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SÃO PAULO – As exportações brasileiras em outubro totalizaram R$ 9,904 bilhões, contra R$ 10,634 bilhões em setembro. Houve quem explicasse o declínio pelo impacto dos embargos resultantes da febre aftosa. Afinal, cerca de 50 países já anunciaram algum tipo de protecionismo desde 10 de outubro, quando o Ministério da Agricultura reconheceu indícios da doença no Mato Grosso do Sul.
O argumento é tentador, mas não convence Carlos Eduardo Stempniewski, economista e professor das Faculdades Integradas Rio Branco. Para ele, conferir a queda das exportações ao efeito “febre aftosa” é ignorar o ciclo de vida da carne bovina.
Compreendendo o ciclo
O professor Carlos Eduardo explica que o ciclo produtivo é longo: “desde o nascimento do bezerro até a prateleira de um supermercado em Johannesburgo leva um bom tempo”. Mas o que isso tem a ver com a balança comercial?
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“O grosso da carne já estava embarcado”, lembra o economista. Assim, a carne que chegou em outubro até os principais consumidores foi negociada meses antes. Ou seja, prejuízo postergado.
De fato, o impacto negativo sobre a balança comercial em 2005 deverá ser pequeno, e restrito ao setor de carne bovina. As preocupações mais sérias devem se voltar para o ano que vem, para o próximo ciclo.
E o que explica a balança?
Para Carlos Eduardo, o fato das exportações terem decaído justo no mês da febre aftosa não pode ser encarado além do acaso: “foi mera coincidência”. O professor destaca aqui a importância de se compreender a lógica das transações externas, de modo a não cair em falácias.
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O que explicaria o valor decrescente das vendas para o exterior então? Trata-se de uma “morte anunciada”, opina o economista. Há tempos o câmbio valorizado vêm exigindo sua parte na balança comercial. O mês de outubro mostra que as mazelas da “febre do dólar” estão chegando.
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