Fluxo estrangeiro e bancos
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Um dos principais motores da recente alta do Ibovespa foi a contribuição significativa dos bancos e o aumento no fluxo de capital estrangeiro. Segundo Victor Furtado, Head de alocação na W1 Capital, as altas recentes não estão sendo puxadas por Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), as empresas mais pesadas do índice.
“Temos os bancos com grande contribuição para alta do Ibovespa, bons resultados corporativos e o crescimento fluxo estrangeiro como catalisadores”, disse. Em agosto, até agora, o ingresso de dinheiro gringo somou R$ 3,2 bilhões – revertendo as grandes saídas que vinham ocorrendo até o meio do ano.
Lucros e crescimento das empresas
Mesmo sem a perspectiva de corte na Selic em 2024, as projeções de lucros para os próximos 12 meses das empresas listadas têm sido revisadas para cima, fortalecendo a confiança dos investidores. Segundo Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, isso demonstra a resiliência do mercado mesmo diante de um cenário macroeconômico ainda desafiador.
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Além disso, setores tradicionalmente prejudicados pela alta da Selic, como construtoras, consumo e varejo, ainda têm espaço para crescimento, como aponta Paulo Abreu, sócio e gestor da Mantaro Capital. Isso porque a perspectiva, sobretudo para o ano que vem é de juros mais alta, com emprego e renda em evolução – fatores macro que puxam a valorização das ações desses setores.
Há também o reflexo da recente safra de resultados do segundo trimestre, que foi marcada por desempenhos robustos das empresas, contribuindo para a alta do Ibovespa. Assim, aponta analistas, as companhias seguem entregando resultados sólidos, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador, reforçando a força dos setores financeiros e de consumo.
“Bolsa barata”
Mesmo com o recorde histórico, em termos de análise fundamentalista, a Bolsa brasileira continua sendo considerada “barata”, com múltiplos de valuation abaixo das médias históricas.
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“O indicador fundamentalista P/L está na faixa de 9,7 vezes, ante uma média histórica de 14,6 vezes, dos últimos dez anos”, explica Victor Bueno, analista da Nord Investimentos. Isso sugere que ainda há espaço para uma valorização adicional dos ativos.
Corte de juros nos EUA
A Bolsa e as ações brasileiras vem sendo beneficiadas também pelo iminente início de processo de corte dos juros nos EUA, que ainda não está totalmente precificado. Alan Martins, analista da Nova Futura Investimentos, comenta que “nem o corte de 25 pontos-base está totalmente precificado”, indicando que um movimento de fuga de capital dos EUA poderia trazer ainda mais fluxo para o Brasil.