Gurus Jim O’Neill e Roubini discordam: é hora de comprar ou vender ações?

Em entrevistas à CNBC, Roubini diz que acredita em correção das bolsas, enquanto O'Neill vê ação como o ativo mais interessante no momento

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os mercados internacionais vêm mostrando um forte apetite ao risco – as bolsas dos Estados Unidos e da zona do euro atingiram, nos últimos dias, seus maiores patamares em anos -, mas esse cenário deve continuar? Os gurus do mercado financeiro discordam.

O economista Nouriel Roubini – famoso por prever a crise financeira de 2008 – vê uma correção nas bolsas, enquanto o criador do termo BRIC, Jim O’Neill, aponta que atualmente ação é o ativo mais interessante para investir.

O choque entre as opinões deve-se a estimativa de Roubini de que o aumento dos juros para os norte-americanos mais ricos e a redução dos gastos do governo deve gerar um forte impacto no crescimento da economia dos Estados Unidos neste ano, o que eliminará uma possível recuperação do setor imobiliário.

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Em entrevista à CNBC, nesta sexta-feira, Roubini disse que os investidores devem se preparar para um “choque” dos mercados no segundo semestre do ano, quando a receita deve começar a decepcionar.

“Acho que os mercados serão surpreendidos pela desaceleração da economia dos Estados Unidos quando comparado com o último ano. E as ações dos EUA devem, de algum maneira, mostrar uma correção”, disse.

Por outro lado, O’Neill acredita que “o momentum por trás dos números dos EUA é bom. É muito interessante, apesar do chamado abismo do orçamento”. Especificamente, quando olha-se para os dados de emprego, disse.

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“Vejo as pessoas começarem a ficar realmente empolgadas sobre o momentum da economia dos Estados Unidos. Penso que o valuation está alto, o mercado não está tão atrativo quanto já foi, mas o momentum para os números está lá”, comentou.

O’Neill acredita que o cenário da economia global e o rally global das ações estão “desconectados”. Enquanto alguns lugares sofrem com incertezas sobre a recuperação econômica, como é o caso da Itália, os Estados Unidos, China e Alemanha estão registrando um desempenho relativamente OK. 

Já em relação ao BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), acrónimo cunhado pelo próprio O’Neill, ele aponta que “não tem o mesmo otimismo em relação ao mercado norte-americano, mas todos estão muito baratos. Contudo, não acho que seja um grande negócio”.

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As opiniões de O’Neill e Roubini foram reveladas após apresentação no Ambrosetti Forum, realizado na Itália, sobre perspectivas para a economia global. 

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