Fleury (FLRY3) lucra R$ 93,9 milhões no 1º trimestre, queda anual de 15%; empresa se prepara para capturar sinergias com Pardini, diz CEO

A receita líquida da companhia cresceu 13,5% no mesmo intervalo de tempo, para R$ 1,236 bilhão

Mitchel Diniz

Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury (Divulgação)
Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury (Divulgação)

Publicidade

O Grupo Fleury (FLRY3) registrou lucro líquido de R$ 93,9 milhões no primeiro trimestre de 2023. A cifra é 15% menor que a registrada um ano antes. A companhia atribuiu a queda ao impacto negativo das despesas financeiras, resultante da conjuntura atual de taxas de juros elevadas.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 345,8 milhões, alta de 5,9% na comparação anual.

A receita líquida da companhia cresceu 13,5% no mesmo intervalo de tempo, para R$ 1,236 bilhão. A receita bruta foi de R$ 1,33 bilhão, um recorde para a companhia e 13,4% maior do que a registrada um ano antes.

Continua depois da publicidade

O crescimento orgânico da receita bruta foi de 6,7%. Os principais destaque foram as unidades de atendimento em medicina diagnóstica, com expansão de 15,2%, para R$ 1,061 bilhão. Os atendimentos cresceram em proporção semelhante, de 15,7%, para 2,3 milhões nos três primeiros meses do ano. O volume de exames totalizou 24,6 milhões, crescimento de 33,6%. fleury

A marca Fleury, hoje com mais de 50% de market share, registrou crescimento de 11%.

“É um crescimento saudável, em linha com o que a gente tem visto no mercado de saúde, com desafios a enfrentar, porém resiliente”, afirmou Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury, em entrevista ao InfoMoney.

Continua depois da publicidade

A receita de Covid-19 recuou 5,6 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2022 e representou apenas 0,6% do faturamento do Fleury no período.

As despesas financeiras, que impactaram a linha final do balanço, cresceram 56,8%, para R$ 134,5 milhões.

A margem líquida do Fleury sofreu uma queda de 254 pontos-base, para 7,6%. Já a margem Ebitda recuou 200 pontos, para 28%.

Continua depois da publicidade

Sazonalidade do quarto trimestre foi superada

A CEO do Fleury avalia que as margens da companhia continuam saudáveis. Ela destaca uma mudança no mix, com crescimento da parte de infusões de infusões de medicamentos imunobiológicos, especialidade do Hospital Saha, adquirido pelo grupo no ano passado. É uma receita de Novos Elos, uma das avenidas de crescimento da companhia.

No primeiro trimestre de 2023, a receita bruta de Novos Elos foi R$ de R$ 135,1 milhões, crescimento de 99,2% em relação à cifra registrada um ano antes. A receita desse segmento representou 10,2% do faturamento bruto do grupo.

Ao InfoMoney, Jose Filippo, CFO do Grupo Fleury, diz que o segmento entrou com margens um pouco menores com a aquisição do hospital Saha, mas agora começa a apresentar uma curva crescente de eficiência.

Continua depois da publicidade

“Novos Elos é importante para nossa estratégia de crescimento e tem potencial de ganhos de eficiência, ainda que as margens sejam menores que as de diagnósticos”, explicou.

No último dia 28 de abril, a aquisição do Instituto Hermes Pardini, terceiro maior player de diagnósticos do país, foi concluída. “Com a combinação, saímos de uma receita anual de R$ 4,8 bilhões para R$ 7,1 bilhões”, reforçou a CEO da empresa. Ela destaca que a combinação de negócios fortalece sobretudo a parte que mais gera receita à companhia, a de medicina diagnóstica.

A relação dívida líquida/Ebitda da companhia ficou em 1,2 vez ao final do primeiro trimestre. Filippo ressalta que a combinação com Pardini deve reduzir a alavancagem para 1,1 vez.

Continua depois da publicidade

“Assim ficamos preparados para iniciar um novo ciclo de investimentos”, diz o CFO. No futuro, o Fleury objetiva crescer de forma mais orgânica, com abertura de novas unidades e ampliação de serviços. Mas o foco, no momento, é a disciplina de custos e os próximos passos da combinação de negócios com Hermes Pardini.

Jeane Tsutsui explica que o Fleury identificou 60 frentes com oportunidades de captura de sinergias, a maioria relacionadas a custos e despesas. A expectativa é chegar ao final do primeiro ano da combinação de negócios com 60% das sinergias capturadas e que esse percentual atinja 80% quando o negócio completar dois anos.

“Este é um ano que a gente tem o desafio da integração. É uma combinação muito grande e nos preparamos para executar um plano de captura de sinergias”, explica a CEO.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados