Direto ao ponto: na volta do feriado, bolsa pode ter dia volátil com Livro Bege

SÃO PAULO – Na segunda-feira (6), o Ibovespa demonstrou forte volatilidade, mas encerrou o dia no campo positivo. Sem referências nos Estados Unidos, a sessão foi marcada pela divulgação de indicadores econômicos no Brasil, como a balança comercial, e pelas novas projeções do mercado para a economia brasileira, trazidas pelo Focus.

A bolsa brasileira permaneceu fechada na véspera por conta do feriado de Independência do País. No entanto, lá fora, os mercados foram novamente afetados negativamente pelo clima de cautela ante a situação econômica na Europa. Isso por conta de notícias acerca da omissão por parte de bancos franceses e o britânico Barclays acerca da verdadeira exposição deles a dívidas públicas do continente durante os testes de estresse realizados na região.

Além disso, dados da indústria alemã reforçaram o sentimento de cautela entre os investidores. Pressionando ainda mais os índices, o prêmio Nobel de economia, Joseph Stiglitz, afirmou que os governos do continente fizeram “a aposta errada” com a austeridade fiscal.

EUA dão o tom
Em meio a este cenário, na sessão desta quarta-feira (8) o clima no mercado brasileiro poderá ser volátil, já que os investidores deverão repercutir não apenas o noticiário europeu da véspera, mas somado a isso, dois importantes vetores serão revelados na economia norte-americana: o Livro Bege do Federal Reserve e o Consumer Credit.

A equipe da Spinelli Corretora, chefiada pela economista Kelly Trentin, não acredita que os indicadores norte-americanos possam demonstrar números que surpreendam o mercado positivamente. “A agenda de indicadores econômicos dos EUA com dados relativos a agosto deve mostrar, em grande maioria, a continuidade de uma fraca atividade no país”, destacou a corretora em relatório.

Cabe destacar que o mercado segue preocupado com a situação do mercado de trabalho norte-americano. O anúncio de Barack Obama na segunda-feira acerca de um novo programa de investimentos de US$ 50 bilhões na infraestrutura de transportes no país, o que geraria novos empregos para a economia norte-americana, não foi recebido com tanto otimismo pelo mercado.

“Fica difícil de esperar que as bolsas tenham desempenho favorável devido a dados econômicos. Isso só deve acontecer se os dados começarem a vir melhores que as expectativas”, completou a Spinelli em relatório.