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SÃO PAULO – A economia brasileira caminha para uma recuperação gradual a partir do segundo semestre de 2017 e o cenário que se desenha é benigno, com inflação controlada, juros em baixa e indicadores de atividade e confiança mostrando ligeira recuperação. A avaliação é da economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria Integrada. Segundo ela, a concretização da retomada depende, no entanto, da aprovação das reformas estruturais pelo Congresso ainda neste ano, antes que as preocupações com as eleições de 2018 entrem com força no radar da classe política.
No Visão Macro desta semana, a especialista comenta ainda os desafios no caminho do presidente Michel Temer e de sua equipe econômica e um fator importante que ainda não entrou com força no radar do mercado.
No primeiro bloco, a Alessandra afirmou que ainda deve demorar para que a economia brasileira recupere o nível pré-crise. “Devemos voltar ao nível de 2014 só em 2020 e considerando que tudo dê certo do ponto de vista econômico e político”, disse. Ao detalhar os dados do PIB (Produto Interno Bruto), a economista ressaltou que um dos fatores mais preocupantes é a queda expressiva dos investimentos, o que limita o potencial de crescimento do país no médio prazo.
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No segundo bloco, a economista da Tendências comenta os indicadores de atividade e confiança referentes a 2017 e projeta o cenário para a recuperação nos próximos meses. Ela destaca que o cenário atual é diferente de 2016, quando houve apenas uma melhora das expectativas no primeiro semestre que não se materializou. “Hoje, as dúvidas sobre o governo são menores. Já saiu muta coisa do Legislativo, apesar da popularidade baixa do governo, e temos inflação e juros com sinal para baixo”, afirmou, projetando uma retomada gradual da economia neste ano.
No terceiro bloco, Alessandra Ribeiro revela as projeções da Tendências para PIB, inflação e juros em 2017 e 2018 e alerta para os riscos que o governo ainda deve enfrentar neste ano. “O primeiro ainda é o risco político, com a Lava Jato e o processo no TSE, que pode oferecer risco à sobrevivência do TSE”, afirmou, citando ainda as chances de a votação das reformas fiscais ser postergada para 2018 e possíveis dificuldades de o governo entregar a meta fiscal de 2017. “O mercado parece que não está dando muita bola para a questão fiscal, mas tem um risco e aí o tema de imposto pode voltar ao cenário”, alertou.