Publicidade
Os índices futuros de Nova York amanhecem em queda nesta quinta-feira (19), pressionados pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries. Os olhares hoje se voltam para discurso de Jerome Powell, além de discursos de outros integrantes do Fed, e seguem acompanhando a escalada do conflito entre Israel e o Hamas após ataque à hospital.
Após a visita de Joe Biden, presidente dos EUA, a Israel, foi alinhada a abertura de corredor humanitário, através da fronteira do Egito na Faixa de Gaza. A viagem estreitou os laços entre EUA e Israel, uma vez que o presidente americano reforçou que a prioridade dos EUA é encontrar os reféns sequestrados pelo Hamas. Além disso, Biden afirmou que estarão ao lado de Israel “hoje, amanhã e sempre”.
De acordo com a Reuters, os protestos se alastram por diversos países do Oriente Médio, contrários a Israel. Hoje, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, chegou à região e afirmou, em sua conta no X (ex-Twitter) que “chega à uma nação em luto. Eu compartilho desse luto e me coloco a seu lado contra o mal que é o terrorismo”.
Continua depois da publicidade
O primeiro-ministro de Israel agradeceu a visita do líder norte-americano e “por estar ao lado de Israel, hoje, amanhã e sempre”, de acordo com a CNBC.
Os Tresury yields alcançam novos recordes de avanços. Nesta manhã, o rendimento do título de 10 anos sobe mais de 6 pontos-base (pb) e chegou a 4,9663%. Mais cedo na sessão, chegou a 4.971%, seu maior patamar desde 2007. O Treasury yield de 2 anos subiu 2 pb e chegou ao seu maior nível desde 2006, a 5.2420%, enquanto o título de 5 anos teve seu retorno próximo ao observado em 2007, ao avanaçar 4 pb e chegar a 4.9720%.
A semana segue marcada pela divulgação de resultados e hoje haverá a divulgação de balanços de AT&T e, mais cedo, houve a apresentação dos dados da Nokia. Os números vieram mais de 30% abaixo das expectativas e a companhia promete cortes 14.000, em programa de corte de custos para recuperação da empresa. Na véspera, nos EUA, foram divulgados os números de Netflix e Tesla.
Continua depois da publicidade
Entre os indicadores, hoje haverá divulgação dos números semanais de pedidos de auxílio-desemprego, com projeção de 212 mil pedidos pelo consenso Refinitiv, e os dados de vendas de moradias usadas, que tem expectativa de 3,89 milhões pelo consenso Refinitiv.
Na Europa, as bolsas abriram em queda, com o STOXX recuando mais de 1% e negativo em todos os setores. Investidores reagem à informações de dados econômicos divulgados na região e os desdobramentos do conflito entre Israel e o Hamas.
As bolsas asiáticas encerraram o dia em queda também, com algum impacto pela divulgação de resultados abaixo do esperado pela Tesla mas principalmente reagindo ao avanço dos rendimentos dos Treasuries nos EUA.
Continua depois da publicidade
A agenda doméstica de indicadores segue esvaziada, após o adiamento da divulgação do IBC-Br para sexta-feira.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros de NY operavam em queda, com avanços dos rendimentos dos Treasuries refletindo o sentimento de aversão ao risco apresentado nas últimas semanas. Os olhares se voltam para discursos de Jerome Powell, que acontecerá nesta quinta-feira, e trajetória de política monetária em meio às incertezas globais.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
Continua depois da publicidade
- Dow Jones Futuro (EUA), -0,28%
- S&P 500 Futuro (EUA), -029%
- Nasdaq Futuro (EUA), -0,21%
Ásia
As bolsas asiáticas encerraram o dia em queda, acompanhando o avanço dos rendimentos dos Treasuries nos EUA, que bateu recordes na manhã desta quarta-feira.
A queda foi mais expressiva em Hong Kong, com baixa das montadoras de veículos elétricos, após o recuo do lucro da Tesla e as notícias de que a incorporadora chinesa Country Garden não fez o pagamento devido de US$ 15,4 milhões na terça.
- Shanghai SE (China), -1,74%
- Nikkei (Japão), -1,91%
- Hang Seng Index (Hong Kong), -2,46%
- Kospi (Coreia do Sul), -1,90%
- ASX 200 (Austrália), -1,36%
Europa
Os mercados europeus caem na quinta-feira, com investidores acompanhando os desdobramentos da guerra entre Israel e o Hamas, bem como os resultados e dados econômicos.
Continua depois da publicidade
O índice pan-europeu Stoxx 600 estava em baixa de 1% nas negociações da manhã, com a maioria dos setores operando em território negativo, com exceção das ações de tecnologia. O setor de automóveis liderava as perdas, caindo 2,1%, com ações da Renault descendo mais de 7%, seguidos por bancos e ações de varejo, que caíram 1,5% cada.
- FTSE 100 (Reino Unido), -1,08%
- DAX (Alemanha), -0,44%
- CAC 40 (França), -0,86%
- FTSE MIB (Itália), -1,26%
- STOXX 600, -0,92%
Commodities
Os preços do petróleo iniciaram o dia com quedas, após a sessão movimentada de ontem. Na quarta, a commodity encerrou o dia em alta, com quedas dos estoques dos EUA e ameaças de embargos às importações israelenses.
