Grife de roupas carioca é acusada de promover racismo em estampa; marca se pronuncia

A estampa "Rua do Mar" foi acusada nas redes sociais de promover o racismo, já que, segundo os usuários, retratou pessoas negras como escravas

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Conhecida por suas estampas floridas e tropicais, a grife carioca Farm foi acusada no último sábado (8) de ter praticado racismo em uma de suas estampas, que, de acordo com a marca, retratava o Brasil do século XIX.

Na internet, as críticas feitas à estampa eram direcionadas aos desenhos de pessoas negras, retratadas como escravas no cenário criado pela marca.

Um dos usuários do Facebook publicou em seu perfil: “é impressão minha ou a Farm fez uma reprodução da polêmica estampa da Maria Filó com mulheres negras representadas como escravas na Casa Grande?”, referenciando outra polêmica de racismo em que a marca Maria Filó esteve envolvida.

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A publicação viralizou e, apoiado por outros usuários, a Farm decidiu apagar as imagens da estampa de suas redes sociais e publicou um pedido público de desculpas: “Esta é a nossa estampa ‘Rua do Mar’. Ficamos tristes com a repercussão negativa despertada por ela. Não era esta a nossa intenção. Estamos retirando as peças do nosso site e lojas. Pedimos desculpas a todos pelos sentimentos negativos gerados”, escreveu em publicação na página do Facebook. Nos comentários da publicação, os usuários continuaram criticando a marca.

Confira a seguir a publicação feita no perfil da marca, que acompanha a imagem da estampa:

Procurada pelo InfoMoney, a Farm afirmou que a marca não tinha a intenção de ser racista e que a simples associação negativa “fez com que a FARM começasse a recolher as peças das lojas e do site”. Leia a seguir o comunicado completo da marca:

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“Devido à polêmica em relação à estampa “Rua do Mar”, utilizada na atual coleção, a FARM esclarece que a ilustração refere-se a uma cena cotidiana do período pós-colonial, desenhada em preto e branco. No último sábado, a estampa começou a ser criticada como racista. Mesmo a marca não tendo esta intenção, a simples associação negativa fez com que a FARM começasse a recolher as peças das lojas e do site. A FARM disponibilizou a arte da estampa, através de sua assessoria, a fim de facilitar a apuração dos fatos pela imprensa e pede desculpas a todos pelo sentimento negativo gerado.”

Outros casos

Em outubro de 2016, a marca Maria Filó também foi acusada de promover o racismo em uma de suas estampas da coleção “Pindorama”, estampa que também representava o período colonial brasileiro.

Na época, a marca pronunciou-se afirmando que “a estampa em questão buscou inspiração na obra de Debret” e que não teve intenção de ofender. As peças com a estampa também foram retiradas das lojas.