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Dois resultados positivos, mas com reações diferentes no mercado na sessão desta quarta-feira (26). Enquanto as ações da Microsoft (MSFT34) registraram ganhos superiores a 7% na Nasdaq, os ativos da Alphabet (GOGL34), dona do Google, fecharam próximas à estabilidade. Os ativos MSFT saltaram 7,24%, a US$ 295,37, enquanto os GOOG tiveram leve queda de 0,15%, a US$ 104,45.
A Alphabet teve lucro líquido de US$ 15,05 bilhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), uma queda de 8,5% na comparação com US$ 16,44 bilhões do mesmo período do ano anterior. O lucro por ação ajustado foi de US$ 1,17. A receita líquida, por sua vez, atingiu a cifra de US$ 69,79 bilhões no 1T23, alta de 3% na base anual e ligeiramente acima dos US$ 68,95 bilhões previstos pela Refinitiv.
Já a Microsoft lucrou US$ 18,30 bilhões no terceiro trimestre fiscal, encerrado no último mês de março. A cifra é 9% maior que a registrada um ano antes. O lucro diluído por ação veio em US$ 2,25, superando expectativas. A receita da companhia no trimestre registrou um crescimento de 7%, para US$ 52,9 bilhões, acima do consenso do mercado, que projetava uma cifra de US$ 51,02 bilhões.
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O Itaú BBA aponta alguns motivos que podem ajudar a explicar essa diferença de desempenho.
Sobre a Microsoft, os analistas do banco apontam que, nos últimos trimestres, investidores (incluindo o próprio banco) têm estado muito preocupados com a Azure (plataforma de computação em nuvem operado pela Microsoft). Feedback negativo de otimizadores e dados alternativos fracos indicavam que a desaceleração dos últimos trimestres tinha chegado para ficar. E isso foi praticamente a única razão para não comprar a ação, segundo os analistas. No entanto, os resultados do terceiro trimestre do ano fiscal de 2023 (o que corresponde ao primeiro trimestre no calendário usual) dissiparam essas preocupações.
“Não vemos limites para o que a Microsoft pode alcançar com sua história única de Inteligência Artificial (IA) no futuro”, apontam.
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O crescimento anual da Azure de 31% no período e o subsequente avanço anual de 26%-27% da companhia (acima do objetivo de 24%-25%) seriam suficientes para movimentar a ação. No entanto, a administração observou que há pouco espaço para mais otimização e que as comparações começarão a melhorar no futuro. “Interpretamos isso como uma mudança no impulso dos negócios de nuvem da Microsoft”, avaliam os analistas.
Além disso, o BBA destaca que a Microsoft apresentou um trimestre muito forte, com crescimento de dois dígitos para O365, margens (rentabilidade) melhores do que o esperado, um fundo aparente para o Windows OEM (muito importante para
margens) e bom controle de custos.
Desta forma, isso impulsionou o lucro da ação da empresa em 10% acima das estimativas do consenso.
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Após os números da Microsoft, o Itaú BBA decidiu revisar a sua estimativa de lucro por ação em 3%, mas vê potencial de alta dependendo da orientação oficial para o quarto trimestre fiscal (segundo trimestre no calendário usual).
“Com as preocupações relacionadas à Azure agora abordadas, é hora de avaliar melhor as oportunidades de Inteligência Artificial para a Microsoft. Se tais oportunidades se mostrarem um acelerador material de receita e dada a singularidade da IA, não descartamos que a Microsoft, em algum momento, seja negociada em múltiplos semelhantes aos da Nvidia (45 vezes o preço em relação ao lucro – P/L – em 2024), que parece ser a principal história de IA em todo o mundo”, avalia.
A recomendação do banco para a ação é de compra”, reiterando o papel como sua principal escolha de longo prazo no setor de tecnologia dos EUA, com preço-alvo de US$ 333 por ação, ou potencial de valorização de 21% frente o fechamento de terça.
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Já sobre a dona do Google, o BBA aponta que a Alphabet entregou um forte primeiro trimestre, com melhorias significativas de custos e ganhos de eficiência impressionantes, superando até mesmo as expectativas mais otimistas dos investidores.
As receitas mostraram sinais iniciais de melhora à medida que o retorno do investimento em pesquisa estabilizou e a demanda do Youtube parece se estabilizar, após vários trimestres fracos.
Com isso, as ações subiram inicialmente 4% no pós-mercado, após meses de fraqueza.
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“Finalmente é hora de comprar, certo? Bem… não exatamente”, questiona e responde o banco.
O BBA aponta que as ações precisam de narrativas, especialmente em tecnologia, e há uma notável falta de uma boa história de investimento para o Google, na visão dos analistas.
Falta de clareza nos custos de inferência de LLM (modelo de inteligência artificial), nenhuma resposta clara sobre o relacionamento com a Apple no mecanismo de busca padrão e nenhum anúncio sobre avanços em Inteligência Artificial são fatores que não trazem tanto ânimo sobre o case de investimentos no Google.
“Como ficar animado com um quase-monopólio que está sob cerco de uma grande startup (OpenAI – de inteligência artificial) e avanço da gigante da tecnologia (Microsoft), tudo isso enquanto a gestão não consegue comunicar uma estratégia clara para lidar com a situação? Pela primeira vez em nossas carreiras, estamos revisando o lucro por ação do próximo ano para uma empresa em impressionantes cerca de +33% (e +21% para o EBIT) e ainda assim não recomendamos uma compra no nome”, afirmam os analistas da casa.
Eles concluem dizendo que, infelizmente, os números, por si só, não contam uma boa história. “Talvez o que o Google precise seja de muita inspiração”, apontam. O banco tem recomendação equivalente à neutra para a ação da Alphabet, com preço-alvo de US$ 116, ou potencial de alta de 9,4% frente o fechamento da véspera.