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SÃO PAULO – O dólar volta a disparar no início da sessão desta quarta-feira (21), após interromper uma sequência de seis altas na véspera, dia em que o Banco Central atuou fortemente no mercado ao atuar três vezes no mercado e anunciar mais um leilão de swap cambial.
Às 11h27 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava valorização de 0,88%, a R$ 2,415 na compra e R$ 2,1452 na venda. E os movimentos da divisa estrangeira, que no mês acumula ganhos de cerca de 6% no mês, é um bom sinalizador das expectativas do mercado em relação ao programa de flexibilização monetária, o QE3 (Quantitative Easing 3), em dia em que será divulgada a ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee).
Desde maio, um dos fatores que vem impulsionando a disparada do dólar é a expectativa pela redução de estímulos à economia dos Estados Unidos. O presidente do Fed, Ben Bernanke, já apontou que, caso os dados econômicos, como indicadores de emprego e a inflação, atinjam determinados patamares favoráveis, a redução pode ocorrer antes do final do ano.
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Com as sinalizações de que a era do “dinheiro barato” está chegando perto do fim com a redução dos programas mensais de US$ 85 bilhões de dólares de compra de títulos, grandes investidores diminuíram suas exposições em países emergentes, o que inclui o Brasil, o que contribuiu para a escalada da moeda. Com a valorização do dólar nesta data, o mercado segue apreensivo frente às sinalizações de quando ocorrerá este movimento.
Como será a Ata do Fomc?
As indicações são de que o Federal Reserve siga um discurso brando, conhecido pelo mercado como dovish. Porém, mesmo com todos os movimentos das últimas sessões, a minuta pode trazer importantes indicações sobre os próximos passos da autoridade monetária.
Alguns observadores acreditam que a autoridade monetária está pronta para diminuir o programa de compra de títulos no valor de US$ 85 bilhões mensais, enquanto outros discordam. Enquanto isso, o rendimento dos títulos já sinaliza os próximos passos do Fed: os Treasuries de 10 anos, tidos como referência, elevaram para 2,9%. “Os preços dos Treasury Bonds aparentemente já anteciparam boa parte do tapering”, destaca a LCA Consultores.
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Os economistas da consultoria ressaltam ainda que, a julgar as recentes declarações de diretores do Fed e os indicadores da atividade econômica e inflação, as chances da autoridade monetária manter a sinalização do tapering do QE3 a partir de setembro são altas.Portanto, avaliam, a minuta devem ser hawkish – mais agressivas e incisivas – na direção da diminuição do ritmo de compras – referente ao QE3.