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Enquanto as ações da Hapvida (HAPV3) derretiam na Bolsa brasileira, os executivos da companhia falavam sobre os resultados do quarto trimestre que tanto desagradaram o mercado. Eles reconheceram os principais desafios enfrentados pela empresa no momento, com destaque para a diminuição de custos e redução da sinistralidade, principais pontos observados pelos analistas após a divulgação do balanço.
Jorge Koren de Lima, CEO da companhia, reconheceu que a sinistralidade da Hapvida está acima de níveis históricos, mas ressaltou que o índice foi “significativamente” menor que o da concorrência. No quaro trimestre, a sinistralidade da companhia ficou em 72,9% e no acumulado de 2022, em 73,3%.
“Nosso modelo de negócio permite passar por períodos desafiadores de forma mais confortável”, afirmou. Koren de Lima disse que a companhia está focada em recomposição gradual e consistente de margens.
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O tíquete médio combinado da companhia sofreu um reajuste de 6,8% no quarto trimestre de 2022. Marcelo Moreira, VP de Integração e Relação com Investidores da Hapvida, explica que o ciclo de reajuste iniciado em maio do ano passado vai ser importante para a recuperação da sinistralidade. Moreira, contudo, ressalta que a evolução dos preços esbarrou em reajustes negativos feitos em 2021 e impacto de M&A’s, com tíquete médio menor.
Para 2023, a Hapvida espera que o governo autorize ajustes de dois dígitos no setor, entre 10% e 20%.
Moreira também reconheceu que aumento de custos da companhia, ainda que tenha desacelerado no quarto trimestre, continua em patamar elevado. Segundo ele, a linha segue impulsionada pela alta frequência de consultas, exames, terapias e procedimentos de alto custo na rede contratada.
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Koren de Lima afirma que, no começo deste ano, a empresa já observou uma redução em consultas e exames eletivos, mas que há ainda um volume alto de cirurgias realizadas.
A Hapvida pretende apostar na verticalização para recompor suas margens. A ideia é reduzir a exposição a produtos fora da rede própria. Para isso, a empresa traçou uma estratégia, dividida em três regionais.
A primeira compreende as “operações originais” da Hapvida e, segundo o CEO, já possuem um alto nível de verticalização. “O processo de recomposição de margem, nesse caso, vai ser mais rápido. Mas é preciso manter a disciplina em reajustas e uma série de ações pulverizadas”, afirmou Koren de Lima.
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A segunda regional está mais exposta à rede credenciada da Hapvida. “O incremento da verticalização nessa regional é um plano longo que já está planejado e orçado”, disse o CEO. “Aqui a gente nota um comportamento mais ‘resistente’ pela exposição à rede de de terceiros e não à rede própria”.
A regional 3 é composta de ativos novos, considerados de nível de maturidade inferior, por serem empresas de pequeno e médio porte recém-adquiridas. “São operações que rodam com sinistralidade mais alta, possuem pouco nível de padronização e verticalização”, explicou Koren de Lima.
“Sim, a companhia enxerga uma trajetória de diluição das nossas despesas gerais e administrativas. Mas não é algo que conseguimos fazer de imediato”, afirmou Moreira.
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“Junto com essas iniciativas todas teremos, uma disciplina muito forte. Estamos comprometidos em conseguir ter empresa mais leve, ágil e eficiente”.