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O Ibovespa fechou com expressiva alta de 0,67% nesta segunda-feira (16), aos 116.533 pontos. Mesmo em momentos de menor ânimo, a Bolsa seguiu próxima aos 116 mil pontos.
Mesmo com tensões ainda presentes e incertezas com a guerra entre Israel e Hamas, os principais índices de Nova York encerraram o dia com altas. Parte do sentimento positivo pode ser explicado pelos balanços corporativos que passaram a ser divulgados na sexta-feira e deverão tomar bom pedaço da agenda dos EUA ao longo da semana.
Na sessão, o petróleo encerrou o dia em queda, ainda mantendo o patamar elevado atingido na semana passada. De acordo com Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, há considerações até mesmo de possibilidade dos EUA flexibilizarem a compra de petróleo da Venezuela, para garantir o estoque caso haja algum tipo de restrição decorrente do conflito no Oriente Médio. Mesmo com o noticiário ainda apresentando aumento das tensões entre Israel e o Hamas, o Brent desceu 0,96%, cotado a US$ 90,03, enquanto o WTI encerrou o dia com queda de 0,81%, aos US$ 86,97.
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Nem a desaceleração da commodity ajudou a tirar pressão dos treasuries yields, com o de dez anos, por exemplo, crescendo 8,1 pontos-base, a 4,71%, enquanto o título com vencimento de 2 anos teve avanço de 4,7 bp em seus rendimentos, a 5,10%.
O dólar encerrou o dia com forte queda de 1,01% frente ao real, a R$ 5,037 na compra e na venda. A moeda norte-americana também ficou em queda na comparação com as principais moedas do mundo, com o DXY com menos 0,43%.
“O alívio das tensões no Oriente Médio trouxe um clima de bom humor nos ativos de risco mundo afora. Mercado americano em forte alta e Bolsas Europeias fecharam no verde. Índice VIX, também conhecido como indice do medo, recua de forma expressiva, caindo + de 8%”, considerou Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.
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“Temos a percepção de que está começando a haver uma organização geopolítica para evitar uma deterioração na guerra, que poderia ocorrer com o envolvimento de outros países. Isso está aliviando os mercados hoje (segunda-feira)”, pontuou à Reuters Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM.
No Brasil, mesmo com o avanço dos rendimentos dos treasuries, a curva de juros fechou em queda.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,194%, ante 12,209% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,92%, ante 10,993% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 10,7%, ante 10,809%.
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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,88%, ante 10,999%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,14%, ante 11,263%.
“Juros futuros caem em toda a curva, dado o cenário de risk on, ou seja, bolsa em queda com dólar e juros para baixo. Com a queda do petróleo, que é um componente inflacionário importante, o mercado está ajustando as expectativas para os juros futuros”, destacou o sócio da Quantzed. “Se houver continuidade do alívio das tensões do Oriente Médio e o petróleo ceder um pouco, há uma redução na expectativa da inflação futura no país”, entende.
O movimento positivo da Vale (VALE3) visto hoje, com alta de 1,07% dos ativos, foi puxada pela alta do minério, de acordo com Lourenço. Em sua visão, isso se deu “muito por conta dos estímulos que foram anunciados pelo governo chinês, um dos maiores desde 2020 e isso tende a gerar expectativa no mercado que haja um aquecimento, principalmente no setor de infraestrutura”, destaca.
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O destaque do dia no Ibovespa foi o avanço do Grupo Pão de Açúcar, que teve alta de quase 10% após anúncio da venda do restante da participação do Grupo Éxito.
“A venda de participação no Éxito é positiva para as perspectivas de redução na alavancagem e vem como surpresa, uma vez que o processo de cisão da varejista colombiana aconteceu recentemente. Os cerca de R$ 790 milhões que a empresa irá receber na operação vão melhorar sua estrutura de capital, mas a alavancagem permanecerá alta, caindo de 5,8 vezes para 4,4 vezes a dívida sobre o Ebitda”, considera Petrokas.
Entre as maiores altas do Ibovespa, ficou Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), com avanço de 8,67%. As ações preferenciais da Gol (GOLL4) e as da Azul (AZUL4), mais de 4,80% também tiveram forte alta.