De acordo com cada perfil, GAP sugere estratégias em fundos para outubro

Após um "choque de volatilidade" em setembro, equipe recomenda reduzir exposições a fundos multimercados

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SÃO PAULO – Mais do que apenas mais um mês de volatilidade, setembro pode ser considerado – ao menos por ora – o mês do ápice das turbulências em função da crise financeira, atingindo os mais diversos mercados.

“Eventos extremos ao longo do mês de setembro produziram um choque de volatilidade nos mercados financeiros globais com raros precedentes históricos”, afirmam os analistas da GAP Asset Management.

Um mês decepcionante

De longe, os piores desempenhos dentre os fundos geridos pela equipe da GAP ficaram com aqueles voltados à renda variável, que amargaram em setembro retornos negativos entre 11,5% e 14%, levemente acima da desvalorização do Ibovespa no mesmo período, de 11,02%. O destaque negativo ficou para a posição comprada nas ações da PDG Realty (PDGR3), que tiveram uma queda de 31,5% no mês passado.

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Para a GAP, o desempenho decepcionante deve-se aos receios sobre a disponibilidade de crédito de longo prazo no País, que penalizaram os ativos a despeito da continuidade da boa velocidade de vendas. Em contrapartida, o destaque positivo ficou com a posição comprada nas units do Unibanco (UBBR11), que trouxe um retorno modesto de 1,1%.

Contudo, embora a categoria de fundos voltados à renda variável tenha liderado as perdas registradas pela equipe em setembro, “tivemos perdas também nos mercados de câmbio e juros, principalmente em estratégias de longo prazo”, afirmam os analistas. Cabe lembrar que o dólar comercial sofreu uma disparada de 16,57% em setembro.

Garimpando oportunidades

E por pior que setembro tenha sido aos investidores, pouco alento é constatado nas projeções da GAP para daqui para frente, com os analistas pessimistas principalmente quanto ao cenário macroeconômico. “A recessão nas economias desenvolvidas já parece inevitável e os emergentes certamente terão uma desaceleração expressiva”, afirmam.

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Todavia, em tal cenário de tamanha aversão ao risco, muitos papéis vêm sendo excessivamente penalizados, com alguns negociados até mesmo abaixo de seu valor patrimonial. Nesse sentido, para os que não têm pressa de resgatarem suas aplicações tão cedo, o momento é valioso. “Muitas oportunidades de longo prazo surgem nos momentos de crise”, lembra a equipe da GAP.

Mas isso não quer dizer descarte da cautela. “Apesar da forte depreciação dos ativos brasileiros, a preservação de capital é a nossa prioridade nesse ambiente de volatilidade extrema e pouca visibilidade. Desta forma, iniciamos outubro com um nível extremamente reduzido de exposição aos fundos multimercados”, recomendam os analistas.

Confira na tabela abaixo as sugestões da GAP para alocação em fundos de acordo com cada perfil de investidor, isto é, desde o mais agressivo, propenso a correr os riscos inerentes ao atual cenário turbulento dos mercados, a um mais moderado.

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Sugestão da GAP Asset de alocação em fundos de acordo com perfil do investidor
Perfil Multimercados Renda Fixa Ações Long & Short
Moderado 40% 5% 5% 50%
Agressivo 50% 5% 15% 30%