O movimento de baixa do petróleo ocorre após o Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Tesouro dos Estados Unidos emitiu uma licença de seis meses que autoriza de forma temporária as transações com o setor de petróleo e gás da Venezuela. A suspensão das sanções se dá após o regime de Nicolás Maduro concordar em retomar as negociações com a oposição para eleições livres no ano que vem.
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 0,40%, a 871,00 iuanes, o equivalente a US$ 118,98
- Petróleo WTI, -1,32%, a US$ 87,15 o barril
- Petróleo Brent, -1,57%, a US$ 90,02 o barril
Bitcoin
- Bitcoin +0,28%, a US$ 28.291,2(em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
Para hoje, há expectativa de divulgação dos dados semanais de seguro desemprego e de vendas de moradias usadas.
Brasil
9h – Fernando Haddad participa como palestrante principal do Congresso Internacional de Direito Constitucional (FGV).
8h30 – Roberto Campos Neto palestra no 7º Encontro Regional Fenabrave Mato Grosso – Edição 2023, promovido pela Fenabrave-MT e Sincodiv-MT, em Cuiabá. (aberto à imprensa)
10h – Reunião de Fernando Haddad com professor Muhammad Yunus, economista da Yunus Negócios Sociais.
EUA
9h30 – Auxílio-desemprego – projeção do consenso Refinitiv é de 212 mil pedidos
11h – Vendas de moradias usadas – projeção Refinitiv de 3,89 mi
13h00 — Powell discursa sobre cenário econômico em evento
14h30 — discurso de Michael Barr (Fed)
14h30 — Austan Goolsbee (Fed) participa de evento
17h00 — fala de Raphael Bostic (Fed) em evento
18h30 — fala de Patrick Harker (Fed) em evento sobre perspectivas econômicas
19h00 — Lorie Logan (Fed) participa de evento
3. Noticiário econômico
Transição energética: Ibram quer fundo do BNDES para minerais críticos
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, informou que a entidade vem trabalhando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na formatação de fundos com o objetivo de alavancar recursos especificamente para minerais críticos. Ele disse acreditar que, até o fim do ano, o BNDES irá apresentar uma proposta.
Para Jungmann, o Brasil precisa de uma Política Nacional de Minerais Críticos, uma vez que se trata de um mercado em franca expansão, pois está associado às demandas da transição energética. Procurado pela Agência Brasil, o BNDES não deu retorno sobre o assunto.
Haddad diz que possível vitória de Milei nas eleições argentinas preocupa o Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que uma possível vitória de Javier Milei nas eleições argentinas preocupa o governo brasileiro, uma vez que o país é, além de vizinho, um dos principais parceiros comerciais do Brasil.
“É natural que eu esteja (preocupado). Uma pessoa que tem como uma bandeira romper com o Brasil, uma relação construída ao longo de séculos, preocupa. É natural isso. Preocuparia qualquer um… Porque em geral nas relações internacionais você não ideologiza a relação”, disse Haddad em entrevista à Reuters.
Milei, que é chamado de “Bolsonaro argentino”, disse em falas durante a campanha que pretendia limitar o comércio com o Brasil, chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “comunista raivoso” e “socialista com vocação totalitária” e afirmou que, em relação ao Mercosul, a Argentina “seguiria seu próprio caminho” caso ele seja eleito.
“Não se transpõe para as relações internacionais as questões internas. Mesmo quando você tem preferências, manifestas ou não”, disse Haddad, lembrando que Lula mantém relações amigáveis com chefes de Estado de todo espectro político. “É um vizinho do Brasil, principal parceiro na América do Sul. Então preocupa quando um candidato diz que vai romper com o Brasil. Você fez o quê para merecer esse tipo de tratamento?”
4. Noticiário político
Brasil é convidado para reunião no Egito sobre crise em Gaza
O governo do Egito, país que faz fronteira com a Faixa de Gaza, na Palestina, convidou o Brasil para participar de uma cúpula com outros países para discutir a guerra entre Israel e o grupo Hamas. A informação foi confirmada à Agência Brasil pela Presidência da República. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recupera de uma cirurgia no quadril e não pode viajar. Um representante irá em seu lugar, mas o nome ainda não foi anunciado. A cúpula ocorrerá neste sábado (21), no Cairo, capital egípcia.
O foco principal do encontro é a crise humanitária em Gaza. O território está cercado e sofrendo bombardeios contínuos das forças militares de Israel, desde a eclosão de um novo conflito, há pouco mais de uma semana, quando o Hamas promoveu uma série de ataques em território israelense, que resultou na morte de centenas de civis e provocou uma forte contraofensiva.
5. Radar Corporativo
Caixa Seguridade (CXSE3)
O Conselho de Administração da Caixa Seguridade (CXSE3) aprovou nesta quarta-feira (18) a distribuição de dividendos equivalente a 90,2% do lucro líquido auferido até 30 de junho de 2023, no montante total de R$ 1,5 bilhão. O valor é de R$ 0,50 por ação.
Os dividendos serão pagos no dia 6 de novembro de 2023 e terão como base a posição acionária de 24 de outubro de 2023. Assim, as ações serão negociadas “ex-dividendos” (sem direito ao provento) a partir de 25 de outubro de 2023.
Copel (CPLE6)
A Copel (CPLE6) informou nesta quarta-feira que seu programa de demissão voluntária (PDV) teve adesão de 1.437 funcionários, com custo estimado de 610 milhões de reais referentes a indenizações e despesas adicionais, conforme comunicado ao mercado.
De acordo com a empresa de energia, o custo previsto apenas com as indenizações soma 441 milhões de reais.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)