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SÃO PAULO – Na manhã desta quarta-feira, o iBGE divulgou os dados da produção industrial. Apesar de melhor do que o esperado, a indústria registrou uma queda de 10,9% em setembro na base de comparação anual, na maior baixa desde 2009. Excluindo a crise de 2009, a produção industrial bateu o menor nível desde 2005.
E, conforme destaca em relatório a Rosenberg Consultores Associados, a linha de raciocínio com relação à produção industrial se repete. Isso porque, sem conseguir perceber a recuperação da economia no horizonte – e com o noticiário político dificultando cada vez o entendimento sobre os rumos da economia -, a confiança de empresários e consumidores se retrai, enquanto há mais incertezas sobre o “ajuste macroeconômico padrão”, preconizado pelo Banco Central.
“E o resultado é que o fundo do poço vai sendo adiado, ao mesmo tempo em que as projeções de desempenho da economia vão sendo revistas para baixo”, avaliam os economistas da consultoria. “A produção industrial é prova disso”.
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Os economistas destacam a série de dados ruins que foram divulgados hoje pelo IBGE: queda na margem em 15 dos 24 ramos pesquisados, com destaque para a influência negativa de veículos automotores, reboques e carrocerias, máquinas e equipamentos, entre outros. O setor produtor de bens de capital recuou 31,7% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2014, a 19ª taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde o início da série histórica nesse tipo de comparação.
A Rosenberg destaca que, no trimestre, a redução no ritmo produtivo no total da indústria na passagem do segundo (-6,5%) para o terceiro trimestre de 2015 (-9,5%) foi observada nas quatro grandes categorias econômicas: bens de capital (de -22,0% para -30,7%), bens de consumo duráveis (-12,4% para -19,0%), bens intermediários (de -3,3% para -6,1%) e bens de consumo semi e não-duráveis (de -7,5% para -8,0%).
“O que este detalhamento ilustra é quão bem disseminado está o processo de retração da produção industrial, ainda que a produção vinculada ao setor automobilístico tenha se destacado negativamente”, avalia. “A retração da produção abarca todos os segmentos, de forma indiscriminada”, destacam os economistas da Rosenberg.
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Ao falar sobre bens de capital, os economistas da consultoria destacam que a produção de bens de capital já alcança um patamar de produção equivalente ao seu pior momento da crise de 2009, sem indícios de recuperação à frente, comprometendo a capacidade de crescimento futura.
“Tudo isso corrobora a visão de que a desaceleração da indústria retrata uma perda de ímpeto genuína e disseminada, sem data prevista para acabar. Enquanto os problemas microeconômicos que atravancam a competitividade não forem equacionados, dificilmente teremos uma recuperação mais consistente da indústria. Neste ano, particularmente, é bastante preocupante o conjunto de desaceleração econômica, com mercado de trabalho e crédito se deteriorando, afetando o consumo interno, ao mesmo tempo em que o ambiente político segue incerto. A boa notícia, para alguns setores, é o câmbio, mas ainda assim é difícil vislumbrar uma retomada forte puxada por estes segmentos, dada a demanda externa relativamente fraca”, avaliam os economistas.
E, já para 2016, é esperada uma nova contração da indústria. “Por isso, revisamos nosso cenário para contração de 7,5% neste ano e queda de 2% no próximo. O PIB também foi revisto para -3% em 2015 e -1,5% em 2016”.
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