Gol (GOLL4): Goldman Sachs corta recomendação para neutro e ação desaba quase 6%, maior queda do Ibovespa

Banco também elevou preço-alvo para ações da Azul (AZUL4) de R$ 19,50 para R$ 22,40

Felipe Moreira

(Shutterstock)
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O Goldman Sachs cortou a recomendação das ações da companhia aérea da Gol (GOLL4) de compra para neutro, devido ao desempenho positivo das ações das companhias aéreas brasileiras nos últimos meses. Os papéis da Gol acumulavam, até o fechamento da véspera, ganhos de 59,94%, enquanto as ações da Azul saltaram 80,92% neste ano.

Já nesta terça-feira (11), após o rebaixamento, as ações GOLL4 caíram 5,88%, a R$ 11,05, queda bem superior à baixa do Ibovespa na sessão de 0,61% e liderando as perdas do índice na sessão.

Nesse contexto, analistas comentaram que estão mais seletivos na cobertura de companhias aéreas e preferindo balanços mais fortes e posicionamento competitivo (Copa e Volaris).

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“Nossa preferência relativa é baseada em balanços mais leves em um cenário de volatilidade macroeconômica e incerteza global, o que deve resultar em menor volatilidade para nossas recomendações de compra”, explicam. Como referência, eles projetam a alavancagem da Gol em cerca de 3 vezes em 2024, em comparação com cerca de 2 vezes para a Volaris e cerca de 0,5 vez para a Copa no mesmo período.

“Além disso, em um cenário de queda nos preços do combustível de aviação, preferimos nomes que tenham um posicionamento estratégico na América Latina (o que deve aumentar o poder de precificação), como a Copa, e empresas expostas a países com expectativa de crescimento mais rápido em termos de número de passageiros, como a Volaris”, apontaram.

Segundo o banco, essas empresas têm potencialmente menores riscos de competição acirrada, já que podem crescer sem disputar participação de mercado.

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Apesar de rebaixar as ações da Gol para neutro, o Goldman Sachs optou por elevar o preço-alvo das ações da companhia aérea de R$ 12,10 para R$ 13,50, o que implica em um potencial de valorização de cerca de 12,5% em relação ao preço de fechamento de segunda-feira (10) de R$ 12.

O time análise do banco destaca que desde que foram adicionadas à lista de compra em 30 de setembro de 2020, as ações da Gol caíram cerca de 31%, em comparação com alta de 25% do Ibovespa e cerca de +31% para o S&P (em termos dólares), o que pode ser atribuído, pelo menos em parte, a uma alavancagem mais alta e a um desvalorização do setor globalmente.

Para a Azul, o Goldman Sachs reduziu ligeiramente a projeção de Valor da Firma/Ebitda para os próximos 12 meses de 4,7 vezes para 4,6 vezes, devido à desvalorização do setor e ajustou preço-alvo de R$ 19,50 para R$ 22,40, alta de 12,5% em relação ao fechamento da véspera. A recomendação para os papéis é neutra.

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O banco ainda ressalta que as novas estimativas não levam em consideração o acordo de renegociação recentemente anunciado com os fornecedores (que ainda está pendente de conclusão).