Eletrobras destaca Chesf e Eletronorte no desempenho do primeiro trimestre

Gerente de relações com investidores lembra que lucro da companhia "poderia ser bem maior" com a incorporação de Furnas

Luis Madaleno

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SÃO PAULO – Em teleconferência realizada com investidores e analistas, o gerente de relações com investidores da Eletrobras (ELET3, ELET6), Arlindo Soares Castanheira, discorreu sobre o resultado da companhia no primeiro semestre, abstendo-se de fornecer muitos detalhes quanto às estratégias futuras da companhia devido à ausência de Armando Casado de Araújo, diretor financeiro e de relações com investidores. 

Dentre os destaques ressaltados por Castanheira, está o lucro líquido de R$ 519,8 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 413% em relação aos R$ 101 milhões revelados no mesmo período do ano passado. 

No entanto, o gerente lembra que a cifra “poderia ser bem maior”, uma vez que não foram incorporados os resultados de Furnas. “Não tivemos tempo de incluir”, justificou. A morosidade deve-se a um novo sistema de gestão e sua adaptação contábil, que ainda deve passar por auditoria. Cabe lembra que Furnas é responsável por aproximadamente 46% do Ebitda (geração operacional de caixa) da Eletrobras. 

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Chesf e Eletronorte se destacam 
Outro destaque do intervalo de janeiro a março, na avaliação de Castanheira, foi a Chesf. A controlada reportou aumento de 65% no lucro líquido ante o primeiro trimestre de 2009, para R$ 434 milhões. O forte desempenho foi decorrência da redução de encargos das dívidas – com redução em suas despesas – e uma menor provisão no período. 

Além da Chesf, a Eletronorte também listou boa performance. A companhia reverteu o prejuízo exibido no primeiro trimestre do último ano e revelou lucro de R$ 62 milhões. Segundo Castanheira, o impulso no resultado veio da capitalização de suas dívidas por parte da controladora e dos subsídios relativos à medida provisória número 466, bem como da redução de encargos da dívida. 

Demais: resultado tímido
O executivo avaliou que o desempenho das demais controladas – tais qual a Eletrosul, a CGTEE, e a Eletronuclear – foi semelhante ao reportado no mesmo período de 2009, com resultados de pouca relevância contábil nos números consolidados.

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Câmbio, datas e aumento da dívida
Castenheira lembrou ainda que o lucro da Eletrobras foi bastante beneficiado pelos recebíveis em moeda estrangeira, com ganhos de R$ 227 milhões devido à mudança de posição do dólar e R$ 170 milhões em termos de atualização monetária – variação do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). 

Questionado com relação a uma possível data para a entrega do resultado de Furnas, o gerente afirmou não haver previsões e lembrou que problema parecido já ocorreu no início deste ano, com relação à divulgação dos números do último trimestre de 2009. No entanto, afirmou que “Furnas tem perfil muito parecido com a Chesf”, o que pode nortear previsões. 

Por fim, Castanheira confirmou que a companhia possui planos de aumentar a dívida em dólar em US$ 2 bilhões, sendo que US$ 500 milhões “já estão praticamente alocados no Banco Mundial”, e ressaltou que a Eletrobras possui uma carteira de investimento diversificada, estudando aporte de capital tanto no País quanto fora.

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Novo agendamento 
Cabe lembrar que a ausência do diretor financeiro da companhia ocorreu devido “a um imprevisto”, de acordo com Castanheira, “impedindo-o de chegar a tempo”. No entanto, será agendada uma nova teleconferência para que Araújo possa explicar com mais detalhes e “propriedade” quais são as estratégias da companhia.

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