Grécia não cumprirá metas de reforma do setor público, dizem autoridades

Para pressionar Atenas a cumprir as reformas sem criar uma crise, seus credores podem se recusar a pagar o valor total do resgate de uma só vez

Reuters

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ATENAS – A Grécia não conseguirá cumprir as metas de reforma do seu setor público, mas espera alcançar um acordo com seus credores internacionais sobre todas as outras questões até a reunião de segunda-feira do Eurogroup, disseram autoridades do Ministério das Finanças nesta quarta-feira.

A UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), credores da Grécia e insatisfeitos com o avanço que o país tem apresentado em reformar seu setor público, deram a Atenas um ultimato de três dias para convencê-los até sexta-feira de que pode cumprir suas promesas antes de liberarem 8,1 bilhões de euros em ajuda.

Atenas já perdeu um prazo de junho para colocar 12.500 trabalhadores estatais em um “esquema de mobilidade”, segundo o qual eles são transferidos ou dispensados dentro de um ano, e autoridades disseram que o país não poderá chegar a um acordo sobre isso até segunda-feira.

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“Não há chances de que iremos satisfazer as atuais demandas conforme elas são apresentadas”, afirmou uma autoridade sênior do Ministério das Finanças.

Atenas precisa concluir as negociações com seus credores até meados do mês para garantir que receberá a mais recente parcela de ajuda, a qual precisa para resgatar cerca de 2,2 bilhões de euros em títulos em agosto.

Autoridades buscaram minimizar os temores sobre o que acontecerá se a Grécia não receber o pagamento de ajuda a tempo, dizendo que “no pior dos casos” poderá compensá-lo através da emissão de notas adicionais do Tesouro.

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“Não será o fim do mundo”, disse uma segunda autoridade do Ministério das Finanças, que falou sob condição de anonimato.

O ministor das Finanças, Yannis Stournaras, deve realizar nesta quarta-feira uma terceira rodada de negociações com inspetores da troika, formada por UE, FMI e Banco Central Europeu (BCE).

Para pressionar Atenas a cumprir as reformas sem criar uma crise, seus credores podem se recusar a pagar o valor total de uma só vez, fazendo pagamentos mensais em vez disso.

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