Eletrobras (ELET6): CEO diz que ‘jamais’ a empresa coloca em risco a segurança das operações e garantiu tarifas menores ‘possíveis’

Ivan Monteiro vê o futuro da companhia como comercializadora de energia e que ela está “se preparando” para o próximo leilão de transmissão

Augusto Diniz

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Na teleconferência de resultados do 3T23, Ivan Monteiro, CEO da Eletrobras (ELET6), fez uma abertura que soou como uma resposta às críticas que recebeu a empresa após o apagão no país em agosto. É a primeira participação do executivo em uma apresentação de balanço da companhia desde a saída de Wilson Ferreira Júnior da presidência, um dia antes do registro de colapso de energia.

“É natural que a gente buscasse no primeiro momento (após a privatização) a eficiência operacional com redução do PMSO (despesas com pessoal, material, terceiros e outras). Já anunciamos dois planos de demissão voluntária [PDV]. O primeiro bastante avançado e o segundo recente, só que em andamento, com foco muito claro: jamais colocar em risco a segurança das operações da companhia”, disse a analistas.

Os dois PDVs têm previsão de economia à empresa de R$ 1,870 bilhão.

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Busca de eficiência

“A busca da eficiência é sempre presente por que ao fim e ao cabo ela vai redundar em benefício para os consumidores. Essa também é orientação do regulador ao fixar parâmetros claros em que a companhia deve buscar uma eficiência comparável aos seus pares, e sempre o benefício como resultado final de tarifas menores possíveis para o consumidor”, complementou.

O CEO afirmou que a agenda de investimento está “claramente acelerada”, com foco em modernização e reforços e melhorias. “A confiabilidade de nossos ativos de geração e transmissão são fundamentais para o bom funcionamento do sistema como um todo, e isso são nossas prioridades”, ressaltou, expressando mais uma vez a preocupação da empresa com a operação de seus ativos de energia.

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Prioridade é na melhoria de seus empreendimentos

Ivan Monteiro comentou também que o crescimento inorgânico da empresa está no foco, mas mencionou que a prioridade são os ativos existentes. Ele também anunciou participação da Eletrobras no próximo leilão de transmissão.

“As expansões se darão com a participação em leilões – ganhamos um lote no último leilão anunciado e estamos nos preparando para o próximo leilão em dezembro. Mas não esperem da Eletrobras grandes aquisições, ativos no exterior. Isso não é uma prioridade. A prioridade é de ativos existentes que são de extrema qualidade, buscar a sua modernização e, novamente, ‘linkar’ com a agenda de busca de eficiência”, comentou.

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Sem medo do preço de energia

Sobre o futuro, o CEO disse que Eletrobras “não tem medo da discussão do preço da energia e dos níveis que o preço de energia se situam”. Ele explicou que a empresa tinha 30 clientes e hoje tem 250 e pretende ter mais.

“Essa busca de clientes passa por criação e uma área de comercialização que vai ficar localizada no Estado de São Paulo, e a construção de mesa de trade energia focada exclusivamente na nossa energia”, destacou.

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Monteiro afirmou que a companhia tem conversado com setores de siderurgia, papel e celulose e mineração dentro do foco de atender empresas. “A companhia será vocacionada para clientes e gerar soluções para clientes”, pontuou.

Negócios e aderência

Eduardo Haiama, CFO da Eletrobras, destacou no período a venda da termoelétrica de Candiota (RS), do desfazimento da participação minoritária na Copel, da aquisição da UHE Baguari (MG) da Cemig e Neoenergia e a consolidação da aquisição da UHE Teles Pires (MT).

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“Na racionalização das SPEs (sociedade de propósito específico), muito mais importante do que reduzir o número em si é melhorar essa estrutura. Desde o início do processo, reduzimos mais de 100 SPEs e incorporamos quase 2 GW para o nosso portfólio”, afirmou o CFO.

De acordo ainda com Haiama, todas essas ações “visam única e exclusivamente no portfólio a aderência às grandes linhas de negócios que é geração e transmissão”.