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Com troca de sinais ao longo do pregão, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,13%, cotado a R$ 4,9090, na contramão do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior.
Apesar da instabilidade, as oscilações foram contidas – de pouco de mais de três centavos entre mínima (R$ 4,8799) e máxima (R$ 4,9147), ambas pela manhã.
Operadores atribuíram o escorregão do real a ajustes técnicos e a fluxo de remessas ao exterior.
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Além disso, teria pesado contra a moeda brasileira a queda de cerca de 1% do peso mexicano, após leitura benigna da inflação no país estimular as apostas de que o banco central do México (Banxico) dará início a um ciclo de corte de juros.
Lá fora, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operou em queda firme, na linha dos 103,500 pontos, em razão, sobretudo, da valorização de cerca de 2,5% do iene em relação à moeda americana.
Investidores interpretaram declaração do presidente do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, de que a gestão da política monetária se tornará mais “desafiadora” como um sinal de que o BC japonês está se parando para encerrar a prática de taxa de juros negativa.
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“A questão do iene acabou influenciando o comportamento de outras moedas fortes em relação ao dólar, que já vinha se enfraquecendo com o sentimento de perda de força da economia americana e a perspectiva de que os juros comecem a cair mais cedo nos Estados Unidos”, afirma o sócio e head de câmbio da Nexgen Capital, Felipe Izac, acrescendo que indicadores recentes dos EUA mostram desaceleração da atividade.
Após dados abaixo do esperado do mercado de trabalho americano (relatório Jolts e ADP) nos últimos dias, os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA na semana encerrada em 2 de dezembro vieram em linha com o esperado.
As expectativas se voltam para a divulgação, amanhã, do relatório oficial de emprego (payroll) dos EUA referente a novembro, que pode mexer com as expectativas em relação à condução da política monetária americana.
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Para Izac, da Nexgen, o quadro externo tem preponderado na formação da taxa de câmbio e, caso não haja um estresse no mercado internacional, há mais chances de o dólar voltar para níveis como R$ 4,80 ou até mesmo R$ 4,70 do que romper os R$ 5,00 e se aproximar de 5,10 no curto prazo.
“Apesar da nossa situação fiscal complicada, o viés ainda é de apreciação do real”, afirma Izac.
À tarde, o Banco Central informou que o fluxo cambial na semana passada (de 27 de novembro e 1º de dezembro) foi positivo em US$ 3,608 bilhões, graças sobretudo à entrada líquida de US$ 2,821 bilhões via comércio exterior.
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Embora o fim de ano seja marcado por remessas de lucros e dividendos, o canal financeiro apresentou saldo positivo de US$ 787 milhões na semana passada, provavelmente em razão de investimentos em carteira, sobretudo para a bolsa doméstica.
Com o aumento de entrada de recursos nos últimos dias, o fluxo total em novembro, que vinha negativo até meados do mês, fechou positivo em US$ 296 milhões, resultado de entrada de US$ 999 milhões pelo lado comercial e saída de US$ 703 milhões pelo canal financeiro.