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Se na véspera o dólar registrou queda ante o real acompanhando o noticiário interno, nesta quinta-feira (25) os temores externos impactam a moeda americana.
O dólar tinha alta expressiva de mais de 1% frente ao real nesta quinta-feira, seguindo a alta da divisa norte-americana no exterior após a agência de classificação de risco Fitch ter adotado perspectiva negativa para a nota de crédito dos Estados Unidos, conforme se aproxima o prazo para governo e Congresso chegarem a um acordo para elevar o teto da dívida do país antes de um possível calote catastrófico.
O dólar comercial fechou com alta de 1,66%, a R$ 5,035 na compra e R$ 5,036 na venda.
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Essa alta estava em linha com o avanço de cerca de 0,30% do índice que compara a divisa norte-americana a uma cesta de pares forte.
“Mercados operam com cautela, com impasse sobre dívida americana ainda no radar”, destaca o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em relatório. “A dificuldade do Congresso norte-americano de chegar em um consenso sobre o teto da dívida aumenta o risco de que o governo não consiga fazer o pagamento de alguns compromissos.”
Negociadores do presidente norte-americano, Joe Biden, um democrata, e o líder dos republicanos no Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, conduziram o que os dois lados chamaram de negociações produtivas na quarta-feira.
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No entanto, a agência de classificação de risco Fitch colocou uma perspectiva negativa para a nota de crédito dos Estados Unidos, que é “AAA”, citando as crescentes disputas políticas em torno do teto de dívida do país, o que elevou os custos de empréstimo de curto prazo dos EUA para mais de 7%.
O dólar, a moeda de reserva do mundo, é sempre um dos ativos mais procurados por investidores em tempos de incerteza econômica. Um calote nos Estados Unidos provavelmente causaria estragos financeiros e econômicos a nível global, dada a posição central dos EUA nos mercados internacionais, dizem especialistas.
Apesar de o governo e o Congresso dos EUA não terem chegado a um consenso, fontes familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que um acordo começa a se desenhar. A expectativa é por um acordo simplificado e que os negociadores cheguem a números máximos para gastos discricionários, incluindo um número para gastos militares, mas deixem os parlamentares elaborarem os detalhes de categorias como habitação e educação por meio do processo normal de apropriações nos próximos meses.
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Mais cedo, Jose Faria Junior, sócio da Wagner Investimentos, destacou que a principal resistência para o dólar estava em R$ 5,01 no mercado spot. “Acima deste nível pode subir um pouco mais, mas provavelmente não reverterá a tendência de baixa de médio prazo. Assim, hoje voltamos a recomendar venda, mas deixando margem para caso o dólar/real rompa a linha para cima em meio a agenda ainda muito forte até o dia 14 de junho (quando ocorrerá a reunião do Fomc)”, aponta.
No Brasil, o IPCA-15 subiu menos do que o esperado em maio apesar da forte pressão dos preços de leite e medicamentos, com a taxa em 12 meses recuando ao menor nível em cerca de dois anos e meio, no mais recente sinal de alívio inflacionário.
“IPCA-15 bem abaixo do esperado e com qualitativo melhor. Número deve dar suporte adicional à melhora dos ativos locais”, escreveu Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG Investimentos.
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Por outro lado, a avaliação de que a inflação mais baixa pode levar a um cenário de queda dos juros retira a atratividade do chamado carry trade (quando estrangeiros aportam dinheiro no país para ganhar com diferencial de juros entre o Brasil, mais altos, e países desenvolvidos, mais baixos). Contudo, cabe destacar que, mesmo com a queda dos juros por aqui, a expectativa é de que o diferencial siga alto.
Além disso, a sessão foi marcada pelos anúncios pelo governo nesta quinta-feira para baratear o preço do carro popular.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9534 reais na venda, com baixa de 0,38%, com os investidores repercutindo a aprovação do arcabouço fiscal.
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(com Reuters)