Futuros de NY têm leve queda, à espera de balanços e dados dos EUA; serviços no Brasil e mais destaques

Bolsas asiáticas encerram o dia em alta, com expectativa de divulgação de importantes dados econômicos na região na semana

Camille Bocanegra

(Getty Images)
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Os índices futuros de Nova York amanhecem nesta terça-feira (17) em ligeira queda, após expressivas altas de ontem motivadas por expectativas de balanços e fim de alta de juros pelo Federal Reserve.

O conflito entre Israel e o Hamas ontem passou o dia de ontem sem a esperada escalada. No sábado, expirou o prazo, dado por Israel, para a população palestina deixasse o norte da Faixa de Gaza em direção ao sul, evidenciando a possibilidade de uma invasão terrestre.

O presidente dos EUA, Joe Biden, visitará Israel na quarta-feira, de acordo com o secretário de Estado, Antony Blinken. A visita vem após a suposta negativa de Israel para estabelecimento de corredor humanitário que permitisse a entrada de medicamentos e alimentos em Gaza.

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Além disso, Benjamin Netanyahu ordenou a saída da população israelense do território próximo à fronteira com o Líbano. O primeiro-ministro destacou, em discurso, que os cidadão do país deverão se preparar para uma longa batalha e que Irã e Hezbollah não deveriam “testar no norte”, sob risco de pagar “preço muito mais pesado”.

O avanço nos retornos dos Treasuries reflete o sentimento de aversão ao risco que os possíveis desdobramentos da guerra vem causando nos investidores. O o rendimento do título de 10 anos avançou para 4,71% enquanto o Treasury de 2 anos cresceu para retorno de 5,10%.

Nesta semana, os EUA aguardam, com otimismo, a divulgação de resultados. A expectativa hoje é para os balanços de grandes bancos, como Bank of America e Goldman Sachs.

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Além disso, serão divulgados hoje os dados de venda no varejo, com previsão de alta de 0,3% pelo consenso Refinitiv, os números de estoques empresariais de agosto, com mesma alta prevista pelo Refinitiv e os dados de produção industrial, que devem vir sem alterações, de acordo com o consenso.

Na Europa, as bolsas abriram com neutralidade, com investidores absorvendo os dados otimistas de balanços nos EUA enquanto ainda mantém atenções com os possíveis desdobramentos do conflito entre Israel e o Hamas. E permanecem sem direção definida ao longo da manhã.

As bolsas asiáticas encerram o dia em alta, pela primeira vez em três sessões. A China deverá divulgar seus dados do PIB na quarta-feira, enquanto o Japão apresentará seus números de inflação na sexta-feira.

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No Brasil, o Ibovespa encerrou a segunda-feira com alta de 0,67%, acompanhando os fortes ganhos lá fora.

Hoje haverá a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços, pelo IBGE, e o IGP-10.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros de NY operavam em leve queda no início do dia, mesmo após fortes ganhos da sessão anterior. Enquanto a temporada de resultados traz clima positivo e deve seguir animando investidores, os desdobramentos do conflito entre Israel e o Hamas ainda são acompanhados de perto.

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Em resposta ao aumento de aversão ao risco e à incerteza em relação ao fim do ciclo de altas de juros pelo Federal Reserve, o rendimento do Treasury de 10 anos subia nesta terça, assim como os retornos dos títulos de 2 anos e de 5 anos.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

As bolsas asiáticas encerraram o dia com alta, após três sessões consecutivas de baixas. O Nikkei avançou 1,2%, liderando os ganhos na região. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,79%, com disparada na última hora de negociação, enquanto os mercados chineses continentais encerraram a sessão em alta de 0,35%.

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A China divulgará o dado de Produto Interno Bruto do terceiro trimestre na quarta-feira, juntamente com outros indicadores econômicos. De acordo com o consenso Refinitiv, há expectativa de um crescimento do PIB no terceiro trimestre de 4,5%.

Europa

Os mercados europeus passaram a operar sem direção definida, após um início neutro de sessão, conforme investidores avaliam a possibilidade de escalada do conflito entre Israel e o Hamas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,13%. As ações do setor de saúde em alta de 0,45%, enquanto os recursos básicos reverteram os ganhos recentes e caíram 1,7%.

Commodities 

Os preços do petróleo iniciaram o dia com quedas, mas passaram a subir ao longo do manhã. A commodity vem de alta acentuada na semana passada e os preços seguem acompanhando as tensões do Oriente Médio.

O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 2,12%, a 866 iuanes, o equivalente a US$ 118,38

Bitcoin

2. Agenda

Para hoje, há expectativa de divulgação dos dados de vendas no varejo e estoques empresariais, nos EUA. No Brasil, o destaque será para a divulgação dos dados de serviço pelo IBGE.

