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SÃO PAULO – O início da semana foi positivo para a Bolsa, com o Ibovespa fechando com ganhos de 2,27%, a 51.233 pontos nesta segunda-feira (30). Entre os destaques desta sessão estiveram os papéis da Petrobras, que fecharam com fortes ganhos após notícia de que o balanço para o terceiro trimestre do ano passado deverá ser divulgado no dia 13 de abril.
Ainda chamaram atenção do mercado as ações ordinárias da Eletrobras, que após chegarem a queda de 3%, viraram nesta tarde e fecharam entre os ganhos da sessão em meio a um movimento de “short squeeze”. As ações do BicBanco também ficaram no radar dos investidores em meio à possibilidade de OPA (Oferta Pública de Aquisição), além da disparada da Celesc em meio a dividend yield de 26% e da Cesp também com dividendos. Fora do Ibovespa, a Brasil Insurance fechou com fortes perdas após divulgar seus resultados para o quarto trimestre de 2014.
Veja abaixo os destaques da sessão desta segunda-feira:
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Petrobras (PETR3, R$ 9,59, +4,01%; PETR4, R$ 9,72, +3,62%)
A Petrobras deve publicar seus balanços do terceiro e quarto trimestres no dia 13 de abril, segundo informações da Veja. Na semana passada, a companhia havia comunicado que a próxima assembleia com acionistas iria ocorrer dia 29 de abril.
Ainda sobre a estatal, a Petrobras estuda implementar um plano de ressarcimento pelos danos causados no esquema de corrupção da operação Lava Jato que inclui a cobrança de indenizações das empreiteiras envolvidas no esquema. Um grupo de trabalho envolvendo a estatal e a AGU (Advocacia Geral da União) estuda um plano de ressarcimento que garanta caixa para a estatal e condições para que as empresas possam retomar os projetos paralisados. E, independente das multas que serão aplicadas pela CGU (Controladoria Geral da União), as empresas serão acionadas para restituir parte do patrimônio desviado da Petrobras. Como as empreiteiras não têm caixa suficiente, uma das ideias do grupo de trabalho é aceitar um pedaço das empresas, através de ações de controle, ou ativos (empreendimentos ou subsidiárias).
Eletrobras (ELET3, R$ 5,68, +3,84%; ELET6, R$ 7,00, -1,69%)
Após chegar a caírem 3%, as ações ordinárias da Eletrobras fecharam com fortes ganhos nesta segunda-feira. De acordo com operadores de mercado, o movimento se deu por conta de um “short squeeze” nos papéis, que é a falta de ativos para aluguel, o que faz com que os acionistas que estão realizando venda a descoberto sejam obrigados a comprar ativos para liquidar suas ações na Bovespa. Mesmo assim, os ativos preferenciais fecharam com fortes perdas após queda de 5%.
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A empresa ainda informou que reduziu o prejuízo no quarto trimestre para R$ 1,174 bilhão, ante R$ 5,4 bilhões no mesmo período do ano anterior, informou a companhia na noite de sexta-feira. A receita operacional líquida da empresa teve crescimento de 64,3% na comparação anual, para R$ 9,781 bilhões, com as receitas da Celg D, cuja aquisição do controle acionário foi aprovada por acionistas em setembro. Desconsiderando esse efeito, a receita operacional líquida foi de R$ 8,522 bilhões de outubro a dezembro do ano passado. Segundo o Santander, o resultado melhor no mercado spot (à vista) foi ofuscado por provisões maiores, impairments e resultados da unidade Madeira.
Cesp (CESP6, R$ 24,00, +6,48%)
O prejuízo de R$ 1,15 bilhões da Cesp no quarto trimestre não assustou, dado o anúncio de dividendos acima do esperado que serão distribuídos pela companhia, disse o Santander. A proposta da companhia é pagamento de dividendos de R$ 1,773 bilhão em 2014, sendo R$ 193 milhões já pagos como juros sobre o capital próprio. No mesmo período de 2013, a Cesp divulgou prejuízo de R$ 990,6 milhões. Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 729,3 milhões entre outubro e dezembro, queda de 8,4% na comparação anual.
