Em linha com o esperado, resultado da Rossi dá diretriz para performance em 2010

Segundo analistas, equalização do fluxo de caixa da companhia será um dos maiores desafios da administração para este ano

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Atendendo às expectativas do mercado, a Rossi divulgou, nesta terça-feira (30), seu resultado do quarto trimestre do ano passado. “Entregamos ou superamos todas as metas que tínhamos para 2009, independente dos cenários adversos que tivemos no ano”, disse o CFO (Chief Financial Officer) e diretor de RI (relações com investidores) da companhia, Cássio Audi, em entrevista exclusiva à InfoMoney.

“O resultado do ano de 2009 demonstra que a companhia conseguiu uma melhora significativa em termos de eficiência na gestão de despesas comerciais e administrativas”, avalia Cristiano Hees, analista da Brascan Corretora, destacando também o aumento da exposição da Rossi ao segmento econômico, cuja velocidade de vendas apresentou forte resultado, de 29,9% sobre a oferta total e de 32,1% sobre os lançamentos.

Baixa renda
“Nesse sentido, embora o mercado tenha reagido de maneira mais conservadora em relação ao setor como um todo nos últimos pregões, devido às expectativas quanto a segunda etapa do programa Minha Casa Minha Vida, entendemos que as companhias que apresentarem maior exposição ao segmento de baixa renda tendem a ser as maiores beneficiadas em 2010”, diz o analista da Spinelli, Kleber Hernandez.

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Ele identifica neste posicionamento da companhia o motivo para a “boa evolução em seu faturamento no quarto trimestre de 2009”, com a receita líquida atingindo R$ 475 milhões, um avanço de 49,1% frente ao mesmo período do ano anterior. 

Armando Halfeld, da Ativa Correta, disse esperar para 2010, “uma demanda forte para os imóveis da classe econômica da Rossi”, por conta do programa nacional de habitação. Segundo ele, o segmento deverá concentrar 55% dos lançamentos da empresa no ano, o que deverá se traduzir em uma melhora da performance de vendas da incorporadora.

Cash Burn
Outro ponto do resultado que mereceu a atenção foi o Cash Burn, que consiste na medição do consumo de caixa da companhia através da variação da dívida líquida, excluindo os aumentos de capital e os dividendos pagos. Avançando 59,8% frente ao trimestre anterior, o índice encerrou dezembro em R$ 187 milhões, o que “demonstra que a companhia adquiriu terrenos com maior parcela em dinheiro no período”, explica o analista da Brascan.

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“Além disso, a Rossi deverá entrar em fase acelerada de repasses, o que poderá gerar riscos de execução”, complementa Hees. Por conta desta dinâmica, o repasse de recebíveis aos bancos será de extrema importância para o sucesso das operações futuras da empresa, de forma a garantir a volta do fluxo de caixa.

Contudo, apesar das pressões sobre o fluxo de entrada e saída de recebíveis, a posição de caixa da companhia é bastante confortável, conforme aponta o analista da Itaú Corretora, David Lawant. A oferta de ações da Rossi, completada em outubro do ano passado, aparece como o principal motivo para esta folga, após gerar um efeito positivo de R$ 928,1 milhões sobre os cofres da empresa.

Conclusões e perspectivas
“Por fim, em nossa opinião, os próximos resultados da companhia irão demonstrar a real capacidade da empresa em realizar repasses de forma consistente aos agentes financeiros, de forma a consolidar o retorno de seu caixa”, diz Cristiano Hees, ressaltando que em 2009 a companhia conseguiu aumentar sua eficiência operacional, apresentando margens “mais convincentes” ao mercado. 

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Frente aos resultados “sem surpresas”, a Itaú Corretora reafirma as suas boas perspectivas para os ativos da empresa, mantendo a recomendação “outperform” (desempenho acima da média do mercado) para os papéis. A Spinelli também se mostrou satisfeita com os números, afirmando esperar evoluções significativas nos próximos trimestres. 

Porém, frente às indefinições colocadas pelo analista da Brascan, vale destacar que o BlackRock recentemente aumentou sua participação na empresa, em um voto de confiança nas perspectivas da construtora. 

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