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SÃO PAULO – A queda de quase 30% do ouro em 2013 abre várias indagações sobre o futuro da commodity, amplamente usada como um “porto-seguro” contra as incertezas da economia e da bolsa. Essa função está sendo questionada pelo Société Générale, um dos maiores bancos da França.
Em relatório, Patrick Legland, estrategista de multimercados do banco francês lembrou que o ano de 2013 foi marcado por diversas notícias que deveriam ser vistas como positivas para o preço da commodity – mas que não conseguiram fazer com que o ouro avançasse durante o ano que está terminando.
Entre as “boas notícias” que deveriam fazer o ouro avançar estão as confusas eleições italianas, o resgate ao Chipre e o desligamento do governo norte-americano, acompanhado de uma crise a respeito do teto da dívida. Nada disso conseguiu superar a expectativa do mercado de que o Fed começaria a retirada do Quantitative Easing durante o ano – o que só se confirmou na segunda metade de dezembro.
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Confirma-se, então, que os temores de que o QE resultaria em uma elevada inflação nos EUA já se dissiparam no mercado. Com o ECB (Banco Central Europeu) e o Fed sinalizando uma inflação baixíssima em 2014, a expectativa é que o mundo sofra com deflação, como o Japão sofreu por vários anos.
E se o uso da como “porto-seguro” já se enfraqueceu, o mesmo pode-se dizer sobre o consumo usual, principalmente de países que usam bastante a commodity, como o sudeste asiático e oriente médio. Embora a demanda ainda esteja em “nível sólido”, o ouro ainda está supervalorizado.