Ibovespa acompanha exterior e sobe 0,71%; Petrobras dispara 6,8%

SÃO PAULO – Após encerrar em queda mais uma semana complicada para os investidores, com poucos indicadores macroeconômicos para nortear a tomada de decisões, muitas incertezas no ar e especulações no campo político, o Ibovespa apresentou movimento de correção nesta segunda-feira (16), ao fechar o dia com ganhos de 0,71%, a 46.846 pontos. O desempenho do benchmark da bolsa brasileira acompanhou a performance dos principais índices americanos e europeus, que subiram mesmo uma sessão após ataques terroristas ocorridos em Paris chocarem o mundo – um sinal de que os mercados estariam mais resilientes a esse tipo de situação, apesar das incalculáveis perdas humanas e da dimensão da tragédia.

Em dia marcado por intensas variações devido ao vencimento de opções sobre ações na Bovespa, o principal índice acionário brasileiro contou com uma forte contribuição das ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,38, +6,83%; PETR4, R$ 7,70, +5,91%) para fechar próximo da máxima do dia. Também fecharam no campo positivo os papéis dos bancos – com destaque para Itaú Unibanco -, no sentido oposto da Vale (VALE3, R$ 15,05,-2,08%; VALE5, R$ 15,05, -2,04%) e das siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 2,55, -3,04%) e Gerdau (GGBR4, R$ R$ 5,04, -3,63%). O giro financeiro negociado na bolsa brasileira nessa sessão foi de R$ 6,95 bilhões, sendo que a média diária das últimas 21 sessões é de R$ 5,809 bilhões. Já o dólar comercial fechou em queda de 0,38%, cotado a R$ 3,8185 na venda.

Destaque do dia, a petrolífera estatal teve em seu noticiário a suspensão da greve de petroleiros de Duque de Caxias, do  Paraná e de Santa Catarina, ao passo que a mineradora não tem motivos para inspirar otimismo dos investidores. Hoje, em teleconferência, o CFO da companhia, Luciano Siani, afirmou que a Samarco tem como gerar caixa suficiente para cobrir custos fixos mínimos até recuperar licença ambiental, desde que otimize operações.

No radar, está o cenário de cautela global após os atentados em Paris e as indicações de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fica no ministério da Fazenda, pelo menos por ora, após a presidente Dilma Rousseff reforçar que ele fica. Dilma fez hoje uma defesa direta ao ministro: “não concordo com Lula. E não temos de concordar com todas as avaliações de pessoas das quais gosto imensamente.” “Repito: Levy é um grande servidor público, tem compromisso com a estabilidade do país”, disse ela, afirmando que “as especulações sobre Levy são nocivas”. ” Venho sistematicamente afirmando que Levy fica”, destacou a presidente na Turquia.

Porém, os rumores continuam: de acordo com informações do jornal Valor Econômico, o ministro tem trocado correspondências com a presidente Dilma Rousseff e conversado com ministros palacianos sinalizando que quer deixar o governo. Porém, a saída não seria imediata, uma vez que ele não quer se indispor com a presidente e quer se esforçar para sair tão bem quanto entrou. Também na Turquia, o ministro afirmou que a economia brasileira inspira “otimismo”. Segundo ele, para que a economia volte a crescer, é preciso fazer o dever de casa, ou seja, aprovar o ajuste fiscal. O ministro também disse que segue “navegando”, ao responder sobre pressões para sua substituição. Destaque ainda para a notícia do jornal O Estado de S. Paulo de que a Fazenda e o Banco Central estariam estudando medidas pontuais para estímulo ao crédito.

Por último, ainda no noticiário doméstico, chama atenção o relatório Focus. Nele, a previsão de retração do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 se manteve em 3,10% na perspectiva média dos economistas semanalmente consultados pelo Banco Central. Para 2016, os economistas cortaram a projeção do crescimento do PIB de -1,90% para queda de 2%. A a mediana das previsões do mercado financeiro para o IPCA de 2015 subiu de 9,99%, para 10,04%, bem acima do teto da meta estabelecida pela autoridade monetária de 6,5% ao ano. Já para 2016, a previsão subiu de 6,47% para 6,50%. No caso da taxa básica de juros, a previsão da Selic para 2015 foi mantida em 14,25%. Para 2016, a previsão foi mantida em 13,25%.

Destaques da Bolsa
Entre os destaques corporativos, chama a atenação a BM&FBovespa (BVMF3, R$ 12,01, +0,08%) apresentou nesta sexta-feira proposta não vinculante para união com a Cetip (CTIP3, R$ 38,31, +0,29%), em uma operação em dinheiro e ações que avalia a maior central depositária de títulos da América Latina como valendo cerca de 10 bilhões de reais. A oferta da BM&F atribui às ações da Cetip valor de R$ 39 por papel, um ágio de 15,5% sobre o fechamento de 30 de outubro, quando a bolsa paulista revelou que estava mantendo conversas preliminares com a Cetip. Após o anúncio, as ações da Cetip foram rebaixadas pelo JPMorgan e Bradesco BBI.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

^* – Lote de mil ações
¹ – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

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