Construtoras registram boas prévias, avaliam analistas; Tenda (TEND3) é destaque de alta, com salto de 17%

Construtoras divulgaram suas prévias operacionais na noite de terça-feira (17)

Felipe Moreira

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As construtoras e incorporadoras Cyrela (CYRE3), Cury (CURY3), Tenda (TEND3) e JHSF (JHSF3) reportaram dados operacionais referentes ao quarto trimestre de 2022 (4T22) na noite passada (17).

De forma geral, essas companhias do setor imobiliário se saíram bem diante do que se propuseram a fazer durante o trimestre e ao longo do ano, na avaliação de analistas.

A Tenda, por exemplo, optou por reduzir o número de lançamentos e melhorar a rentabilidade da companhia, o que foi considerado positivo.

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A Cury, por sua vez, antecipou os lançamentos para os nove primeiros meses de 2022 (9M22), na tentativa de amenizar o impacto das eleições e da Copa do Mundo nas vendas.

Já a Cyrela conseguiu registrar outro desempenho operacional sólido, reforçando a bem-sucedida estratégia de posicionamento de produtos e know-how da empresa em meio a um cenário de deterioração.

Os ativos da Tenda foram destaque de ganhos, fechando com alta de 17,01%, a R$ 5,16, enquanto Cyrela teve alta de 2,56%, a R$ 14,40, longe das máximas do dia. Cury, por sua vez, fechou em queda de 2,28%, a R$ 12, após abrir em alta. Por fim, JHSF fechou com leves ganhos de 0,38%, a R$ 4,78.

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Cyrela (CYRE3)

“Apesar do tom cauteloso do mercado em relação ao segmento de alta e média renda, a Cyrela conseguiu registrar outro desempenho operacional sólido no 4T22, com lançamentos menores no trimestre, mas mantendo um ritmo razoável, enquanto o desempenho de vendas foi muito sólido (58% VSO ), impedindo qualquer aumento de estoque e dando mais um indício da execução diferenciada da empresa”, comenta BBI, em relatório.

Para BBA, a construtora reportou números operacionais razoáveis no trimestre e destaca que a velocidade de vendas manteve-se saudável em 17% (de 19% no 3T99), permitindo que a empresa mantivesse seus níveis de estoque sob controle em 15 meses (estáveis ​​vs.3T22).

Já para o Credit Suisse, a Cyrela apresentou números positivos no 4T22, reforçando a bem-sucedida estratégia de posicionamento de produtos e know-how da empresa em meio a um cenário de deterioração.

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“A Cyrela já vem superando seus pares há algum tempo, conseguindo manter um forte desempenho de vendas mesmo em um cenário muito mais desafiador”, avaliam analistas do banco suíço.

O Credit Suisse diz que, embora os números operacionais tenham sido saudáveis ​​até agora, existem dúvidas se a Cyrela será capaz de continuar lançando projetos em 2023 com tanto sucesso quanto os lançados no ano passado, uma vez que as condições provavelmente estão se deteriorando.

A XP Investimentos também considera os números relatados pela Cyrela como positivos, destacando o desempenho de vendas líquidas acima do esperado, superando as estimativas da instituição em 8,0%, apesar do cenário macro desafiador.

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Diante disso, a XP mantém visão positiva para Cyrela e reitera recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 33,00. Credit Suisse e BBI mantêm classificação outperfom para as ações da construtora, com preço-alvo de, respectivamente, R$ 21 e R$ 22.

Cury (CURY3)

De forma geral, os banco consultados consideraram a prévia operacional da Cury sólida, com desaceleração dos lançamentos, conforme esperado, em linha com a estratégia da empresa de antecipar os lançamentos para os 9M22, na tentativa de amenizar o impacto das eleições e da Copa do Mundo nas vendas.

Analistas do BBA avaliam que as vendas contratadas permaneceram em níveis decentes, apesar da queda nos lançamentos, impulsionando a velocidade de vendas de 70 pontos-base em relação ao trimestre anterior. A empresa também reportou mais um trimestre de forte geração de caixa de R$ 136 milhões.

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O Bradesco BBI também destaca a sólida velocidade de vendas e a geração de caixa recorde da companhia no 4T22. “A desaceleração dos lançamentos no quarto trimestre reflete a antecipação de lançamentos para o 3T22 e era em grande parte esperada.”

Segundo a XP, os números da Cury foram impulsionados principalmente pelo desempenho das vendas líquidas (participação Cury) acima do esperado, apesar da estratégia da Cury de acelerar os lançamentos ao longo 9M22 para evitar incertezas de demanda, causadas pelas eleições e Copa do Mundo no 4T22.

A XP Investimentos destacou esperar uma reação positiva do mercado e reitera a Cury como sua principal escolha no setor, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17,00. O BBI também tem recomendação equivalente à compra para ações da Cury e preço-alvo de R$ 20.

Tenda (TEND3)

“A Tenda (TEND3) reportou dados operacionais positivos no 4T22, em linha com a estratégia da companhia de focar em a rentabilidade reduzindo lançamentos”, avalia XP Investimentos.

De positivo, analistas destacam o preço médio por unidade vendida atingindo R$ 189,8 mil (+20,5% na base anual), o que deve ajudar a Tenda a melhorar a rentabilidade daqui para frente. Além disso, as vendas superaram as estimativas da XP em 22%, levando a velocidade de vendas (VSO) a acelerar significativamente para 25,9% (+5,6 p.p. T/T).

Analistas do BBI também avaliam os números operacionais da Tenda como positivos e ressaltam o foco da construtora em reformular as margens e priorizar a geração de caixa. “A redução de lançamentos fazia parte do acordo da empresa com os detentores de dívidas, portanto não necessariamente negativa, principalmente considerando o constante aumento de preços”, explicam analistas.

De acordo com o BBI, o processo de recuperação de margem provavelmente levará mais do que alguns trimestres para refletir no lucro por ação e as restrições de caixa provavelmente persistirão.

O Goldman Sachs vai na mesma linha de BBI e XP e comenta que foi um bom trimestre para a Tenda, pois os números operacionais ficaram 25 a 30% à frente de suas expectativas.

Além disso, analistas do Goldman Sachs apontam que a empresa continua a elevar os preços médios de suas unidades, de forma a recompor sua rentabilidade.

A XP reitera recomendação neutra para Tenda, com preço-alvo de R$ 11,00, devido aos riscos de execução que vê no processo de recuperação da rentabilidade da empresa. O BBI mantém classificação neutra e preço-alvo de R$ 8, enquanto Goldman Sachs mantém avaliação underweight (equivalente à venda) e preço-alvo de R$ 5.

JHSF (JHSF3)

Conforme a XP, o desempenho sólido da JHSF se deve principalmente a aceleração das vendas contratadas no segmento de incorporação. Além disso, analistas apontam que o segmento de shoppings continuou com uma tendência positiva, apesar das eleições e da Copa do Mundo.

O BBI também avalia os resultados operacionais como positivos e destaca o crescimento das vendas no quarto trimestre, impulsionados principalmente pelo sucesso do projeto “Reserva Cidade Jardim” (apartamentos na cidade de SP).

O Itaú BBA avalia que a melhora trimestral e anual divisão de construção residencial foi suportada pelo sólido desempenho do projeto Reserva Cidade Jardim. Na divisão de shoppings, as vendas totais dos lojistas cresceram 8% na base anual, indicando uma desaceleração um tanto antecipada dos 13% registrados no 3T22.

A XP diz que continua com uma visão construtiva para JHSF, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 9,70. BBI mantém recomendação outperform e preço-alvo de R$ 10.