Marfrig (MRFG3, R$ 4,05, +1,76%)
A Marfrig estuda vender as ações da Keystone para se capitalizar, segundo informou O Estado de S. Paulo. Além disso, a companhia informou nesta manhã que concluiu as negociações e celebrou com o Frigorífico Mercosul contrato visando a cessar o arrendamento e transferir a propriedade das plantas industriais localizadas em Capão do Leão (RS), Mato Leitão (RS), Pirenópolis (GO), Tucumã (PA), Nova Londrina (PR) e Alegrete (RS), as quais integram as operações da companhia desde novembro de 2009.
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Sabesp (SBSP3, R$ 16,73, -0,71%)
A Sabesp optou por cortar o programa que prevê um bônus de até 30% na conta de água de quem economizar água em seis cidades do interior de São Paulo: Hortolândia, Itatiba, Jarinu, Monte Mor, Morungaba e Paulínia. Segundo comunicado da empresa, a decisão foi tomada tendo em vista a situação hidrológica favorável da bacia do rio Piracicaba.
Embraer (EMBR3, R$ 24,97, +2,55%)
A Embraer anunciou hoje que recebeu um pedido firme de 17 E-Jets do Grupo Air France-KLM, com valor estimado de US$ 764 milhões com base em preços de lista, segundo comunicado da empresa. O contrato, que inclui opções para 17 E-Jets adicionais, pode chegar a R$ 1,5 bilhão se todas as opções forem exercidas. “Além de expressivo, entendemos que o pedido anunciado tende a sinalizar uma melhora no perfil de entregas em relação ao registrado no último trimestre do ano, quando o pior mix de jatos executivos ditou o viés consolidado negativo”, comentaram os analistas da Concórdia.
Vale (VALE3, R$ 18,62, +1,47%; VALE5, R$ 16,05, +0,50%)
O minério de ferro, principal produto da Vale, inicia a semana com queda de 2,2%, cotado a US$ 52,90 a tonelada no mercado à vista chinês. No ano, a queda acumulada chega a 25,7%. Acompanharam o movimento negativo, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 11,00, +2,33%), holding que detém participação na Vale.
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BicBanco (BICB4, R$ 7,29, +24,19%)
O China Construction Bank e os ex-controladores do banco ainda estão discutindo solução para o preço de compra. A data não foi informada. Para seguir com o registro da OPA (Oferta Pública de Aquisição) unificada, a CCB Holding propõe aos acionistas duas opções de pagamento: 1ª) pagamento à vista de R$ 6,6763 por ação, atualizada com a variação média diária da Selic, e o mesmo direito de receber pagamentos adicionais nos mesmos montantes que vierem a ser pagos aos vendedores; 2ª) um único pagamento à vista de R$ 7,30 por ação, atualizado de acordo com a variação média diária da Selic.
Operação Zelotes
Além do banco Safra e uma empresa do grupo Gerdau (GGBR4, R$ 10,34, +4,02%), vários outros grandes grupos estão sendo investigados por suspeita de negociar ou pagar propina para apagar débitos com a Receita Federal no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo deste sábado (28). Dentre eles, os bancos Bradesco (BBDC3, R$ 29,47, +1,83%; BBDC4, R$ 29,20, +2,10%), Santander (SANB11, R$ 14,22, +3,79%), Pactual e Bank Boston, as montadoras Ford e Mitsubishi, além da gigante da alimentação BR Foods (BRFS3, R$ 63,00, -0,44%). Também aparecem como investigadas na Operação Zelotes a Petrobras, Camargo Corrêa e a Light (LIGT3, R$ 14,48, -3,06%).
