Ibovespa fecha em alta de 0,81% com pressão do Congresso por gastos menores no governo Lula; dólar cai

Saiba o que movimentou os mercados nesta quinta-feira (14)

Mitchel Diniz

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Foi uma véspera de feriado atípica para a Bolsa brasileira. Amanhã a B3 estará fechada e não haverá negociações em função do feriado de Proclamação da República. Ocasiões assim costumam ser de calmaria para o mercado financeiro, mas hoje não foi o caso. Os investidores seguiram acompanhando o noticiário político e, por esse motivo, a sessão foi marcada por volatilidade.

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Depois de perder 5% no acumulado da semana passada, o Ibovespa oscilou entre altas e baixas durante uma boa parte desta segunda-feira (14), mas acabou se firmando em terreno positivo.

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O atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), um dos líderes do chamado Centrão, defendeu que a PEC da Transição, com auxílio de R$ 600 e ganhos real do salário mínimo, seja apenas para 2023, o que reduziu a pressão sobre o câmbio e animou a bolsa.

Além disso, de acordo com a Bloomberg, a equipe de transição de Lula estuda alternativas mais conservadoras para financiar programas sociais do próximo governo. De acordo com fontes ouvidas pela agência, o novo plano prevê a retirada de US$ 130 bilhões do teto de gastos públicos no no que vem.

“O mercado está vivendo no entorno de fontes e especulações, mas a notícia acaba repercutindo positivamente. Como se tem um contraponto do Congresso para que as despesas sejam racionalizadas, a solução política passará por uma redução desse valor”, explicou Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original.

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O Ibovespa subiu, mas fechou longe da pontuação máxima do dia, com alta de 0,81%, aos 113.161 pontos. O volume negociado nesta véspera de feriado foi de R$ 29,8 bilhões – pregão de liquidez reduzida por conta da véspera do feriado.

O dólar até tentou uma recuperação no final da sessão, mas acabou derrubado frente ao real, com nova queda ampla, como visto na sexta-feira (11). O real se valorizou na contramão das moedas mais fortes do mundo, conforme mostrou o índice dólar DXY.

O dólar comercial fechou em baixa de 0,64%, a R$ 5,299 na compra e R$ 5,300 na venda.

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Os juros DI no Brasil também caíram e acabaram o dia na contramão dos Treasuries nos EUA, que subiram por toda a curva.

“O mercado de uma certa aliviada, o que provocou uma retomada de ações que sofreram bem na semana passada”, observa Victor Miranda, operador de renda variável da One Investimentos.

É o caso de papéis do varejo, como os de Magazine Luiza (MGLU3) (+4,62%), Via (VIIA3) (+4,10%) e Americanas (AMER3) (+2,70%). GPA (PCAR3) fechou entre as cinco maiores altas do dia, avançando 5,16%.

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O dólar em baixa beneficiou Azul (AZUL4), que tem custos em moeda estrangeira, e conseguiu terminar a sessão com ganhos de 6,53%. Construtoras também se beneficiaram com o movimento e o destaque do segmento foi Cyrela (CYRE3) (4,49%). Méliuz (CASH3) disparou 10,91% com juros em baixa.

Na ponta oposta, as baixas do Ibovespa foram lideradas pelos frigoríficos, como Marfrig (MRFG3) (-7,40%, maior queda do dia) e JBS (JBSS3) (-3,09%). Embraer (EMBR3) que, reportou prejuízo de R$ 93,8 milhões no terceiro trimestre, fechou em baixa de 6,10%.

Nos Estados Unidos, as Bolsas voltaram ao terreno negativo depois de terem acumulado, na semana passada, os maiores ganhos em cinco meses. Também nesta segunda-feira, a vice-presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Lael Brainard, afirmou em entrevista à Bloomberg que pode ser apropriado desacelerar o ritmo de alta de juros no país em breve.

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O Dow Jones caiu 0,62%, aos 33.537 pontos; o S&P 500 recuou 0,89%, aos 3.957 pontos; a Nasdaq fechou em baixa de 1,12%, aos 11.196 pontos

(com Equipe InfoMoney e Infotrade)

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados