“Guru dos emergentes” diz qual a 1ª coisa que faria se fosse presidente do Brasil

Reduzir burocracia ao tirar cartórios seria uma das prioridades, afirmou; otimista, Mark Mobius destacou que o Brasil pode crescer de 3% a 4% em 2016 e ser de 1º mundo em 30 anos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em evento com jornalistas na sede da Franklin Templeton, em São Paulo, o executivo-chefe da Templeton Emerging Markets. Mark Mobius, mostrou otimismo ao falar sobre as suas perspectivas para a economia brasileira. Se em 2015, o cenário deve ser de dificuldades e o PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer cerca de 0,3%, o próximo ano pode ser positivo para o Brasil. 

E ainda afirmou qual seria a primeira coisa que faria caso fosse presidente do Brasil: “se eu fosse presidente do Brasil, a primeira coisa que eu faria era acabar com os cartórios. Crescimento vem da produtividade e se você espera uma hora na fila de um cartório, você está perdendo dinheiro”.

Sobre o cenário econômico, destacou que “não me surpreenderia se visse o Brasil crescendo 3%, 4% em 2016”, afirmou. Este cenário ocorreria com a implementação de políticas adequadas, que a confiança dos investidores vai melhorar e o crescimento da economia brasileira ainda receberia um impulso no próximo ano da recuperação nos preços das commodities. “Daqui a cinco anos o cenário em relação ao Brasil será muito melhor”, afirmou.

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Em meio à abundância de recursos naturais e necessidade de projetos em infraestrutura, o Brasil conta com grandes potenciais. Mas, ao mesmo tempo, tem que liberar as regras para o investimento estrangeiro, além de acelerar privatizações e reduzir a burocracia que, para ele, seria um dos entraves para o crescimento econômico brasileiro. 

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“Mensagem errada” de Levy
Mark Mobius destacou que está otimista com a nova equipe e que, após um primeiro mandato de muitos erros, Dilma Rousseff parece ter percebido que suas políticas anteriores estavam equivocadas, apesar de destacar que a presidente “não está muito feliz com isso”.

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Porém, segundo ele, o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, passou uma mensagem um pouco diferente do que a deveria mostrar ao falar de ajuste fiscal. Na verdade, ele indica principalmente que haverá aumento de impostos e não corte de gastos, o que seria uma mensagem ruim para se passar. “O governo deve ser mais específico sobre isso”, afirma o executivo.

Sobre o câmbio, Mobius avaliou que há espaço para depreciação do real, indicando um nível de equilíbrio perto de R$ 2,90. 

Ainda em relação à mudança econômica de Dilma e a comparação com Fernando Henrique Cardoso, que adotou medidas de ajuste na economia. Ele também destacou o governo Lula que, após perder duas eleições, adotou um tom mais pragmático. “Dilma, vendo sua popularidade cair, tem que agir assim também, apesar de ser difícil para ela”. E, se os ajustes não vierem, ressaltou, o Brasil estará com um grande problema. Agora, destacou, a maior preocupação da nova equipe econômica é evitar que o País perca o grau de investimento.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.