Na sexta-feira, as ações da Gerdau (-9,32%) e Metalúrgica Gerdau (-9,13%) desabaram com a notícia de envolvimento no esquema de corrupção. Um novo fator, no entanto, pode ser contribuindo hoje para aliviar um pouco o peso do papel após discussões sobre o Carf, disse o BTG Pactual. Ontem à noite a Steel Business Briefing reportou que a companhia poderia aumentar os preços até 12% no início de abril. Segundo o banco, o aumento parece agressivo, vide que o mercado trabalhava com um aumento de 5% a 8%, mas parece fazer bastante sentido, dado que os aços longos estão com um desconto excessivo versus as exportações. “Notícia não confirmada pela companhia, mas que pode ajudar a ação”, comentaram. Hoje, os papéis da Gerdau e Metalúrgica Gerdau fecharam com ganhos de 4,02% e 4,44%, respectivamente, a R$ 10,34 e R$ 11,06.
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BR Insurance (BRIN3, R$ 2,01, -18,95%)
As ações da BR Insurance desabaram após balanço do quarto trimestre. A companhia reverteu lucro líquido de R$ 18,682 milhões no quarto trimestre de 2013 para prejuízo líquido de R$ 6,802 milhões no mesmo período deste ano. A receita líquida caiu 10,8% no trimestre, para R$ 55,068 milhões.
Celesc (CLSC4, R$ 18,31, +36,24%)
A estatal elétrica de Santa Catarina Celesc fechou com fortes ganhos hoje após registrar lucro líquido de R$ 513,1 milhões ano passado, crescimento de 158% na comparação com 2013, segundo dados divulgados na noite de sexta-feira. No ano, a receita operacional líquida da companhia avançou 28,2%, para R$ 6,25 bilhões.
Segundo o BTG Pactual, o resultado da empresa foi forte, com um Ebitda de R$ 744 milhões no quarto trimestre de 2014, contra R$ 198 milhões esperados, mas ajudado por uma reversão de ativos/passivos regulatórios no valor de R$ 395 milhões e pela revisão da provisão de revisão tarifária de R$ 222 milhões. Na comparação com 2013, houve um crescimento de 3.060%. Os analistas destacaram ainda o dividendos de R$ 146 milhões, dando um payout (dividendos/lucro líquido) de 30%, o que levou o dividend yield (dividendos/preço da ação) de 26,4% no ano passado.
Prumo (PRML3, R$ 0,27, +3,85%)
O Itaú tornou-se novo acionista minoritário da Prumo Logística, antiga LLX. O banco executou as ações dadas em garantia por Eike Batista, fundador e antigo controlador da companhia, passando a deter 6,43% do capital da empresa, que tem como ativo o Porto do Açu, no Rio de Janeiro. A participação de Eike foi reduzida para 0,26%.
Cia Hering (HGTX3, R$ 16,50, -0,72%)
O BTG Pactual reiterou recomendação de compra para as ações da Cia Hering, com novo preço-alvo de R$ 26 por ação, citando bons fundamentos no longo prazo mas ainda desafios no curto prazo.
BHG (BHGR3, R$ 18,74, +0,86%)
O leilão da OPA (Oferta Pública de Aquisição) de ações da companhia foi marcado para dia 30 de abril, a partir das 16h (horário de Brasília). O preço a ser pago será de R$ 19 por ação. A OPA da BHG tem como objetivo o cancelamento do registro de companhia aberta da companhia e, consequentemente, a saída da mesma do segmento especial de negociação do Novo Mercado da BM&FBovespa.
Dufry (DAGB33, R$ 486,00, +6,58%)
A suíça Dufry acertou a compra de uma participação majoritária na italiana World Duty Free, em um acordo que cria a maior empresa de duty free do mundo e avalia o grupo italiano em torno de 3,5 bilhões de euros. A holding que controla a World Duty Free, de propriedade da família Benetton, informou no sábado que estava vendendo sua participação de 50,1% no grupo para a Dufry por 10,25 euros por ação. A World Duty Free tem dívidas de cerca de 900 milhões de euros. A Dufry vai realizar um aumento de capital para financiar parcialmente a compra e vai lançar uma oferta de aquisição – que é obrigatória pela lei italiana – por todas as ações restantes da World Duty Free.