Eletrobras quer economizar R$ 1,7 bi com novo plano; Petrobras, Vale e mais 12 notícias no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (23)

Lara Rizério

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará

  *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará.
Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).
Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta segunda-feira (23) começa movimentado, com destaque para notícias de estatais como Petrobras e Eletrobras, além de mudanças nas diretorias da Raia Drogasil e Tecnisa. Confira os destaques desta segunda-feira:

Eletrobras (ELET3;ELET6)
Em matéria sobre a Eletrobras, que traz entrevista com o presidente da companhia Wilson Ferreira Júnior, o jornal O Estado de S. Paulo aponta que, com a reestruturação, as empresas do grupo terão de seguir um rito de corte de custos e enxugamento da estrutura ditados pela controladora. Haverá a redução das chamadas funções gratificadas – funcionários que são designados em caráter transitório para desempenhar atividades de assessoria e de gerência. Por causa disso, recebem uma gratificação que pode variar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês. Depois de um período, essa gratificação começa a ser incorporada ao salário.

Só na holding havia 228 posições gratificadas na área de gerência. De novembro pra cá, esse número foi reduzido para 99. “Tínhamos quatro níveis hierárquicos. Decidimos ficar com três”, afirmou o presidente da estatal ao jornal. No grupo todo, são 2.220 pessoas que agora estão sob a mira do executivo. Ainda neste primeiro trimestre, 30% dessas funções devem ser cortadas.

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Junto a isso, haverá um Programa de Demissão Voluntária (PDV), que pode resultar no corte de 2,4 mil pessoas, e um plano de aposentadoria incentivada. Pelos estudos feitos até agora, cerca de 35% do pessoal da estatal teria idade para se aposentar. No total, espera-se reduzir de 23 mil para 12 mil o número de funcionários – isso inclui a privatização das distribuidoras da empresa, que têm 6 mil funcionários. Se conseguir implementar o plano, em 2018 a empresa teria uma economia de R$ 1,7 bilhão.

Petrobras (PETR3;PETR4)
Segundo cálculos da Bloomberg, as 13 refinarias da Petrobras no Brasil operaram a 77% da capacidade no ano passado, a menor taxa desde 2000. O processamento de refinarias caiu 7,7% na comparação mensal em dezembro para 1,6 mi barris por dia e teve queda de 15% na base anual. As operações desaceleraram em meio à queda de demanda. Em novembro, as refinarias da Petrobras chegaram a menor nível de atividade em 5 anos.

TIM Participações (TIMP3)
O Morgan Stanley elevou a recomendação para as ações da TIM de equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para overweight (exposição acima da média do mercado), com o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) sendo elevado de US$ 14,90 para US$ 16,40. 

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Raia Drogasil (RADL3)
A Raia Drogasil, que anunciou que Antonio Carlos de Freitas deixa a função de Diretor de Varejo, após trabalhar na empresa por 18 anos, sendo treze na antiga Drogasil.

Segundo a companhia, “como diretor da Drogasil desde 1999, Freitas transformou a operação de varejo e liderou a sua expansão, contribuindo para que se tornasse um player de referência e a primeira empresa do varejo farmacêutico brasileiro a ingressar no Novo Mercado com uma bem-sucedida oferta realizada em 2007”. Ele seguirá como consultor junto à gestão da empresa.

Para seu lugar entrará Renato Raduan, que atualmente é diretor de Operações e passará a acumular as operações das bandeiras Raia e Drogasil e, também, Farmasil, ao passo que Eugênio De Zagottis, atual diretor de Planejamento Corporativo e de Relações com Investidores da Companhia, responderá também pelas Relações Institucionais da companhia.

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Tecnisa (TCSA3)
Outra empresa que anunciou mudanças foi a Tecnisa, com a renúncia de Vasco de Freitas Barcellos Neto como Diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Com isso, o conselho da empresa aprovou a eleição de Flavio Vidigal de Capua para substituí-lo.

A companhia informou que Flávio Capua possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro em bancos nacionais e internacionais, tendo passado pelas áreas de investment banking, corporate banking, research, crédito e fusões e aquisições. Ele trabalhou no Banco Santander, Unibanco e Finasa.

Renova (RNEW11)
O Conselho de Administração da Renova Energia decidiu nesta sexta-feira aceitar proposta vinculante da AES Brasil por seu complexo eólico Alto Sertão II, por unanimidade, segundo ata de reunião do colegiado divulgada ao mercado.

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A AES Brasil, da norte-americana AES, terá exclusividade para a compra por 650 milhões de reais das usinas eólicas na Bahia por 45 dias a partir da assinatura da aceitação da proposta vinculante.

