Hapvida (HAPV3) foca em recomposição de margens, integração com Intermédica e descarta aquisições no curto prazo

No médio prazo, porém, o caminho estará aberto para novas oportunidades de aquisições, diz a empresa

Felipe Alves

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Em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (9), o CEO da Hapvida (HAPV3), Jorge Pinheiro, celebrou a recomposição de margens e a redução de sinistralidades observada no terceiro trimestre de 2023. Às 12h25, as ações subiam 1,86%, a R$ 4,39.

A Hapvida (HAPV3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 261,1 milhões no 3T23, 61,5% abaixo do reportado no mesmo intervalo de 2022. Já a margem Ebitda ajustada atingiu 10,8% entre julho e setembro, queda de 3,8 pontos percentuais (p.p.) frente à margem do 3T22.

A recuperação das margens é o foco principal da companhia nos próximos trimestre. O resultado, segundo o CEO, reflete a estratégia de recomposição de tickets e as iniciativas de integração e verticalização dos negócios com a NotreDame Intermédica.

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Segundo Jorge Pinheiro, os reajustes médios de contratos de maio a setembro deste ano estão em torno de 15%. Os reajustes médios estão em 14,8% para grandes contratos e em 14,4% no segmento empresarial.

Mauricio Fernandes Teixeira, diretor de relações com investidores, acrescentou que os reajustes foram necessários para recompor as margens do portfólio e o crescimento consistente da receita foi possível com a melhoria do ticket médio no período.

O ciclo de reajustes vai continuar até abril de 2024 em patamares similares aos apresentados no 3T23, segundo o CEO. Depois deste período, a empresa fará uma nova análise.

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“Precisamos avaliar outros aspectos inflacionários e ver o fechamento de 2023. Até fevereiro vamos avaliar o índice de reajustes esperados para o segundo semestre de 2024”, afirmou.

Quando encerrado o ciclo de reajustes, a expectativa é que a empresa volte o foco para ter um “portfólio saudável e ter crescimento orgânico sustentável”, pontuou o CEO. Segundo Jorge Pinheiro, o médio prazo é promissor, logo que acabar o ciclo de revisão do portfólio.

Hapvida (HAPV3): sinistralidade em queda

A boa surpresa no trimestre, segundo a diretoria, foi a queda maior do que previsto na sinistralidade. No 3T23, a sinistralidade caixa foi de 71,9%, uma importante diluição de 1,1p.p. e 2,0p.p. em comparação com 3T22 e 2T23, respectivamente.

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“É a menor sinistralidade desde que fizemos a associação de negócios com a NotreDama Intermédica. Isso é resultado de capturas de sinergias e as melhores práticas das operadoras”, afirmou Mauricio Fernandes Teixeira.

Com a tendência de redução da taxa de juros nos próximos trimestres, a Hapvida espera acelerar a queda da dívida líquida.

A gestão equilibrada, assinalou o CEO, permitiu à empresa reduzir a alavancagem para 1,58 vez Ebitda no 3T23. Já o Ebitda ajustado, que cresceu 47% em relação ao 3T22, apresentou um “forte crescimento”, para R$ 742 milhões, na avaliação do diretor de RI.

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De olho nas exigências regulatórias, a companhia destacou que apresenta “manutenção” dos parâmetros exigidos.

De acordo com Mauricio Fernandes Teixeira, diretor de RI, todas as operações da empresa apresentaram superávit de capital regulatório. “Isso dá uma tranquilidade para a gente”, destacou.

Futuras aquisições

Por fim, questionado se a Hapvida está de olho em novas oportunidades de fusões e aquisições, Jorge Pinheiro afirmou que a empresa não está olhando para isso agora, pois está focada na integração e padronização de todo o conjunto de aquisições realizados recentemente, junto com a última aquisição feita por Hapvida em São José do Rio Preto.

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“Esse é o principal foco da companhia, e é onde vamos capturar mais resultados”, destacou. Mas, segundo ele, no médio prazo, o caminho estará aberto para novas oportunidades de aquisições.