Energia elétrica pode ficar 12% mais cara até 2013, diz estudo do Ipea

SÃO PAULO – O preço da energia elétrica deve aumentar pelo menos 12% até 2013, segundo as previsões do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) presentes em um estudo divulgado nesta quinta-feira (20).

Considerando a renovação das concessões das usinas que o governo federal promoverá nessa data, o preço do megawatt-hora deve subir dos atuais R$ 121 para algo entre R$ 136 e R$ 141. Como as novas concessões serão distribuídas por licitações públicas, devem estabelecer novos preços para venda de energia.

Alternativas ao aumento
O professor Adilson de Oliveira, autor do estudo, afirma que há alternativas para redução do aumento. Uma delas é mudar a forma como hoje as usinas gerenciam a água.

O gerenciamento é feito com o objetivo de evitar o racionamento de energia no País. Contudo, devem ser estabelecidos parâmetros para que, quando os reservatórios tenham níveis de água satisfatório, as usinas usem a água excedente para produzir mais eletricidade e, assim, reduzir o preço da energia.

“O governo precisa estabelecer um nível de segurança, onde não há risco de racionamento ou apagão. O restante deve ser definido pelo mercado”, declarou o professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), segundo a Agência Brasil.

10% mais barato
Oliveira destacou que 34% do preço final da energia elétrica do país equivale a tributos. Outros 12% são encargos obrigatórios. “A carga tributária é excessiva. Acho que o governo poderia agir para alterar isso”, declarou. Para o especialista, o preço da energia no Brasil poderia facilmente ser reduzido pelo menos 10%.

Apesar de descartar risco de racionamento de energia, o estudo mostra que o sistema brasileiro  não é confiável. Para reverter os problemas existentes, na opinião de Oliveira, são necessários investimentos no setor e um fortalecimento do agente regulador, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).