Direto ao ponto: agenda carregada pode dar início a realização de lucros

SÃO PAULO – Descolado das principais bolsas mundiais, o Ibovespa sustentou o patamar dos 69 mil pontos pelo terceiro pregão consecutivo ao encerrar a sessão de quinta-feira (30) em alta de 0,28%, a 69.429 pontos, mesmo com o noticiário desfavorável na Europa, em que a agência de classificação de risco cortou o rating da dívida da Espanha.

Para Eduardo Machado, analista da Amaril Franklin, é possível que esse movimento divergente do observado no mercado internacional tenha sido causado pelo ajuste de carteiras por parte dos fundos de investimento, já que existe um percentual mínimo que deve ficar alocado em renda variável na passagem do mês. Em setembro, o principal índice da bolsa brasileira acumulou alta de 6,58%, sua segunda melhor performance mensal em 2010 (atrás apenas de julho, quando o ganho foi de 10,80%). No terceiro trimestre, a valorização do Ibovespa foi de 13,94%, a maior desde o terceiro trimestre de 2009 (+19,53%).

Agenda intensa pode trazer realização
Para esta sexta-feira (1), a perspectiva do analista é de que a agenda intensa possa trazer consigo o início de um movimento de realização, que já começa a ser observado nas principais bolsas norte-americanas. Sem destacar nenhum indicador específico, Machado acha que o investidor pode embolsar lucro, e que esse movimento poderia ser desencadeado por dados abaixo do esperado.

Vale destacar que entre os indicadores esperados nos EUA estão a renda e o gasto dos indivíduos norte-americanos, a confiança do consumidor, os gastos em construção e o ISM Index, que mede a atividade industrial no país. Para o longo prazo, no entanto, a tendência observada pelo analista da Amaril Franklin ainda é de alta.