Guerra fria EUA-China pode beneficiar investidores, diz analista

Ajay Kapur, do Bank of America, diz que a rivalidade pode trazer muitos benefícios, principalmente no fluxo de investimentos e inovação

Bloomberg

Bandeiras da China e dos EUA (Crédito: Shutterstock)
Bandeiras da China e dos EUA (Crédito: Shutterstock)

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(Bloomberg) — Um analista de renda variável que chamou a atenção por destacar o tema da desigualdade há cerca de 15 anos agora defende a ideia de que o confronto EUA-China pela supremacia econômica poderia trazer ganhos para investidores.

A escalada das tensões EUA-China desde que o presidente Donald Trump tomou posse em 2017 foi vista como negativa por operadores. E manchetes anunciando novas tarifas ou outras medidas protecionistas de ambos os países sacudiram os mercados acionários, embora não tenham impedido que as bolsas globais atingissem máximas históricas antes da crise de coronavírus.

Ajay Kapur, chefe para Ásia e estratégia global de mercados emergentes do Bank of America, diz que a rivalidade pode trazer muitos benefícios, principalmente no fluxo de investimentos e inovação. Maiores ganhos de produtividade ajudariam a impulsionar retornos de investimentos em uma variedade de ativos, escreveu com outros analistas em relatório de 7 de junho.

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“Para investidores de renda variável, especialmente investidores em crescimento, as sementes de novas tecnologias civis-militares germinando hoje serão irrigadas pela grande rivalidade das grandes potências e florescerão de maneiras desconhecidas nas próximas décadas”, escreveu Kapur com os analistas Ritesh Samadhiya e Aritra Baksi.

A equipe citou exemplos históricos como a rivalidade entre o Reino Unido e a Alemanha no fim da década de 1890 e o início da década de 1900, juntamente com o conflito soviético-americano, como períodos em que a grande rivalidade agiu como estímulo para o desenvolvimento tecnológico.

Entre as implicações para os investimentos de uma menor ênfase nas cadeias de suprimentos globais e políticas estratégicas cada vez mais nacionalistas das duas principais economias do mundo, os estrategistas do Bank of America destacaram a tecnologia, que seria a “maior vencedora”. Robótica, pesquisa espacial, segurança cibersegurança e inteligência artificial, juntamente com fabricantes de semicondutores e designers de chips, são candidatos “lógicos”.

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“Duas grandes potências concorrentes, que utilizam o balanço do governo e taxas de juros reais zeradas a partir do excedente de poupança” gerado pelas sociedades ultrarricas e com altos níveis de poupança, como o Japão, escreveram os analistas. Kapur, em meados dos anos 2000, usou o termo “plutonomia“ para descrever economias com crescente desigualdade.

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