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Goldman recomenda compra para Petrobras (PETR4) tendo dividendo entre os temas, mas vê outra petroleira se destacar no 2º semestre

Analistas veem colombiana Ecopetrol como maior petroleira pagadora na 2ª metade do ano na AL, mas têm recomendação neutra para essas ações

Lara Rizério

(Shutterstock)
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Em relatório, o Goldman Sachs manteve recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4), recomendação essa elevada recentemente tendo como base a visão de de riscos reduzidos após alguns esclarecimentos sobre as políticas a serem adotadas pelo novo governo.

Entre elas, a política de dividendos, que está no foco dos investidores, uma vez que deve ser ajustada entre este mês e agosto.

Com base na avaliação de que o foco dos investidores no setor de petróleo tem ido cada vez mais na remuneração dos acionistas, os analistas do Goldman procuraram analisar os potenciais pagamentos de remuneração dos acionistas desde agora até ao final do ano para as empresas da América Latina.

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O banco aponta que a colombiana Ecopetrol se destaca nesta análise, pois vê a empresa oferecendo um dividend yield (dividendo em relação ao valor da ação) de cerca de 18% no segundo semestre de 2023 (já anunciado).  Mas aponta que, apesar de todas as incertezas, continua vendo a Petrobras oferecendo um potencial rendimento de dividendos de aproximadamente 9% no 2S23. Por fim, também enxerga espaço para um potencial dividend yield de 2% a ser anunciado pela PetroReconcavo (RECV3) no mesmo período.

Sobre a Petrobras, os analistas lembram que em seu relatório de elevação de recomendação, citaram que uma nova política de dividendos deve ser anunciada até o final de julho (o que já pode impactar o anúncio de dividendos do 2T23 em agosto).

No entanto, durante sua teleconferência, os analistas do Goldman observam que a Petrobras fez sinalização de que a nova política será baseada, entre outros fatores, no que outras grandes empresas de petróleo estão fazendo.

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“Observamos que esses pares (incluindo BP, Chevron, Exxon Mobil, ConocoPhillips e Shell) distribuíram cerca de 40% de seu FCO (fluxo de caixa das atividades operacionais) como dividendos e recompras nos últimos anos”, cita o Goldman.

Assim, se a estatal anunciar que pagará 40% do FCO em seus próximos anúncios de lucros do 2T/3T, os analistas estimam que a empresa poderá anunciar outro dividendo de US$ 3,9 bilhões junto com os resultados do 2T23 em agosto e dividendo de US$ 3,5 bilhões junto com os resultados do 3T23 em outubro, para um anúncio de rendimento de dividendos de cerca de 5% no 3º trimestre e 4% no 4º trimestre deste ano.

Para as petroleiras juniores, o Goldman Sachs cita a PRIO (PRIO3), Embora ainda não tenha anunciado nenhum dividendo até agora, o banco modela que a empresa deve terminar 2023 com uma alavancagem de 0,5 vez (dívida líquida/Ebitda), que vê como um nível administrável para a empresa.

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Além disso, como a nova administração da Petrobras tem se manifestado oposta à venda de ativos (limitando assim as oportunidades potenciais de fusões e aquisições no setor de petróleo no Brasil), a empresa poderia anunciar uma política de distribuição de dividendos no curto prazo, que poderia ser bem recebida pelo mercado. Como referência, modela um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de cerca de 21% em 2024, sugerindo potencial para pagamentos de dividendos significativos.

Já sobre a PetroRecôncavo (RECV3), como referência, os analistas do banco destacam que, no 2S22, a companhia pagou cerca de R$ 180 milhões em juros sobre o capital próprio referentes aos resultados de 2022, implicando um payout  de cerca de 16% do lucro líquido na segunda metade do ano passado.

“Se aplicássemos o mesmo percentual ao lucro líquido deste ano, isso implicaria em um anúncio de cerca de R$ 137 milhões no 2S23 ou cerca de 2% em dividend yield no período”, avalia o Goldman.

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Para a 3R Petroleum (RRRP3), o foco da empresa nos próximos anos seria a desalavancagem após a aquisição do ativo Potiguar. “Como tal, acreditamos que os dividendos para 3R podem começar apenas em 2025 e aumentar lentamente à medida que a empresa equilibra a remuneração dos acionistas com a desalavancagem”, aponta o banco.

Saindo das brasileiras e indo para a colombiana Ecopetrol, os analistas observam que a empresa aprovou em sua assembleia de acionistas de 30 de março de 2023 a distribuição de um dividendo no valor de 593 pesos colombianos por ação. Este dividendo será dividido em 3 parcelas para os acionistas minoritários em 27 de abril, 28 de setembro e 21 de dezembro deste ano. Dessa forma, contabilizando apenas essas 2 parcelas já anunciadas, eles veem espaço para um dividend yield de cerca de 9% no 3º trimestre e 4º trimestre (cada trimestre).

Para a argentina YPF, veem espaço limitado para uma remuneração considerável dos acionistas para a YPF no 2S23 e além, já que modelam a empresa para queimar caixa devido ao seu pesado ciclo de capex e controles de capital atualmente em vigor na Argentina.

Apesar de verem um maior potencial de pagamento de dividendos para a Ecopetrol, os analistas do banco possuem recomendação neutra para a colombiana, enquanto possuem recomendação de compra para Petrobras, PRIO (top pick) e 3R Petroleum. Para PetroReconcavo a recomendação é neutra e para a YPF é de venda.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.