Gestor anti-Herbalife volta a sorrir após prejuízo, mas bilionário prepara contra-ataque

Bill Ackman, após ter prejuízo milionário em 2013, vê aposta contra companhia voltar a dar retorno, mas Carl Icahn e Herbalife podem estar perto de planejar algo mais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ao final de uma teleconferência de quase uma hora com investidores no final de outubro, o presidente-executivo da Herbalife, Michael Johnson, refletiu sobre a sua disputa de um ano com o gerente de fundos de hedge bilionário da Pershing Capital, resumindo o intuito de Bill Ackman de derrubar a companhia de produtos alimentícios como “uma distração temporária e sem fundamento”. 

Contudo, a campanha de Ackman contra a Herbalife não cessou. Pelo contrário: o gestor que aposta que a empresa é um esquema de pirâmide financeira recuperou o ímpeto contra a companhia, coincidindo com o início da investigação pela FTC (ou Câmara Federal do Comércio, na sigla em inglês), que foi deflagrada na semana passada. 

Com isso, a posição vendida de Ackman ajuda a alimentar os retornos da Pershing este ano, em um movimento praticamente oposto ao de 2013, quando os retornos do fundo tiveram um baque com a alta de 140% dos ativos da Herbalife.

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E o movimento de investidores notáveis, como Carl Icahn, William Stiritz e George Soros, que compraram fatias da companhia no ano passado, Ackman parecia estar na corda bamba, mas seguiu “firme e forte” ao dizer que iria até o fim para derrotar a empresa. Mas, não importava o que ele fizesse, as ações continuam batendo novos recordes e a aposta de US$ 1,16 bilhão contra elas parecia ser a pior coisa que a Pershing poderia ter feito.

Agora, as coisas estão mais favoráveis para Ackman, mas ainda não chegou ao break-even (ponto este que ele zeraria as perdas), conforme ressalta artigo da Forbes. O gestor disse recentemente que começou as suas apostas contra a Herbalife em 1 de maio de 2012, quando a ação caiu para US$ 56,30, depois que o também gestor David Einhorn fez perguntas “complicadas” para os executivos da Herbalife durante teleconferência.

Porém, as apostas de Ackman apontavam para uma queda ainda maior do papel, entre US$ 45 e US$ 50, o que não surpreende, uma vez que ele sempre acreditou que as ações iriam para baixo de zero. Mesmo perdendo em 2013, ele reafirmou a sua posição “oposicionista” em 2013, afirmando que os seus investimentos tinham características de “longo prazo”. E, conforme ressalta publicação da revista, a aposta “shorteada” está ajudando os retornos do fundo de hedge de Ackman em 2014. 

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A aposta contra a Herbalife teve um impulso nos últimos dias após a Herbalife ter recebido uma demanda da FTC e em meio às investigações na China da Nu Skin Enterprises, outra empresa de capital aberto com operações de marketing multi-nível.  Além disso, Soros diminuiu a sua participação na Herbalife em 2013. 

Por outro lado, Carl Icahn, o maior acionista da Herbalife e um dos homens mais ricos do mundo, pode estar perto de realizar contra-ataque. Recentemente, a Herbalife afirmou que adiaria a sua reunião com acionistas, marcada para abril, em cinco dias, para ter mais tempo de falar com Icahn. Ou seja: conforme ressalta a Forbes, a batalha parece estar longe de terminar. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.