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SÃO PAULO – A possível mudança de comando do Banco do Brasil (BBAS3) voltou de vez ao radar dos investidores na sequência da saída abrupta de Roberto Castello Branco do comando da Petrobras (PETR3;PETR4).
Na última sexta-feira, as ações do BB caíram quase 5% com a notícia de que André Brandão, presidente do banco estatal, teria colocado o cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo informações do jornal O Globo, Brandão teve uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, quando manifestou o desconforto em permanecer no cargo, depois dos rumores de que Bolsonaro queria substitui-lo.
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Brandão já enfrentava uma situação bastante delicada desde o início do ano, quando anunciou um plano de reestruturação do banco envolvendo fechamento de agências do banco e um plano de demissão voluntária que desagradou o presidente Jair Bolsonaro. O presidente, assim, buscou forçar uma demissão do executivo, bem avaliado pelo mercado. Contudo, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, conseguiu convencer Bolsonaro a não tirá-lo do cargo.
Na última semana, o BB negou que houve pedido de renúncia por parte de Brandão – e voltou a fazer esclarecimentos sobre o tema na véspera.
Porém, mesmo com as negativas, o assunto voltou novamente à tona, com diversos veículos já especulando quais nomes estariam no radar.
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De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Caixa Seguridade, João Eduardo de Assis Pacheco Dacache, está entre os nomes cotados para presidir o banco. A expectativa, de acordo com fontes ouvidas pela publicação, é de que o martelo quanto ao novo responsável pelo cargo seja batido ainda nesta semana.
“O nome de Dacache já foi aprovado em partes e tem crivo do Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal; Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. No entanto, ainda falta a sanção do presidente Jair Bolsonaro, que é quem indica o presidente do BB”, aponta a reportagem. A avaliação é de que, se o nome de Dacache avançar, significa o fortalecimento do presidente da Caixa no governo Bolsonaro, ao mesmo tempo que um menor poder de fogo de Paulo Guedes.
O ministro da Economia, por sua vez, vinha tentando trazer um nome de fora do universo de Brasília, seguindo sua agenda liberal. Dentre os cotados, cogitou o do ex-Itaú Unibanco Márcio Schettini, aponta a publicação.
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Além desses nomes, o Valor Econômico aponta que o vice-presidente corporativo do BB, Mauro Neto, é um dos cotados e é bem visto pelo Planalto, mas pesa o fato de ter 32 anos. Gustavo Montezano, presidente do BNDES, também foi citado, mas há a percepção de que ainda tem o que fazer no banco de fomento.
A publicação também ressaltou que a equipe econômica enfrenta dificuldades para atrair profissionais no mercado, ainda mais num contexto de ingerência de Bolsonaro nas estatais. Neste sentido, também cita o nome de Schettini, que foi sondado, mas a ideia não foi adiante e o nome não foi levado a Bolsonaro, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal.
Em meio a tantos nomes e ainda com negativas oficiais sobre a saída de Brandão do BB, o que predomina é o cenário de incerteza para o banco estatal.
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A XP Investimentos ressalta que, mesmo se Schettini fosse o escolhido, a visão permaneceria negativa, levando em conta as sinalizações positivas dadas por Brandão durante a sua gestão em termos de ganhos de eficiência, além de este ser mais um sinal de interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários.
Enquanto isso, caso um nome sem independência fosse escolhido, ele teria problemas para implementar as mudanças estruturais de que o banco precisa.
O Bradesco BBI, por sua vez, destaca que, além da discussão sobre o potencial nome a ser indicado, outra questão que deve ser levada em conta é que a transição deve custar tempo para o BB. “Em momentos como este, o tempo é um recurso extremamente valioso que não deve ser desperdiçado”, avaliam os analistas.
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