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SÃO PAULO – Os dados divulgados nesta quinta-feira (19) pela HFR (Hedge Fund Research) mostram que os hedge funds das economias emergentes tiveram um volume de resgate superior às aplicações em US$ 1,5 bilhão durante o segundo trimestre do ano. Esse não é apenas o segundo resultado negativo consecutivo como também é o 7º resgate visto nos últimos oito trimestres, segundo a consultoria.
Entre janeiro e junho, o montante mostrou-se negativo em mais de US$ 2 bilhões. Os números contrastam com o desempenho da indústria mundial de hedge funds, que teve uma captação líquida positiva em US$ 9,6 bilhões no segundo trimestre e de US$ 23 bilhões no primeiro semestre, mostra a HFR.
“As mudanças nas expectativas de crescimento do planeta, a volatilidade esperada no câmbio e as influências do mercado de commodities resultaram numa menor tolerância para o risco de se expor aos hedge funds dos mercados emergentes no curto prazo”, disse Kenneth J. Heinz, presidente da consultoria.
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Contudo, esse cenário pode melhorar no decorrer de 2010. Segundo Heinz, embora muito dos riscos vistos na primeira metade do ano permaneçam nesse terceiro trimestre, a tendência apresentada pelos mercados de ações dos emergentes, os créditos soberanos e as commodities tem mostrado evolução. “Os investidores de hedge funds que considerem a dinâmica dos hedge funds dos mercados emergentes irão tentar entrar nestas tendências nos próximos trimestres”, acredita o presidente da consultoria.
América Latina: destaque positivo
Apesar da fuga de capital relatada nessa primeira metade do ano, a HFR mostra que os hedge funds da América Latina conseguiram registrar captação positiva no período, mesma trajetória vista no Oriente Médio. Contudo, os resgates concentrados na Rússia e nas economias emergentes asiáticas foram determinantes para o saldo deficitário.
Estratégias
Segmentando o fluxo do capital desses fundos pelas estratégias adotadas, a consultoria revela que hedge funds emergentes do tipo macro conseguiram atrair US$ 320 milhões a mais do que foi resgatado. Contudo, o saldo negativo de US$ 1,8 bilhão dos HF de hedge de ações da região puxou o resultado para o campo negativo.
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Já sobre os fundos de commodities, a HFR mostra que os fundos focados em metais, petróleo e commodities agrícolas foram os mais impactados durante esta primeira metade de 2010.