Dólar fecha em queda de 1,5% e volta para patamar abaixo de R$ 5, com dados dos EUA e falas de Haddad e Campos Neto

O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre, elevando esperanças de Fed mais brando

Equipe InfoMoney

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O otimismo que tomou conta dos mercados globais nesta quinta-feira após a divulgação de balanços corporativos positivos nos EUA, na Europa e na China foi um dos motivos para o dólar recuar mais de 1% ante o real, o que recolocou a moeda norte-americana abaixo do nível psicológico de R$ 5.

Investidores que estão vendidos no mercado futuro de dólar (com apostas na queda da moeda) também aproveitaram o cenário para puxar as cotações para baixo, já que na sexta-feira ocorre a disputa pela formação da Ptax de fim de mês –a taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que servirá de referência para a liquidação de derivativos no início de maio.

O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 4,980 na compra e na venda, em baixa de 1,52%. Foi a primeira vez desde 18 de abril que a moeda norte-americana encerrou a sessão abaixo dos R$ 5.

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Mais cedo, o dólar repercutia os dados mais fracos do que o esperado sobre o desempenho da economia norte-americana no primeiro trimestre, enquanto monitoram debate no Senado com participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre, apesar do aumento nos gastos do consumidor, e a atividade deve se moderar ainda mais à medida que os efeitos da taxa de juros mais alta se espalham.

O PIB norte-americano cresceu a uma taxa anualizada de 1,1% no último trimestre, informou o Departamento de Comércio. A economia havia crescido a um ritmo de 2,6% no quarto trimestre. Economistas consultados pela Reuters previam avanço do PIB a uma taxa de 2,0%.

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O dado mais fraco do que o esperado tende a sustentar esperanças de que o Federal Reserve seja mais brando do que o esperado na condução da política monetária. Num geral, após a leitura, persistiu a visão majoritária do mercado de que o banco central dos EUA elevará os juros em 0,25 ponto percentual uma última vez em seu encontro da semana que vem.

O Citi disse em relatório desta quinta-feira que mantém “um viés positivo sobre os nomes de alto rendimento do mercado de câmbio emergente, uma vez que a volatilidade deve permanecer contida nos trechos finais do ciclo do Fed, embora o posicionamento esticado possa exigir um período de consolidação”.

No Brasil, o Plenário do Senado promoveu sessão de debates temáticos, com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; da ministra do Planejamento, Simone Tebet; e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, embora este último esteja em período de silêncio antes da reunião de política monetária da semana que vem.

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A expectativa é de que a taxa Selic seja mantida nos atuais 13,75% no encontro, nível elevado que deixa o real atraente para investidores estrangeiros, mas que também tem gerado fortes críticas do governo por restringir a atividade econômica e a oferta de crédito.

Ao lado de Campos Neto em debate no Senado, Haddad afirmou nesta quinta-feira que o país terá problemas fiscais se a economia continuar desacelerando como resultado da condução da política monetária, e pediu “harmonização” entre ações do governo e do BC.

Na mesma sessão, Campos Neto voltou a pregar persistência no combate à alta de preços, defendeu o sistema de metas de inflação e justificou o atual nível dos juros, argumentando que as taxas altas são efeito do nível alto da dívida pública, e não sua causa.

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(com Reuters)