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SÃO PAULO – Apesar de ainda operar em baixa, o Ibovespa reduz as perdas nesta segunda-feira (31), mas deve fechar agosto como o pior mês do ano após a divulgação do dado de déficit do Orçamento hoje, que ficou em R$ 30,5 bilhões. Quem impede uma queda mais forte do índice são Petrobras e Vale, que sobem desde o começo da tarde. No caso da estatal, a virada ocorre após dados de produção nos EUA, que impulsionaram os preços do petróleo.
Às 16h52 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira caía 1,12%, a 46.626 pontos. Já o dólar comercial sobe 1,16% a R$ 3,6270 na venda, ao passo que o futuro para setembro tem alta de 1,80% a R$ 3,647. No mercado de juros futuros o DI para janeiro de 2017 sobe 27 pontos-base a 14,22% ao passo que o DI para janeiro de 2021 sobe 43 pbs a 14,14%.
A proposta do Orçamento da União de 2016, encaminhada ao Congresso Nacional nesta segunda-feira, prevê um déficit primário de R$ 30,5 bilhões no próximo ano – ou 0,5% do PIb (Produto Interno Bruto) -, disse o relator-geral do Orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Além disso, o governo estima que a economia vá crescer 0,2% em 2016 em relação a este ano, enquanto a inflação deva avançar 5,4% no próximo ano. O salário mínimo deve subir para R$ 865,50 de acordo com o projeto. “Esse é o início de um novo ciclo orçamentário”, afirmou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, após entregar o projeto ao presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL).
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“Mesmo após um esforço de contensão de crescimento de gastos, tanto obrigatórios como discricionários, ainda assim não será possível cumprir a nossa meta anterior de resultado primário, que era de [superávit de] R$ 34 bilhões”, disse, ao justificar a mudança da previsão para um déficit primário de R$ 30,5 bilhões.
Petróleo
Os preços do petróleo viraram para forte alta, apagando as perdas de agosto, depois dos dados de produção de petróleo nos EUA, mostrando uma queda na produção para 9,296 milhões de barris por dia (bpd) em junho, ante 9,4 milhões de bpd em maio e um pico de 9,6 milhões de bpd em abril. O petróleo disparava 7,47%, atingindo os US$ 48,62.
Além disso, a OPEP sinalizou sua preocupação com a queda dos preços. Em documento publicado hoje, o grupo produtor disse que está preocupado com a queda nos preços do petróleo e pronto para conversar com outros produtores. “Como a Organização tem sublinhado em diversas ocasiões, ela está pronta para conversar com todos os outros produtores. Mas isso tem que ser em um campo de jogo nivelado. A Opep irá proteger os seus próprios interesses”, disse o comentário no Boletim mais recente da OPEP.
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Tensão no mercado
No radar do mercado ainda estão rumores da possibilidade da perda do grau de investimento e da saída do ministro Joaquim Levy do Ministério da Fazenda. Do lado internacional as bolsas caem antes de dados dos PMIs (Índices Gerentes de Compras) de serviços e da indústria da China que sairão à noite, além das expectativas conflitantes sobre aumento dos juros pelo Federal Reserve.
Uma fonte da área econômica ouvida pela Bloomberg disse que os ministérios da Fazenda e do Planejamento travam embate para fechar o Orçamento. Levy estaria preocupado com o sinal negativo mostrado ao mercado. Para o ministro, haveria pouco espaço para elevação da carga tributária e sua proposta seria um corte “duro” agora, reduzindo despesas com programas ineficientes e despesas obrigatórias, segundo informações do Estado de S. Paulo. Já Nelson Barbosa, do Planejamento, defenderia o gradualismo no corte de gastos devido à necessidade de negociação com o Congresso e representantes dos trabalhadores.
Além das notícias negativas no fiscal, uma nova instabilidade surge dos rumores de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estaria com planos de deixar o cargo.
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Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 foi reduzida de uma retração de 2,06% para uma de 2,26%, sendo também derrubada em 2016 de uma queda de 0,24% para 0,40%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 9,28% este ano.
Mais pessimistas estão o Credit Suisse e o BTG Pactual. O primeiro cortou a sua previsão do PIB de 2015 de 2,4% de retração para 2,6%. Já o segundo cortou de 1,4% para 2,7% de recuo da economia este ano.
Destaques de ações
Os bancos recuam em meio a piora do cenário macroeconômico brasileiro. Caem os papéis de Bradesco (BBDC3, R$ 25,39, -3,86%; BBDC4, R$ 23,02, -4,04%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,56, -3,52%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 17,90, -4,69%). Juntas, as três ações respondem por mais de 20% da participação da carteira teórica do Ibovespa.
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As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Já as ações da Petrobras (PETR3, R$ 10,66, +3,70%; PETR4, R$ 9,14, +1,56%) viravam para forte alta depois de cair pela manhã. No radar da estatal, o senador José Serra (PSDB-SP) espera que até o final do ano o projeto de alteração nas regras de exploração do pré-sal seja aprovado no Congresso Nacional. Segundo ele, o projeto conta com apoio do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve colocá-lo em pauta no plenário. “Na Câmara aprova, acho que em um ou dois meses. Cunha já se manifestou a favor, ele é o presidente da Câmara. Ao entrar na pauta, é provável que aprove logo”, afirmou o senador, em palestra no Rio.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Do lado das altas ficavam apenas as ações de companhias exportadoras de papel e celulose que são beneficiadas pela alta do dólar por possuírem suas receitas na divisa norte-americana. Sobem Fibria (FIBR3, R$ 51,62, +4,07%) e Suzano (SUZB5, R$ 17,53, +3,30%).
Também sobem Vale (VALE3, R$ 18,02, +4,10%; VALE5, R$ 14,15, +3,21%) e siderúrgicas nesta segunda-feira com dia negativo no mercado e recuo dos preços das commodities.
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