Em dia de blue chips, Petrobras dispara 6% e Vale sobe 2%; educacionais saltam até 15%

Entre os destaques ainda estiveram novamente as ações de ALL e Cosan Logística, que fecharam no positivo após decisão do Cade

Paula Barra

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SÃO PAULO – A quinta-feira (12) foi de euforia para Bolsa, com o Ibovespa fechando com alta de 2,68%, a 49.532 pontos, sendo puxado por disparada das blue chips Petrobras, que subiu com fala do novo presidente, e da Vale. Além delas, ainda ficaram no radar dos investidores nesta sessão os papéis das educacionais, que fecharam com fortes ganhos em meio à notícia de que o governo deverá anunciar nos próximos dias as novas regras para concessão do Fies.

Chamaram atenção também as ações da ALL e Cosan Logística que seguiram com forte disparada após decisão do Cade, sendo que hoje quatro grandes bancos deram recomendação de compra para os papéis da ALL. Fora do Ibovespa, as ações da Alpargatas (ALPA4, R$ 8,20, +2,50%) chamaram atenção ao subir mais forte no final do pregão em meio à notícia de que o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) aprovou um financiamento de R$ 85,3 milhões para a companhia.

No entanto, a euforia não animou algumas outras ações da Bolsa, como foi o caso da Mills (MILS3, R$5,64, -4,41%), que voltou a fechar com fortes quedas nesta sessão, uma vez que é exposta ao setor de construção, que vem se deteriorando com as investigações da Operação Lava Jato em grandes empreiteiras que possuem, inclusive, negócios com a companhia.

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Veja os destaques da sessão desta quinta:

Educacionais
As ações das educacionais fecharam com fortes ganhos em dia de decisivo para o setor: Kroton (KROT3, R$ 10,99, +14,48%), Estácio (ESTC3, R$ 17,70, +10,63%), Ser Educacional (SEER3, R$ 13,15, +14,35%) e Anima (ANIM3, R$ 18,85, +10,11%). O governo deve anunciar nos próximos dias novas regras para concessão de financiamentos pelo Fies. O Ministério da Educação vai passar a exigir desempenho dos cursos superiores que quiserem participar do programa, além de avaliar se eles correspondem à expectativa de emprego e salário dos estudantes. 

Segundo matéria da Exame, a Carlyle, KKR e Vince Partners estariam interessadas em comprar a Uniasselvi da Kroton, que entrou nos planos da companhia desde a fusão com a Anhanguera, já que era uma das condições para que o Cade aprovasse o negócio. Cruzeiro do Sul e Apollo também estão entre os possíveis participantes. O processo deve ser concluído em abril.  

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Petrobras (PETR3, R$ 9,37, +5,88%; PETR4, R$ 9,50, +5,20%)
As ações da Petrobras também subiram forte hoje depois de sinalizações do novo presidente da estatal, Aldemir Bendine, de que irá implementar cortes nos investimentos e estimular a venda de ativos, conforme entrevistada dada ao Valor. Ele comentou também a abertura de capital de unidade de negócios onde a estatal é única acionista, descartando nova capitalização. Além disso, os papéis sobem junto com os preços do petróleo no mercado internacional. No mesmo momento, o petróleo Brent, negociado em Londres, sobe 4%, enquanto o WTI, cotado no Texas, avança 3,13%. 

ALL (ALLL3, R$ 5,56, +9,02%) e Cosan Logística (RLOG3, R$ 3,32, +12,93%)
Após o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) ter aprovado a fusão entre ALL e Rumo Logística, com restrições, quatro grandes bancos – Brasil Plural, Bradesco BBI, Itaú BBA e BTG Pactual – deram recomendação de compra para os papéis da ALL nesta quinta-feira, indo em linha com o sentimento gerado no mercado com o anúncio. As ações da companhia dispararam 13,8% na véspera, mas acumulam ganhos 40% desde o dia 4 de fevereiro com a expectativa da decisão, que põe fim a uma série de incertezas regulatórias que o processo de fusão causava entre investidores. 

