CVC Brasil (CVCB3) quer mostrar trabalho antes de resolver questão de capital de giro

Segundo analistas, empresa tem posição de caixa um pouco frágil, com necessidade de capital de giro e aproximação de vencimento de dívidas

Vitor Azevedo

(Roberto Tamer / Divulgação)
(Roberto Tamer / Divulgação)

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Em teleconferência de resultados realizada nesta quarta-feira (10), a CVC Brasil (CVCB3) tentou dispersar alguns dos temores que o mercado vem apresentando em relação ao seu futuro. Ontem, por exemplo, às vésperas da divulgação de seu resultado, o JP Morgan cortou a recomendação para a companhia de compra para neutra enxergando que é provável que novas ofertas primárias aconteçam no futuro breve, diluindo participações.

Em junho deste ano, a companhia de turismo realizou uma oferta primária de ações na qual movimentou R$ 402,8 milhões para reforçar seu capital de giro, em um cenário de crescimento acelerado.

Agora, a CVC, que fechou o segundo trimestre com uma posição de caixa de R$ 479,5 milhões, pode ter de, em breve, buscar mais recursos.

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A visão da empresa para o segundo semestre é otimista, aguardando que o mercado continuará com forte demanda. Isso, porém, aumenta a necessidade de capital de giro. Ao mesmo tempo, a CVC terá de lidar, na primeira metade do ano que vem, com o vencimento de boa parte das suas dívidas.

“Dos R$ 900 milhões de dívida, R$ 650 milhões estão para vencer no segundo trimestre do ano que vem”, explicou Marcelo Kopel, diretor financeiro (CFO) da companhia. “Vamos nos permitir conversar com o mercado sobre alavancagem operacional e sobre o que a CVC tem para entregar neste segundo semestre, sobre melhorias e oportunidades, para depois voltarmos e conversarmos sobre a dívida.”

Para os executivos, a empresa tende a buscar mais uma renegociação de sua dívida do que uma nova oferta primária. “Quando falamos em mudança de estrutura capital, a prioridade é endereçar a dívida e não necessariamente fazer mais um follow on”, falou o CFO.

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Para buscar melhores condições para o refinanciamento, em um cenário macro desafiador, a CVC espera até o final do ano mostrar avanços no digital e reforçar ao mercado que está melhorando sua operacionalidade.

A própria empresa assume que a falta de uma presença tecnológica mais forte foi responsável, por exemplo, pelo recente aumento dos gastos, que estariam, segundo ela, muito altos. Os executivos explicam que, com a falta de uma plataforma bem desenvolvida, a saída para manter o padrão de qualidade foi aumentar o número de pessoas mas afirmaram que isso deve mudar em breve.

“Os investimentos em tecnologia aconteceram e agora nos trarão resultados. O foco nos próximos seis meses estará voltado à usabilidade do cliente. As transformações serão grandes, para nossos clientes, lojas ou agentes de viagens terem maior acessibilidade, aumentando a produtividade”, comentou o diretor executivo (CEO) da CVC, Leonel Andrade. “Já a partir do próximo ano, nosso foco será na automação de processos, na busca por uma empresa mais racional e com custos melhores. Vamos colocar, de forma definitiva, a companhia na linha em relação aos custos e dispêndios financeiros”.

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A CVC ressalta que, na frente de tecnologia, já fez um “grande avanço” quando o assunto é marketing direto, com o canal de gerenciamento de relação com clientes (CRM, na sigla em inglês) contando com mais de 28 milhões de pessoas – o que deve diminuir gastos com publicidade e o que dá “poder” para a empresa de influenciar mais as procuras dos clientes.

Além de diluir custos, a esperança da CVC é que as novas tecnologias serão cruciais para a companhia aumentar as vendas diretas ao consumidor. No segundo trimestre, analistas apontaram que o resultado final foi abalado por uma maior presença do serviço oferecido a empresas, que piora o mix de vendas, uma vez que neste pouco há o parcelamento.

“Nosso B2C recuou por conta do menor número de lojas, com o fechamento de unidades durante a pandemia. Tínhamos cerca de 1,4 mil lojas e esse número foi para 1,2 mil, o que diminuiu o alcance da marca”, pontuou o CEO. “Se a gente olha vendas pelas mesmas lojas, temos comportamento positivo e de crescimento de mercado, mas perdemos algo próximo a 18% de distribuição”.

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A CVC espera que a maior presença no online ajude a empresa a remediar esse problema, bem como a abertura de novas lojas – que, segundo os executivos, deve continuar a avançar, com um alto interesse de possíveis novos franqueados.

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