Depois de salto de 300% no lucro líquido ajustado, Stone prevê crescer 8 vezes até 2027

Empresa anunciou plano de multiplicar o lucro em mais de oito vezes até 2027 frente ao registrado em 2022

Equipe InfoMoney

Pedro Zinner (à esquerda) e Thiago Piau, fundador e antigo CEO da Stone (Divulgação)
Pedro Zinner (à esquerda) e Thiago Piau, fundador e antigo CEO da Stone (Divulgação)

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A StoneCo (STOC31) divulgou nesta quarta-feira projeções para 2024 e para o ciclo dos próximos quatro anos, com uma expectativa de multiplicar o lucro em mais de oito vezes até 2027 frente ao registrado em 2022. As informações foram divulgadas em evento anual com investidores, em Nova York.

Para alcançar a estimativa, a estratégia da companhia é acelerar a integração entre a operação financeira e de software, além de crescer no segmento de micro, pequenas e médias empresas, embora mantendo o patamar de investimentos controlado, disseram executivos da empresa.

A companhia divulgou projeção de lucro líquido ajustado de, no mínimo, $ 1,9 bilhão em 2024 e de ao menos R$ 4,3 bilhões em 2027. A StoneCo fechou o ano passado com lucro líquido ajustado de R$ 526 milhões.

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O anúncio das novas projeções acontece poucos dias depois da companhia divulgar seus resultados do terceiro trimestre e apresentar um salto de mais de 300% no lucro ajustado do terceiro trimestre, em base anual. O balanço fez as ações da empresa, negociadas em Wall Street, avançarem 12,9% na segunda-feira.

Leia mais: Stone (STOC31) tem salto de 302% do lucro líquido ajustado no 3º tri, para R$ 435 milhões

“A companhia nos últimos anos construiu um modelo de negócios super-rentável e gerador de caixa. O que estamos fazendo agora é, no fundo, aproveitar e alavancar essas oportunidades, para usar esse caixa para fazer nosso negócio crescer e melhorar a rentabilidade”, disse o CEO da StoneCo, Pedro Zinner, em entrevista à agência de notícias.

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Foco nas PMEs

Para a companhia, o salto no lucro virá da expansão no segmento de micro, pequenas e médias empresas (MPME), com uma utilização mais eficaz das ferramentas de distribuição dos serviços e produtos nos meios online ou físico. Com isso, o volume de pagamentos transacionados pela companhia no segmento MPME deve ultrapassar os R$ 412 bilhões em 2024 e alcançar mais de R$ 600 bilhões em 2027, contra R$ 290 bilhões no ano passado. O take rate do segmento, parcela cobrada pela StoneCo, deve passar de 2,49% no ano que vem e de 2,70% em 2027, segundo a empresa. Em 2022, o indicador ficou em 2,15%.

A StoneCo tem como principal negócio o serviço de adquirente, em especial para MPMEs, mas vem maturando uma operação ainda inicial de crédito e, desde 2021, com a aquisição da Linx, também tem atuação relevante em softwares para gestão de negócios. A operação de software, no entanto, só agora será mais integrada com o restante da companhia, em busca de oferecer aos clientes soluções completas. “Acho que era muita coisa no prato para resolver ao mesmo tempo”, disse Zinner, sobre a opção da empresa de não integrar totalmente os negócios inicialmente.

A StoneCo selecionou quatro verticais para priorizar essa atuação integrada: varejo alimentação, farmácia e postos de gasolina. De acordo com Lia Matos, diretora de estratégia e de marketing,  essas verticais reúnem 76% das oportunidades de oferta de produtos e serviços financeiros aos clientes de software. “Vamos mostrar que, quando o cliente usa essas soluções combinadas, a relação econômica dele é muito melhor”, afirmou.

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Outras projeções

A empresa mira cumprir as novas projeções sem acelerar fortemente as despesas ou o nível de investimentos. A expectativa é de que as despesas administrativas ajustadas ultrapassem R$ 1,13 bilhão em 2024 e  R$1,45 bilhão em 2027, contra R$ 1,12 bilhão em 2022.

A StoneCo ainda divulgou projeções para seu negócio bancário. A empresa estimou que os depósitos de clientes alcancem mais de R$ 7 bilhões em 2024 e acima de R$ 14 bilhões em 2027, contra R$ 4,5 bilhões em setembro deste ano.

Já a carteira de crédito deve chegar a mais de R$ 800 milhões em 2024 e passar de R$ 5,5 bilhões em 2027. No final do terceiro trimestre, o portfólio estava em R$ 113,5 milhões.

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Programa de recompra

Nesta terça-feira, a empresa anunciou um programa de recompra de ações classe A de até R$ 1 bilhão, conforme comunicado.  O novo programa substitui aquele lançado no início de outubro, que já foi completado e envolveu US$ 59 milhões e pouco mais de 5,7 milhões de ações.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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