Especial Ibovespa: Unibanco recebe elogios e sugestão de compra pelos analistas

SÃO PAULO – Encerrando a participação do setor financeiro na série especial de notícias da InfoMoney acerca dos papéis que compõem o Ibovespa, nesta sexta-feira (14) é o Unibanco (UBBR11) quem ocupa o foco das perspectivas dos analistas para este ano.

As units do banco, terceiro maior entre as instituições financeiras privadas do país, encerraram o ano passado com uma valorização de 24,85%. Número positivo, porém aquém da alta registrada pelo Ibovespa no mesmo período, superior a 43%.

Neste ano, afetados pelas fortes turbulências que têm afetado os negócios nas principais bolsas do mundo, os ativos do Unibanco acumulam uma desvalorização de 10,15%. Resultado este que, se depender da opinião dos analistas, deve se inverter ao longo do ano, já que o banco e seu setor desfrutam de bons fundamentos.

Setor recebe boas projeções, ainda que cautelosas

A começar pelo setor financeiro brasileiro, que vem apresentando fortes desempenhos na carona do bom momento macroeconômico que vive a economia brasileira, com aumento da renda, da massa salarial e do maior acesso da população à concessão de crédito.

E se o cenário já era bom no ano passado, 2008 deve ser ainda melhor, segundo o Citi. Isto porque, interrompida a política de flexibilização monetária implementada até então pelo Banco Central, os spreads deverão se elevar e a pressão sofrida pelos bancos em suas margens líquidas deve se mitigar nos próximos meses. A visão é compartilhada pelo Credit Suisse.

Entretanto, apesar do cenário favorável traçado pelos analistas, a equipe da Merrill Lynch prefere adotar uma postura de maior cautela, tendo em vista os crescentes riscos institucionais e regulatórios e o aumento da concorrência no segmento, que pode pesar sobre as margens das instituições.

A maior carga tributária é outro fator citado pelos analistas. Enquanto as equipes da Merrill Lynch e do Citi vêem na expansão da cobrança de impostos no país forte efeito negativo sobre o setor, o Credit Suisse acredita que o impacto deva ser pequeno, compensado parcialmente pelo aumento na cobrança de taxas e pela elevação dos spreads.

Elogios à rentabilidade e carteira de crédito

Neste contexto de otimismo permeado por uma cautela como pano de fundo, o Unibanco recebe projeções favoráveis por parte dos analistas. “Acreditamos que o banco esteja bem posicionado para se beneficiar do crescimento e da maior rentabilidade que o setor bancário brasileiro vem apresentando”, afirma o Citi.

De fato, rentabilidade é a palavra-chave no que concerne ao Unibanco. A companhia apresenta o melhor índice de rentabilidade, mensurado pela relação do retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio, entre as maiores instituições financeiras do país. Outro ponto que merece destaque é a expansão na carteira de crédito do banco.

Embora o portfólio do Unibanco seja o menor dentre as maiores instituições financeiras do país, sua carteira de crédito vem, gradualmente, reportando crescentes taxas de crescimento, lideradas principalmente pelo bom desempenho no segmento de pessoas físicas e nas operações de financiamento de automóveis, como destacado pelos analistas da Ativa.

A equipe da corretora vê ainda com bons olhos a intenção do Unibanco de expandir sua carteira ao setor de imóveis: “apesar do segmento de financiamento imobiliário apresentar baixa representatividade frente à carteira de crédito total, o Unibanco tem acelerado seus investimentos em plataformas operacionais, visando a ampliação desse segmento”.

Dividendos são estímulo adicional às units

Em meio a tantos elogios, a recomendação de compra aos papéis do Unibanco é uníssona entre a voz majoritária do mercado. Neste time de otimistas em relação aos ativos da instituição, estão os analistas da Corretora SLW, da Merrill Lynch e do Bear Stearns, que elege o Unibanco como seu top pick no setor bancário brasileiro.

No mesmo sentido, a equipe do Credit Suisse elabora uma visão overweight – desempenho acima da média – às units do Unibanco, sugestão compartilhada pelos analistas do HSBC, que adotam ainda os ativos em sua carteira recomendada de dividendos, tendo em vista as boas taxas de distribuição de proventos apresentadas pelo banco.