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O principal índice da bolsa brasileira recuou acentuadamente nesta segunda-feira (13), acompanhando a forte liquidação no exterior, em meio a temores crescentes de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) precisará ser mais agressivo em sua política monetária.
O Ibovespa caiu 2,73%, aos 102.598 pontos, após oscilar entre 101.699 e 105.478 pontos. O volume financeiro foi de R$ 31,2 bilhões. Com a queda de hoje, o índice passou a acumular perda acima de 2% no ano, no menor patamar desde 10 de janeiro.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones caiu 2,79%, aos 30.518 pontos. O S&P 500 recuou 3,87%, aos 3.749 pontos, enquanto o Nasdaq teve baixa de 4,68%, aos 10.809 pontos.
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Com o Fed e o Banco Central brasileiro tendo decisões de taxas de juros agendadas para a próxima quarta-feira, investidores se posicionaram com cautela nesta sessão, principalmente após, na última sexta, a inflação de maio dos EUA ter avançado 1% na base mensal, número bem acima do consenso do mercado.
Após a publicação do dado, o mercado começou a apostar em uma alta mais acentuada da taxa de juros pelo Fed, de 0,75 ponto percentual, ante projeção anterior de 0,50 ponto. Os treasuries americanos com vencimento em dois anos fecharam negociados a uma taxa de 3,381%, subindo 33,7 pontos-base, para o maior patamar desde outubro de 2007. Os com vencimento em dez anos fecharam negociados a 3,379%, alta de 22,2 pontos-base, maior nível desde janeiro de 2011.
“Os juros futuros americanos estão esticados. Há a possibilidade de o Fed acelerar a alta de juros na próxima quarta-feira, o que estressa todo o mercado”, comenta Julio Hegedus Netto, economista-chefe da Mirae Investimentos.
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Segundo Hegedus, é preciso ainda observar a dinâmica entre os treasuries com vencimento em dois e dez anos – a taxa do primeiro acima da do segundo, de acordo com o especialista, indicaria que o mercado está precificando uma recessão.
Esse panorama levou a investidores passaram a ter maior aversão ao risco, migrando capital para os EUA, economia mais segura do mundo. O DXY, que mede a força do dólar frente a outras moedas, com isso, avançou 1,06%, aos 105,25 pontos, maior nível desde novembro de 2002.
Por aqui, a moeda americana avançou 2,54% frente ao real, negociada a R$ 5,114 na compra e a R$ 5,115 na venda.
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“Há o chamado fly to quality, com investidores buscando ativos seguros, o que normalmente acontece nessas horas de tensão”, diz o economista-chefe da Mirae.
A alta dos treasuries também pressionou a performance da curva de juros brasileira, junto do aumento dos preços dos combustíveis: no aftermarket, às 17h40, o DI com vencimento em 2023 tem sua taxa avançando 20 pontos-base, a 13,58%, e o para 2025 tem seu rendimento subindo 25 pontos, para 12,76%. Os DIs para 2027 e 2029 têm seus yields com altas de, respectivamente, 22 e 16 pontos, para 12,71% e 12,79%.
As ações da Gol (GOLL4) e da CVC (CVCB3) foram os destaques negativos, recuando, respectivamente, 14,46% e 11,72%, seguidas das ações da Méliuz (CASH3), com perda de 11,11%.
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Segundo analistas da Ativa Investimentos, quedas mais acentuadas foram observadas nos setores de varejo, tecnologia e aéreas refletindo a inclinação das curvas de juros e alta do dólar.
Destaque ainda, entre as quedas por peso, destaque para o setor de siderurgia e mineração, que sofre com a notícia de novos lockdowns na China por conta da reincidência da Covid-19. A Vale (VALE3) caiu 3,35%. Usiminas ([ativo=USMI5]) e Gerdau (GGBR4) tiveram baixas de, respectivamente, 4,25% e 4,81%.
Apenas quatro ações do Ibovespa encerraram a sessão no campo positivo, foram os papéis da Cielo (CIEL3) e da Suzano (SUZB3) subindo, respectivamente, 1,32% e 0,70%, seguidas pelas ações da EDP Brasil (ENBR3) e Taesa (TAEE11) com ganhos de, respectivamente, 0,64% e 0,30%.
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