Ibovespa abre em queda, seguindo mau humor externo e receios com Petrobras

Em dia marcado por agenda sem grandes referenciais, esfera corporativa ganha foco; na França, pesam rumores negativos

Luis Madaleno

Publicidade

SÃO PAULO – Em manhã marcada pelo mau humor nos mercados internacionais, a bolsa brasileira não fica imune às tensões na abertura de seus negócios. Com isso, o Ibovespa inicia o pregão desta sexta-feira (20) em queda de 0,44%, aos 66.594 pontos.

Na Europa, os principais índices da Inglaterra, Alemanha e França registram quedas de 0,46%, 0,93% e 1,03%, respectivamente, enquanto no mercado futuro nos EUA, a tendência é a mesma: o S&P 500, Dow Jones e o Nasdaq Composite mostram recuos respectivos de 0,50%, 0,39% e 0,44%.

Dentre os papéis que são negociados nesta manhã, destaque para Rossi Residencial ON (RSID3, R$ 15,97, -1,72%),  Duratex ON (DTEX3, R$ 17,70, -1,50%),  Lojas Americanas PN (LAME4, R$ 14,19, -1,46%),  ALL units (ALLL11, R$ 16,58, -1,31%) e PDG Realty ON (PDGR3, R$ 18,47, -1,23%). 

Continua depois da publicidade

Análise técnica
Régis Sarmiento Chinchila, analista técnico da Gradual Corretora, observa que o Ibovespa “encerrou muito próximo ao suporte em 66.800 pontos, dado pela linha de tendência de alta de curtíssimo prazo” Para eles, “caso o índice feche abaixo deste apoio, deverá acelerar o movimento de queda até a região de 65700 (média móvel de 50 dias)”.

Já na ponta compradora, observa que “somente rompendo 67.789 pontos [o benchmark] retoma a tendência de alta, rumo à resistência em 68.498 pontos (último topo formado).”

Perspectiva
Para a equipe de analistas da Planner, “a fraca agenda e dúvidas com Petrobras devem continuar pressionando o índice” nesse pregão. Também ressaltando o impacto negativo trazido pela estatal, Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, afirma que “os players devem continuar acompanhando e repercutindo a polêmica da capitalização. E, neste sentido, a probabilidade de adiamento se torna cada vez mais evidente, o que pode impactar negativamente os negócios de hoje, especialmente na Bovespa”.

Continua depois da publicidade

“Não há absolutamente nada no calendário de indicadores que irá animar os mercados financeiros [nesta sexta-feira]”, dispara Paul Donovan, analista do UBS. “Isso poderia permitir um dia de calma reflexão sobre o ambiente econômico. Mas permite também que os mercados se concentrem em histórias cada vez mais tolas”, ironiza.

Remoção de estímulos e corte francês
Após mais uma semana de agitação nos mercados, a agenda econômica desta sexta-feira aparece bem mais tranquila. Axel Weber, membro do conselho do BCE (Banco Central Europeu), sinalizou pela primeira vez que os estímulos europeus devem ser retirados no início do próximo ano, embora a autoridade ainda não possua uma posição oficial sobre o assunto. Vale lembrar que Weber também é presidente do banco central alemão.

Também chamam atenção especulações dando conta de um crescimento menos robusto da economia francesa. O jornal Les Echos afirmou que o governo francês deve cortar sua projeção de crescimento para 2011, atualmente em 2,5%. Paralelamente, o Le Figaro disse que a ministra das Finanças francesa prevê uma expansão de apenas 2% do PIB (Produto Interno Bruto) da França no ano que vem. No entanto, nenhum dos diários revelaram suas fontes.

Continua depois da publicidade

Estados Unidos
Em dia sem referenciais de peso no front norte-americano, o destaque fica por conta dos números do segundo trimestre de Dell e HP divulgados na véspera, após o fechamento dos mercados. Embora tenham vindo acima e em linha com o mercado, respectivamente, não são capazes de impulsionar ganhos em suas ações, tampouco guiar uma alta do Nasdaq Composite. 

Cena doméstica
Por aqui, o destaque do dia, no tocante a indicadores econômicos, fica a cargo do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta manhã, o indicador aponta queda de 0,05% nos preços em agosto, enquanto havia mostrado queda de 0,09% em julho.

Para Gregório Matias, analista da PAX Corretora, a desaceleração pode trazer certa dose de bom humor por aqui. Sem o incômodo da inflação, avalia o analista, a Banco Central pode manter estável a Selic na reunião do dia 1º de setembro, interrompendo o ciclo de aperto monetário e beneficiando, indiretamente, a renda variável.

Continua depois da publicidade

Petrobras, a âncora 
Indicadores à parte, os investidores estarão especialmente atentos à Petrobras (PETR3, PETR4) nesta sessão. Após ter sido adiada de julho para setembro, a capitalização da estatal corre riscos de não mais acontecer no final do mês que vem, diante da surpresa do governo com o preço do barril de petróleo avaliado pela certificadora Gaffney, Cline & Associates. O fato vem impactando severamente os ativos da companhia recentemente e pesa sobre o Ibovespa.

Fechamento anterior
O principal índice da bolsa paulista fechou o pregão de quinta-feira em baixa de 1,11%, atingindo 66.887 pontos e registrando uma baixa acumulada no ano de 2,48%. O volume financeiro foi de R$ 5,30 bilhões. 

XP

Invista até R$ 80 mil no novo CDB 150% do CDI da XP; condição inédita.

Abra a sua conta gratuita na XP para aproveitar