Na reunião, o conselho também recebeu o pedido de renúncia do diretor vice-presidente de Engenharia e Operações da companhia, Fernando Chein Muniz, que ocupava o posto desde o final de 2015. A renúncia terá efeitos a partir de 1° de fevereiro.

A Reuters antecipou em 2 de janeiro que a AES faria uma proposta pelo parque eólico da Renova.

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A Renova, controlada pela mineira Cemig, vinha buscando formas de levantar recursos para reduzir dívidas e viabilizar seu plano de investimentos. 

BM&FBovespa (BVMF3)
O conselheiro indicado pelo CME Group para o conselho de administração da BM&FBovespa, Charles Peter Carey, renunciou ao posto, informou a bolsa paulista em comunicado ao mercado nesta sexta-feira.

A BM&FBovespa informou ainda que a CME manifestou não ter interesse, no momento, em nomear um novo candidato para o conselho da companhia. A bolsa não informou o motivo da renúncia de Carey.

Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú Unibanco anunciou na sexta-feira que acertou acordo para adiar para janeiro de 2022 a aquisição das ações do CorpBanca na Colômbia, que daria ao conglomerado financeiro brasileiro a quinta posição entre os bancos de varejo colombianos. A fusão da unidade chilena do Itaú Unibanco com o chileno CorpBanca foi anunciada como concluída em abril do ano passado. A expectativa era que a empresa resultante dessa união adquirisse os ativos do CorpBanca Colombia até 29 de janeiro deste ano.

O Itaú Unibanco não informou o motivo do adiamento da conclusão do negócio na Colômbia. A aquisição já tinha sido aprovada pelos acionistas do CorpBanca Colombia. O aditamento do acordo prevê agora a substituição da obrigação de uma oferta pública inicial de ações (IPO) do CorpBanca Colombia pelo registro do banco como uma companhia aberta com ações listadas na bolsa colombiana.

EzTec (EZTC3)
A incorporadora e construtora Eztec lançou um empreendimento imobiliário no quarto trimestre, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 61 milhões, na zona sul de São Paulo (Up Home Vila Mascote). No terceiro trimestre de 2016 e no quarto trimestre de 2015, não houve lançamentos. A companhia terminou 2016 com três lançamentos, somando VGV de R$ 205 milhões.

No fim do ano, a empresa também fez a aquisição de 20% de participação nos projetos Royale Prestige, Tresor e Merit, além de 45% no projeto Brasiliano, alcançando a soma de 80% e 90% de participação nestes empreendimentos, respectivamente. Esta iniciativa somou R$ 26 milhões ao VGV de 2016, que totalizou R$ 231 milhões, alta de 18% em relação ao ano anterior.

Em relatório operacional divulgado nesta sexta-feira, 20, a Eztec explicou que a safra de lançamentos de 2016 foi especificamente direcionada para os segmentos de média-alta e alta renda, uma vez que eles mostram maior resiliência em um período em que a renda e o crédito imobiliário para o usuário final estiveram reduzidos. Além disso, a companhia distanciou-se do modelo de grandes projetos que predominou durante o seu boom de lançamentos, passando a optar por projetos menores voltados para a cidade de São Paulo. 

As vendas líquidas da Eztec no quarto trimestre chegaram a R$ 39 milhões, queda de 42% em relação a igual intervalo do ano anterior. No entanto, a companhia conseguiu reverter a situação negativa do terceiro trimestre, quando os distratos superaram as vendas. Desta forma, o quarto trimestre foi o melhor período de vendas no ano. A velocidade de vendas líquida foi de 3,1% no quarto trimestre ante 5,3% nos mesmos meses do ano anterior.

Já na comparação de 2015 com 2016, as vendas líquidas despencaram 82%, para R$ 76 milhões. Em 2016, as vendas brutas foram de R$ 628 milhões, e os distratos de R$ 552 milhões. Apesar de muito alto, o montante de R$ 552 milhões de distratos no acumulado de 12 meses é o primeiro recuo após sete trimestres consecutivos de altas. No relatório, a Eztec afirmou ainda que há um esforço permanente por parte da administração de reduzir a inadimplência da carteira de recebíveis, seja por meio de descontos, downgrades (mudança de cliente para imóvel menor, evitando inadimplência), ou adiantamento do distrato.

Segundo o BTG Pactual, os números foram fracos, mas em linha com o esperado pelo mercado, apontando ainda para uma recuperação após um preocupante terceiro trimestre de 2016. “Após um forte desempenho no acumulado do ano, com alta de 18%, nós mantivemos nossa recomendação de compra uma vez que acreditamos que a EzTec poderia ser uma das primeiras companhias para se beneficiar da potencial recuperação das vendas do setor imobiliário”, afirmam os analistas. 

