Em carta, Kirchner diz agora que o promotor foi assassinado – e acusa opositores

"Por que alguém ia se suicidar sendo promotor e gozando ele e sua família de uma excelente qualidade de vida?", afirmou a presidente argentina em carta

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A presidente da Argentina Cristina Kirchner, escreveu uma carta publicada em seu site oficial em que fala sobre a morte do promotor Alberto Nisman. No texto, a presidente afirma estar convencida de que a morte do promotor “não foi um suicídio”. E, segundo ela, a morte do promotor faz parte de um plano para desestabilizar o seu governo. 

“Por que alguém ia se suicidar sendo promotor e gozando ele e sua família de uma excelente qualidade de vida?”, afirmou a presidente, que continua sem aparecer em público. 

E ainda ressaltou: “a denúncia do promotor Nisman nunca foi ela mesma a verdadeira operação contra o governo. Ela vai se derrubando logo. Nisman não sabia e provavelmente nunca soube. A verdadeira operação contra o governo era a morte do promotor depois de acusar a presidenta, seu chanceler, o secretário-geral La Cámpora (organização militante kirchenista) de serem encobridores dos iranianos acusados pelo atentado terrorista da Amia”. 

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Nisman foi encontrado morto em sua casa, em circunstâncias ainda desconhecidas, na noite de domingo (18), dias após denunciar a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e o chanceler Héctor Timerman por negociar um plano para garantir impunidade a fugitivos iranianos, afirmando que tinha escutas telefônicas com evidências sobre supostas manobras do governo argentino para “apagar o Irã do caso”. Ele se referia aos fugitivos acusados do ataque terrorista contra a Amia (Associação Mutual Israelita Argentina) em 18 de julho de 1994.

A presidente também reiterou que seus opositores usaram Nisman e depois o mataram. Ele ainda destacou que a denúncia de Nisman contra ela é inócua e que o promotor foi enganado ao acreditar que duas pessoas que ele investigava eram espiões ligados à Casa Rosada, quando na verdade, não eram.

“Usaram ele enquanto estava vivo e depois precisavam dele morto. É assim triste e terrível”, disse Cristina na carta.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.