Aprovada fusão com Rumo, 4 grandes bancos dão “compra” para ALL

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Natura (NATU3, R$ 27,00, -6,90%)
A Natura mostrou queda de 23% no lucro líquido no quarto trimestre devido às vendas no Brasil que continuam fracas com a concorrência mais forte e renda disponível menor com inflação em alta. Outro ponto preocupante foi a produtividade das consultoras da empresa, que apresentou queda de 6,2% na comparação anual. 

Usiminas (USIM5, R$ 3,66, -7,58%)
A Usiminas teve preço-alvo cortado pelo Santander para R$ 3,90, ante R$ 4,50. Segundo o analista Flávio Conde, a revisão não deve influenciar o pregão do dia uma vez que os investidores estão mais preocupados com a briga societária podendo ter impacto positivo também na USIM5, lembrando que a USIM3 já disparou. Hoje, os papéis ordinários da siderúrgica sobem 13,68%, a R$ 21,60.   

Braskem (BRKM5, R$ 12,72, +2,58%)
A empresa de petroquímicos Braskem divulgou nesta quinta-feira um prejuízo líquido de R$ 24 milhões no quarto trimestre e disse que o cenário de curto prazo é de cautela no mercado petroquímico. Em comentário sobre seu desempenho, a Braskem disse que segue empenhada nas negociações para renovação em “bases competitivas” do contrato de fornecimento de nafta com a Petrobras. A companhia anunciou ainda um programa de recompra de até 3,5 milhões de ações no prazo de um ano (começa dia 19/02). 

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Vale (VALE3, R$ 21,58, +2,27%; VALE5, R$ 18,58, +1,92%)
As ações da Vale deram sequência à alta da véspera e chegaram a alta de até 4% nesta sessão. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,29, +3,02%), holding que detém participação na mineradora. Desde o dia 29 de janeiro, as ações da Vale disparam quase 15%.  

Embraer (EMBR3, R$ 25,75, +1,06%)
A companhia pode receber até 300 novos pedidos firmes para E-175. A ação subiu com a disparada do dólar e a agora tem mais uma notícia positiva no radar, porém se a moeda voltar para R$ 2,80 no curtíssimo prazo, o papel pode voltar aos R$ 24, disse o analista Flávio Conde. Ele recomenda voltar para a ação apenas nesse patamar.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,11, +5,28%)
As ações do BB seguiram em alta após divulgação de resultados na véspera. O banco teve lucro recorrente acima do previsto no quarto trimestre, mas viu sua carteira de crédito crescer apenas um dígito em 2014, situação que pode se repetir neste ano, segundo suas próprias previsões. O BB informou que seu lucro líquido somou R$ 2,959 bilhões no período, recuo de 2,2% sobre a mesma etapa do ano anterior. A previsão média de analistas ouvidos pela Reuters era de lucro recorrente de R$ 2,908 bilhões. 

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Via Varejo (VVAR11, R$ 17,50, -1,80%)
A companhia de móveis e eletrônicos Via Varejo, controlada pelo Grupo Pão de Açúcar, divulgou nesta quinta-feira lucro líquido de R$ 356 milhões no quarto trimestre, recuo de 53,7% sobre um ano antes. Segundo o analista Flávio Conde, os números foram bem fracos. Para ele, o resultado pode bater na ação da Magazine Luiza (MGLU3, R$ 5,91, +2,25%), do mesmo setor. 

HRT (HRTP3, R$ 4,90, +2,30%)
A HRT, que está mudando o nome para PetroRio, obteve hoje aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para comprar parte da Shell Brasil Petróleo nos campos Bijupirá e Salema, localizados na Bacia de Campos. Sócia da Petrobras em ambos, a subsidiária brasileira da anglo-holandesa Shell está se desfazendo totalmente de sua participação de 80% nos respectivos contratos de concessão.

Sanepar (SAPR4, R$ 5,05, +4,99%)
A Sanepar, companhia de saneamento do Paraná, obteve reajuste de 12,5% dos valores das tarifas de serviço de abastecimento de água tratada e de esgotamento sanitário. O reajuste de 6,5% será a partir de 24 de março e mais 6% a partir de 1° de junho.