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SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (18) termina a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), onde o Federal Reserve poderá anunciar sua primeira redução do programa de estímulos à economia, o Quantitative Easing III, que atualmente injeta US$ 85 bilhões por mês nos EUA. Alguns analistas acreditam que pode ser anunciado um corte que levaria o programa para US$ 70 bilhões, enquanto outros projetam uma redução mais forte, podendo levar o QE3 para US$ 40 bilhões mensais.
Apesar dessas expectativas, começa a ganhar força entre os especialistas a chance de que não ocorra nenhuma redução neste momento, mas que o encontro sirva apenas para que o Fed apresente os detalhes em relação a como ocorrerá o corte do programa. Para o associado da Pezco Microanalysis, João Ricardo Costa Filho, a maior chance é que o QE3 só comece a ser reduzido de verdade em 2014, sob uma nova presidência do Fed.
“A retirada dos estímulos está baseada no cenário econômico, e, apesar da melhora nos números, os EUA ainda estão em um momento frágil”, explica Filho. Ele afirma que mesmo com os resultados positivos da taxa de desemprego, que tem apresentado queda, não é sinal de que este setor está melhor, já que quando uma pessoa desiste de procurar emprego, ela automaticamente sai da lista, não sendo mais considerada como desempregada.
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“Com o atual cenário, muitas pessoas estão desistindo de procurar emprego, o que reflete positivamente nos números da taxa, mas com uma melhora da economia do país, essa pessoas podem voltar a procurar um novo trabalho, fazendo com que o desemprego suba rapidamente”, diz.
Saída de Bernanke
Outro fator que pode adiar o início da retirada do QE3 é a saída de Ben Bernanke da presidência do Federal Reserve, programada para janeiro de 2014. De acordo com Filho, dificilmente Bernanke irá começar a retirar os estímulos neste momento, sendo que, por causa da mudança, não será ele quem irá conduzir este fim do programa.
“Mesmo se o Fed já tiver decidido que irá retirar os estímulos apenas em 2014, não vão deixar o mercado sem sinais sobre o fim do QE3 já que isso assustaria os investidores. Por isso a tendência é que detalhes sejam dados a cada nova reunião”, afirma Filho.
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Por fim, ele explica que Bernanke já mostrou que é necessário calma e que aprendeu com o passado que medidas antecipadas podem ser prejudiciais. O corte precipitado do programa poderia ter consequências bastante ruins no futuro, ou seja, neste momento é melhor ter adiar a retirada dos estímulos que correr o risco de por tudo a perder na economia.