuado para perto de US$ 18 mil ontem – em relação ao mesmo horário ontem, tem leve alta de 0,9%.

Apesar da alta de 0,75 pontos porcentuais ter sido o que já era amplamente esperado pelo mercado, o Fed reforçou que pode seguir aumentando os juros de forma mais enfática para combater a inflação, o que levou maior preocupação ao mercado. As criptomoedas acompanham o movimento das bolsas de ações, que também chegaram a cair, mas voltaram a subir enquanto o presidente do Fed, Jerome Powell, discursava.

O desempenho mais fraco do Ethereum segue refletindo o desmonte de posições criadas semanas antes da atualização por investidores de olho em receber criptomoedas de graça que surgiriam do evento – mineradores insatisfeitos com a mudança criaram uma nova rede que distribuiu criptos de graça.

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No entanto, analistas apontam que a fraqueza do ETH também estaria ligada à perspectiva de mais quedas no médio prazo. O motivo é uma atualização preparada por desenvolvedores da rede para habilitar o saque de unidades do ativo digital que estão trancados por quase dois anos, desde dezembro de 2020.

Chamada de “Shangai”, a atualização, que ainda não tem data para acontecer, traz o receio de que cerca de 13 milhões de ETH, avaliados em cerca de US$ 16,7 bilhões, sejam liberados e corram o risco de serem despejados no mercado.

Ainda assim, a distância da criptomoeda de suas mínimas do ano (abaixo de US$ 1 mil), segue bem maior do que no caso do Bitcoin (cerca de US$ 17.500), em movimento que seria sintoma de uma aposta de longo prazo na maior aceitação do Ethereum entre investidores institucionais.

“A fusão pode ser mais uma jogada de longo prazo no preço, pois a atualização provavelmente atrairá mais instituições, o que pode beneficiar o preço do ETH em dólares a longo prazo”, disse Austin Kimm, diretor de estratégia da Choise. “O Ethereum ainda é a maior de todas as blockchains, com aproximadamente metade de todos os tokens sendo criados dela e usando a rede”.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quinta-feira (22):

Binance anuncia membros de conselho que tem Meirelles

A exchange cripto Binance anunciou na manhã desta quinta-feira (22) a composição de seu conselho global, que até então já tinha entre os integrantes o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

O grupo será presidido pelo ex-senador e embaixador dos EUA para a China, Max Baucus.

Em nota, a Binance explica que o objetivo do conselho é orientar a empresa “em algumas das mais complexas questões regulatórias, políticas e sociais que a indústria de criptoativos como um todo enfrenta”.

Demais membros incluem Ibukun Awosika (Nigéria), HyungRin Bang (Coreia) Bruno Bezard (França), Leslie Maasdorp (África do Sul), Adalberto Palma (México), David Plouffe (EUA), Christin Schäfer (Alemanha), Lord Vaizey (Reino Unido), e David Wright (Europa).

El Salvador recompra de US$ 565 milhões em títulos

O governo de El Salvador recomprou parte de seus títulos da dívida soberana com vencimento em 2023 e 2025, somando US$ 565 milhões, disse o presidente Nayib Bukele na quarta-feira (21).

Segundo informações oficiais, El Salvador comprou 54% dos títulos com vencimento em 2025 por um total de US$ 432 milhões. Já nos 22,4% dos títulos com vencimento em 2023, pagou US$ 133 milhões.

Bukele disse que El Salvador vai lançar uma nova oferta para o restante dos títulos de 2023 e 2025 em oito semanas.

Assim como na última recompra, ela será feita “a preços de mercado”. De acordo com ele, as recompras iniciais contribuíram para uma economia de mais de US$ 275 milhões ao país.

Helium aprova migração para rede Solana

Os membros da comunidade Helium, focada na criação de uma rede de Internet descentralizada, votaram a favor da migração do projeto para a rede Solana (SOL).

A proposta precisava de dois terços de votos a favor para ser aprovada. No fim do processo, a mudança foi acatada por 81% dos votos vindos de detentores do token HNT, que tinham direito de participar.

“A Solana tem um histórico comprovado de impulsionar algumas das iniciativas descentralizadas mais importantes do mundo e elas foram uma escolha óbvia para fazermos parceria”, disse Scott Sigel, COO da Helium Foundation, em comunicado.

“A migração para a blockchain Solana nos permite concentrar nossos esforços no dimensionamento da rede em vez de gerenciar o próprio blockchain”, afirmou.