Brasil

8h – IGP-10 de outubro

9h – Dados de serviços de agosto

12h – Gabriel Galípolo participa do evento Inside Latam: Brasil 2023, promovido pela Moody’s, em São Paulo

16h – Fernando Haddad se reúne com Marcio Macedo, Ministro da Secretaria-Geral e Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

EUA

9h30 – Vendas no Varejo – projeção do consenso Refinitiv é de +0,3%

10h15 – Produção industrial – consenso Refinitiv estima estabilidade

11h00 – Estoques empresariais – com projeção de +0,3% pelo consenso Refinitiv

3. Noticiário econômico

FMI: BCs devem manter juros elevados para controlar inflação, o que apresenta risco para bancos

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que os bancos centrais podem manter as taxas de juro mais elevadas durante mais tempo para lutar contra a inflação.

Segundo avaliação publicada no blog da instituição, o aumento das taxas é um risco para os bancos, embora muitos se beneficiem da cobrança de taxas de juros mais elevadas aos mutuários. “As perdas com empréstimos também podem aumentar, uma vez que tanto os consumidores como as empresas enfrentam agora custos de empréstimos mais elevados.”

Ainda, o FMI avalia que os bancos também investem em obrigações e outros títulos de dívida, que perdem valor quando as taxas de juro sobem. “Os bancos podem ser forçados a vendê-los com prejuízo se forem confrontados com retiradas repentinas de depósitos ou outras pressões de financiamento. A falência do Silicon Valley Bank foi um exemplo dramático deste canal de perda de obrigações”

Barroso adia para novembro julgamento que pode mudar correção do FGTS

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu nesta segunda-feira (16) adiar para 8 de novembro a retomada do julgamento sobre a legalidade do uso da Taxa Referencial (TR) para correção das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O adiamento foi anunciado após reunião de Barroso com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros ministros do governo federal. A retomada da análise do processo estava prevista para quarta-feira (18).

De acordo com Barroso, o adiamento vai permitir que a União possa apresentar novos cálculos sobre a questão. Durante a reunião, o presidente do STF reiterou que considera “injusta” a correção do fundo por índice menor que a poupança.

4. Noticiário político

Conselho de Segurança da ONU rejeita proposta da Rússia sobre guerra

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou, nesta segunda, a proposta de resolução da Rússia sobre a guerra entre Israel e o Hamas. A reunião foi convocada pelo Brasil, que preside atualmente o Conselho.

A expectativa é que o Brasil apresente sua proposta na terça-feira (17), em nova reunião do Conselho.

A resolução da Rússia apresentava a proposta de um cessar-fogo imediato, a abertura de corredores humanitários e a liberação de reféns com segurança, mas não condenava diretamente o Hamas pelos atos de violência cometidos.

Lula e Maduro conversam sobre eleições na Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta segunda, por telefone, com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A conversa durou cerca de 30 minutos. Em nota, o Palácio do Planalto informou que ambos trocaram informações sobre as eleições presidenciais na Venezuela, previstas para o ano que vem.

“O presidente brasileiro solicitou informações sobre o processo de negociação entre o governo e a oposição, bem como as tratativas em curso entre Caracas e Washington com vistas ao levantamento das sanções contra a Venezuela, que atingem a economia e a população civil do país”, diz a manifestação do Planalto.

5. Radar Corporativo

Embraer (EMBR3)

A Embraer (EMBR3) anunciou no domingo, 15, que concluiu com sucesso os testes de voo de suas aeronaves Phenom 300E e Praetor 600 usando combustível de aviação sustentável 100% puro (SAF 100%, na sigla em inglês).

A empresa afirmou que as informações obtidas durante os voos são importantes para entender melhor o desempenho dos sistemas de um motor ao utilizar misturas de até 100% SAF, fornecidas pela World Fuel.

Segundo a Embraer, hoje todas as suas aeronaves são aprovadas para utilizar uma mistura de até 50% de SAF junto ao querosene de aviação, de acordo com os padrões estabelecidos pela ASTM International – mas a empresa também diz que possíveis especificações futuras poderão certificar e permitir a operação com combustíveis contendo até 100% de SAF, o que maximizaria o potencial de redução de emissões das aeronaves.

Itaúsa (ITSA4)

A Itaúsa (ITSA4) comunicou a deliberação pelo seu Conselho de Administração de juros sobre o capital próprio (JCP) no montante bruto de R$ 500 milhões.

O valor é correspondente ao montante bruto de R$ 0,0515 por ação, pago até 30 de dezembro de 2024 com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,043775 por ação, excetuados dessa retenção os acionistas pessoas jurídicas comprovadamente imunes ou isentos.

Cyrela (CYRE3)

A Cyrela (CYRE3) reportou vendas totais contratadas de R$ 2,26 bilhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), queda de 1% frente ao mesmo período do ano passado e declínio de 9% em relação ao segundo trimestre.

A prévia operacional da construtora também mostrou valor geral de vendas (VGV) de lançamentos de R$ 2,17 bilhões para o período de julho a setembro, queda de 26% em relação ao terceiro trimestre de 2022 e de 38% na base sequencial.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)