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As ações de três empresas de diferentes setores registraram queda na sessão desta sexta-feira (30), após terem suas recomendações cortadas por grandes bancos.
Os ativos da CSN (CSNA3) caíram 6,19%, a R$ 12,13, após terem a recomendação cortada pelo JPMorgan. Já a Zamp (ZAMP3), dona do BK Brasil, teve queda de 7,89%, a R$ 4,55, com rebaixamento para neutro pelo Goldman Sachs. Com baixa menor, mas ainda expressiva, esteve a Marcopolo (POMO4), cortada pelo Bradesco BBI, que teve queda de 4,23%, a R$ 5,21.
Confira abaixo o que levou a essas reduções de recomendação:
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CSN (CSNA3)
O JPMorgan rebaixou a recomendação para ações da CSN de overweight (exposição acima da média do mercado) para neutro. A instituição financeira explica que tinha uma visão otimista em relação à CSN com a expectativa de que os lucros fossem revisados para cima à medida que os investidores incorporassem as recentes aquisições no setor de energia e cimento em seus modelos.
No entanto, isso agora parece estar relativamente precificado, e a CSN enfrentará tempos desafiadores para seus negócios, já que seu balanço carrega mais dívidas do que seus concorrentes (2,4 vezes e 3 vezes uma relação entre dívida líquida e Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, esperados para 2023 e 2024).
Embora acredite que os preços do minério de ferro tendam a diminuir até o final do ano, seu negócio de mineração deve ser um dos principais impulsionadores de desempenho para a CSN. O preço-alvo para o final de 2023 foi reduzido de R$ 21 para 14,00 por ação, com um rendimento de fluxo de caixa livre de 13,2% em 2023 e -2,9% em 2024.
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Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) entre outras recomendações
Para JPMorgan, a Gerdau é a empresa melhor posicionada entre as siderúrgicas brasileiras. “O ponto positivo para a empresa é o seu negócio nos Estados Unidos, onde os preços e a demanda são muito robustos, o que deve impulsionar os lucros no segundo semestre de 2023”, explicam analistas. No entanto, o time de análise do segmento de aço nos Estados Unidos está mais cauteloso em relação à construção não residencial até 2024, o que deverá resultar em lucros menores para o negócio de aço nos Estados Unidos.
Em relação ao Brasil, os aços longos estão se saindo bem, mas o JPMorgan acredita que seja inevitável que a demanda esteja sob pressão até 2024. Além disso, cerca de 1/3 dos volumes da Gerdau no Brasil estão no setor de aço plano, que sofrerá principalmente com preços mais baixos.
O banco segue assim com recomendação neutra para GGBR4, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 30 para R$ 29.
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Já para Usiminas, o banco aponta que a empresa é a mais exposta ao setor de aços planos no Brasil, o segmento que o banco recomenda mais cautela.
“Além disso, a empresa está passando por reformas em sua principal siderúrgica – um processo comum, mas delicado, com várias consequências operacionais”, comentam analistas. “Durante o processo, a empresa consome placas de terceiros para produzir seus produtos finais, o que é caro e requer investimento em capital de giro.”
A Usiminas também está enfrentando problemas em suas baterias de coque, o que forçou a empresa a adquirir coque (em vez de carvão metalúrgico), o que adiciona pressão de custos. Sendo assim, JPMorgan acredita que Usiminas terá um segundo semestre difícil, tanto do ponto de vista geral quanto do ponto de vista específico. “Os benefícios da manutenção do alto-forno devem ser vistos somente em 2024.”
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O banco tem recomendação neutra para a ação e reduziu o preço-alvo de R$ 8 para R$ 7.
Marcopolo (POMO4)
O Bradesco BBI cortou a recomendação para as ações da Marcopolo de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para marketperform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) após a disparada dos ativos.
Em relatório chamado “É hora de esperar a próxima viagem”, o banco destacou que, desde que elevou a recomendação de POMO4 para compra, em dezembro de 2021, as ações subiram 99%.
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“Como resultado, a ação agora está sendo negociada a 7,7 vezes o múltiplo EV/Ebitda (valor da firma sobre Ebitda) para 2023, um prêmio de 26% sobre os pares locais”, apontam os analistas.
Segundo eles, os fundamentos devem continuar melhorando, refletindo: (i) a recuperação das viagens de ônibus interestaduais; (ii) a necessidade de renovação da frota no sistema de transporte coletivo por ônibus; (iii) a expectativa de novos leilões para o programa Caminho da Escola; e (iv) a recuperação dos mercados internacionais.
No entanto, o dinamismo dos resultados no 2T23 e 3T23 deve ser prejudicado pela transição para Euro 6, levando a uma margem Ebitda de 10,2% no 2T23 (queda de 6,4 pontos percentuais no trimestre) e 10,4% no 3T23.
“Diante desse cenário, estamos rebaixando a recomendação para as ações, mas elevando nosso preço-alvo de R$ 5 para R$ 6,00”, aponta o banco, que trocou a preferência no setor de Bens de Capital para as ações da Iochpe-Maxion (MYPK3, recomendação outperform e preço-alvo de R$ 15,00).
ZAMP (ZAMP3)
O Goldman Sachs, por sua vez, rebaixou a recomendação para ações da ZAMP (ZAMP3), dona do Burger King Brasil, de compra para neutro. O preço-alvo para daqui doze meses foi cortado de R$ 8,40 para R$ 5,60.
Os analistas do banco apontam que a rede de restaurantes teve um resultado negativo em suas vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) no final do 1T23 (com queda de 3,5% em relação ao ano anterior em março), e dados sugerem que as vendas continuaram a se deteriorar em abril e maio.
Isso porque, segundo analistas, o desempenho continua sendo impactado negativamente por falhas recentes na execução (por exemplo, ajustes de preços muito agressivos e baixa resposta de suas campanhas de marketing promocional), em um momento em que a concorrente McDonald’s aparentemente encontrou uma proposta de valor relativamente melhor para os consumidores.
Nesse sentido, o banco americano espera que a Zamp abra mão de parte da margem bruta para recuperar o tráfego no futuro, mas esse ajuste pode levar tempo para ser implementado. Durante esse período, o crescimento limitado das vendas em mesmas lojas deve prejudicar ainda mais a alavancagem operacional, impedir melhorias adicionais no nível do Ebitda e até mesmo pausar temporariamente a expansão orgânica.