Oi (OIBR4)
O Opportunity negou notícia de que o Daniel Dantas estaria interessado em investir na operadora Oi. Segundo informações da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, Daniel Dantas estaria negociando com um investidor financeiro uma possível parceria. Se fechar, o banqueiro disputará a encrencada operadora com velhos conhecidos. Um é Ricardo K, representante no Brasil do Cerberus, especializado em companhias enroladas e de quem foi adversário na histórica disputa pela BrasilTelecom. O outro seria Nelson Tanure, acionista relevante da Oi e contra quem disputou também em brigas no setor de telefonia. 

MRV (MRVE3)
A MRV aprovou a emissão de R$ 500 milhões em debêntures. A nona emissão de debêntures da companhia será feita em 3 séries para investidor qualificado, disse a MRV em comunicado ao mercado. A primeira série vence em 15 de fevereiro de 2020, remuneração máxima 100% do DI mais spread 2,25% ao ano. A segunda vence em 15 de fevereiro de 2022, remuneração máxima 100% DI mais spread 2,90%. A terceira série vence em 15 de fevereiro de 2022, remuneração máxima NTN-B 2022 mais spread de 2,60%.

 Vale (VALE3;VALE5)
De acordo com a agência de classificação de risco Moody’s, o acordo com o MPF (Ministério Público Federal) é positivo para o crédito da Samarco, Vale e BHP Billiton. O acordo é positivo porque estabelece o processo e o prazo para um acordo final, a ser concluído até 30 de junho de 2017 e que resolveria as duas ações civis públicas relacionadas ao rompimento da barragem de Mariana, em novembro de 2015.

No entanto, o acordo final pode acarretar responsabilidades adicionais para a Samarco e seus acionistas, diz a Moody’s. A Vale, Samarco e BHP acertaram compromisso preliminar com MPF para liquidação de ação civil pública de R$ 155 bilhões relacionada ao rompimento da barragem da Samarco em Minas Gerais, em 5 de novembro de 2015, disse BHP em comunicado enviado na última 5ª-feira.

BRF (BRFS3)
A BRF se candidatou a assumir o controle indireto da maior produtora de aves e líder de mercado na Turquia, Banvit. Em 9 de janeiro, a BRF havia anunciado que iria assumir as operações da Banvit. Subsidiária integral da BRF fechou contrato com os acionistas controladores da Banvit Bandirma Vitaminli Yem Sanayii, que detêm 79,5% das ações da empresa, para aquisição destas ações. Além disso, foi realizado um acordo de joint venture entre a BRF e a Qatar Investment Authority (QIA), fundo soberano do Qatar, que irão constituir uma nova empresa, que vai adquirir as ações da Banvit. O acerto também regula questões de governança da nova companhia e de Banvit. Na joint venture, a BRF terá 60% e a QIA, 40% da participação societária, respectivamente.

O valor da Banvit foi avaliado em cerca de US$ 470 milhões. Devido ao valor da dívida líquida divulgado em 30 de setembro, o valor das ações (equity value) da Banvit seria, portanto, de aproximadamente US$ 340 milhões. Após a conclusão da operação, a nova empresa realizará oferta para aquisição de ações da Banvit para comprar participação restante de 20,5% detida pelos acionistas minoritários, nos mesmos termos e condições dos oferecidos aos controladores.

Unipar (UNIP6)
A CNV (Comisión Nacional de Valores) da Argentina aprovou a OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Unipar Indupa. A oferta será de 3,47 pesos argentinos por ação. A compra da Solvay Indupa pela Unipar foi anunciada no dia 2 de maio de 2016. A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o negócio, sem restrições, no dia 7 de dezembro de 2016.

Kroton (KROT3)
A Kroton disse que está integralmente alinhada com o cumprimento da legislação educacional brasileira e com as regras do financiamento estudantil, segundo comunicado à CVM. O comunicado visa esclarecer notícias sobre diferenciação de preços de mensalidades entre alunos com e sem Fies, segundo a empresa. A “mensalidade escolar aplicada para os alunos de uma turma é exatamente a mesma independentemente de ser um aluno FIES ou não FIES”, disse a companhia. “Descontado o ’efeito mix, a diferença dos encargos educacionais entre alunos FIES e não FIES é de 8% do encargo educacional (data base 2016/1) e integralmente justificada pela elegibilidade ou não elegibilidade dos alunos (FIES e não FIES) às bolsas e/ou descontos praticados pela Companhia”.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.