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Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e Plano & Plano (PLPL3) divulgaram na véspera suas prévias operacionais do segundo trimestre de 2022. Apesar do cenário de alta dos juros, desaceleração da economia e alta dos preços, analistas, de forma geral, definiram os desempenhos como sólidos, mas, cada construtora vem apresentando uma estratégia para manter sua lucratividade.
No caso da Cyrela, que foca nos segmentos de média e alta renda, se viu pouca mudança.
Companhias que trabalham com classes sociais mais abastadas tendem a sofrer menos para manter suas margens de lucratividade, podendo repassar mais gastos aos clientes. Construtoras focadas na parte baixa da pirâmide social, porém, não podem fazer o mesmo, uma vez que o poder de compra dessas classes é mais limitado – e qualquer repasse pesa no orçamento.
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Os lançamentos da Cyrela no trimestre totalizaram R$ 1,8 bilhão, alta de 12% ao ano, sendo 13% concentrados no segmento de baixa renda, 37% no segmento de média renda e o restante no segmento de alta renda. As vendas líquidas atingiram R$ 1,4 bilhão, alta de 4% no ano.
“A prévia operacional da Cyrela foi robusta, mantendo o ritmo de lançamentos e vendas líquidas de 2021, mesmo em um cenário mais desafiador com alta de juros e inflação mais elevada”, comenta a Eleven em relatório.
Apesar disso, os analistas da casa de research destacam que mesmo a Cyrela viu a sua vendas sobre oferta (VSO) recuar 2,9 pontos percentuais na base anual, para 43,2%, no menor patamar desde 2018.
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“Em nosso entendimento, o ritmo de lançamentos ainda elevado e a demanda arrefecendo devem continuar gerando uma pressão na margem bruta no curto prazo e uma possível queda na VSO ainda é esperada”, pontuam. “No entanto, o posicionamento premium e baixo volume de estoque pronto são pilares fundamentais na tese da companhia para manter um ritmo de lançamentos mais forte no curto prazo”.
O Bradesco BBI vai na mesma linha, afirmando que a Cyrela superou as expectativas, “sustentando lançamentos em um bom ritmo sem aumentar os estoques”.
O Credit Suisse definiu que a companhia conseguiu posicionar com sucesso seus produtos e m um ambiente “muito mais desafiador”. “Atualmente vemos a Cyrela como a empresa de média e alta renda mais bem posicionada”, afirmam.
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O Itaú BBA, por fim, pontua que a velocidade de vendas desacelerou, mas que ainda continua em níveis saudáveis.
MRV e Plano & Plano
Na frente de construtoras focadas em baixa renda, até então, as prévias também foram positivas.
No caso da MRV, a Eleven afirma que os resultados operacionais foram robustos, mas destaca a importância da Resia, braço da companhia nos Estados Unidos, e da Luggo, focada no aluguel de imóveis, nos números.
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“Na principal unidade de negócio, a baixa renda no Brasil, sob a marca MRV, o foco ainda segue na recomposição de margem bruta com o aumento de preço tanto das unidades lançadas quanto vendidas em 30% e 11,5%”, comentam os analistas.
A MRV viu seu preço médio saltar 43,2% na base anual, chegando a R$ 219 mil. As unidades nacionais, em grande parte por isso, viram suas vendas caírem: 10,3% na MRV, 34,7% na Sensia e 37% na Urba.
Os lançamentos, na mesma comparação, caíram 11,6%, para R$ 2,1 bilhões. As unidades transferidas diminuíram 27%, para 7.837 unidades.
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“O resultado foi ligeiramente fraco nas operações locais, mas positivo para Resia e Luggo” diz o Credit Suisse. “A MRV apresentou números de lançamentos neutros, que tendem, porém, a acelerar no segundo semestre, com as mudanças do programa Casa Verde Amarela (CVA). Temos uma visão cautelosa dos dados operacionais da empresa em relação à atividade de construção”, completam.
Por fim, a Plano & Plano, segundo comentários, optou por não elevar tanto o seu preço médio, evitando repassar totalmente seus gastos.
“A Plano & Plano divulgou uma boa prévia operacional para o 2T22, com números de lançamentos e vendas em linha com o 2T21, o que indica uma estabilidade na demanda”, comenta a Eleven. “Contudo, diferente dos pares que aumentaram o preço médio das unidades lançadas e vendidas na comparação anual em média em 20%, a Plano & Plano apresentou um aumento de preço em torno de 7%, abaixo da inflação no período.
Na contramão da MRV, a Plano & Plano viu seus lançamentos acelerarem 11% no ano, para R$ 395 milhões de valor geral de vendas (VGV). As vendas contratadas atingiram R$ 380 milhões, 5% de alta no ano, e a velocidade de vendas aumentou 110 pontos-base na mesma comparação.
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